Cunha Leal acusa Valentim Loureiro de mentir “sem pudor”

O ex-director-executivo da Liga, Cunha Leal, afirmou hoje que aquele organismo "não pode estar ao serviço dos interesses pessoais do presidente Valentim Loureiro" e deve invocar "autonomamente" o "interesse público" dos campeonatos profissionais de futebol no âmbito do "caso Mateus". A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) deverá avançar hoje com a declaração do "interesse público" dos campeonatos profissionais, um dia após a FIFA ter ameaçado excluir as equipas portuguesas das competições internacionais se o "caso Mateus" não estiver resolvido até 14 de Setembro. Em entrevista à “SIC Notícias”, citada pela agência “Lusa”, Cunha Leal reafirmou as razões que o levaram ontem a pedir a demissão do cargo, acusando o presidente e os restantes membros da Comissão Executiva de terem "usurpado" as suas funções. "O senhor major (Valentim Loureiro) mente sem pudor nenhum", disse, deixando no ar uma interrogação: "Como pode dizer que nunca soube nada (no caso Mateus)?". "Basta ver quem assinou as procurações nas contestações da Liga" nos tribunais administrativos de Braga e do Porto, respondeu, acrescentando: "Parece que foi o último português a saber do 'caso Mateus'. O último dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa)..." Cunha Leal instou ainda o presidente a dizer publicamente qual a posição da Liga quanto às grelhas competitivas da Liga e da Liga de Honra, na sequência das decisões do Conselho de Justiça da FPF - que despromoveu o Gil Vicente e recolocou o Belenenses no campeonato principal - e da suspensão do clube minhoto de todas as provas. "Qual é a posição da Liga? Tem de dizer qual é. Quem é que está na Liga principal e na Liga de Honra", sublinhou, aproveitando para lançar uma acusação: "Não pode atirar para as costas dos outros, dos tribunais" essa explicação.