terça-feira, setembro 12, 2006

FPF vai dizer à FIFA que está tudo bem

A Direcção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai reunir-se amanhã para actualizar os mais recentes desenvolvimentos do polémico caso Mateus. Segundo o CM conseguiu apurar, os responsáveis do organismo que tutela o futebol português vão fazer seguir para os escritórios da FIFA, em Zurique, um ofício dando conta de todas as diligências feitas nas últimas horas e da forma como a Liga acatou a decisão de prosseguir com os campeonatos, sem reservas relativamente a qualquer jogo.
O assessor jurídico da FPF, Paulo Relógio, explicou ao CM que “a situação está normalizada”. Contudo, mostrou naturais reservas sobre a posição que irá ser adoptada pela FIFA. “Eles são soberanos, mas de acordo com os regulamentos vigentes, e após as medidas tomadas pela FPF e pela Liga, saberão seguramente tirar as devidas ilações.” A FIFA, recorde-se estabeleceu a próxima quinta-feira como data-limite para a retirada das queixas do Gil Vicente nos tribunais, ou em alternativa, a expulsão deste clube da estrutura competitiva do futebol português.
Os responsáveis gilistas, por sua vez, estão agora numa posição de expectativa. Após a decisão de não abrir as portas do estádio para a realização do encontro com o Feirense, vão aguardar por dois indicadores: a posição a adoptar pela FIFA relativamente às equipas portuguesas e a decisão final do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa sobre a contestação à declaração de interesse público interposta pela FPF. Ou seja, o Gil Vicente vai manter a corda esticada.
De resto, o clube fez ontem saber através do seu ‘site’ oficial, que foram criadas duas contas bancárias destinadas a recolher donativos com o fim de ajudar a manter o esforço financeiro decorrente da batalha jurídica em curso. Uma medida que pode ser interpretada como mais uma posição de força do mais popular clube de Barcelos.
Também ontem, as cerca de duas dezenas de jovens que fazem parte da equipa de juniores do Gil Vicente montaram um pequeno acampamento nas imediações do Estádio Cidade de Barcelos com o intuito de protestar contra o facto de estarem impedidos, pela FPF, de competir. Os jovens desfilaram em cortejo desde o campo Adelino Ribeiro novo até ao novo recinto, empunhando duas faixas onde podia ler-se; “Não nos tirem o sonho” e “Queremos justiça”. Esta acção, contudo, foi da própria iniciativa dos juniores e não teve nenhuma intervenção da direcção.