terça-feira, setembro 12, 2006

Fiúza quer abandonar após o desfecho do Caso Mateus

"Após a resolução do caso Mateus, penso abandonar o futebol, muito seriamente", foi, assim, desiludido e amargurado, que o presidente do Gil Vicente anunciou ao JN a sua disposição em deixar o leme do barco gilista.
A justificação é clara "Não posso estar num mundo em que abunda a podridão e em que a mafia dita leis."
António Fiúza, no entanto, vai continuar a luta, "até às últimas consequências", isto, independentemente das consequências negativas que possa originar no futebol português, dadas eventuais sançõe da FIFA.
"Esse não é problema nosso, é de quem o criou. O que nos preocupa é encontrar a verdade. Quem me conhece sabe do meu carácter e da minha perseverança", declarou.
"Se o nosso combate ajudar a acabar com a podridão e com os compadrios, mesmo de organismos responsáveis, achamos que valeu a pena", considerou.
O clube ainda não sabe se vai comparecer no jogo com o Estoril a contar para a terceira jornada da Liga de Honra. Tal decisão será tomada, amanhã ou depois, certamente, numa conferência de Imprensa em que serão reveladas mais provas de uma alegada "cabala contra o clube".
Entretanto, a equipa de juniores do Gil Vicente iniciou, ontem, junto ao estádio Municipal de Barcelos, uma vigília de 12 horas, em protesto pela suspensão do clube de todas as competições não profissionais, determinada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF).
O protesto decorrerá, até depois de amanhã, mas repartido pelos vários escalões. Hoje, entre as 19 horas e às 7 horas de amanhã, será a vez da equipa de juvenis.
António Linhares, coordenador do departamento juvenil do Gil Vicente, explica como surgiu a ideia do protesto "Alguns pais, juntamente com alguns atletas, revoltados por não estarem a competir,, decidiram esta forma de protesto".
A Direcção do clube mostrou-se solidária com o protesto. "O que a FPF fez é imperdoável", disse António Fiúza.
Foi criada uma comissão de apoio ao clube, liderada por João Trigueiros, presidente da Assembleia Geral, e uma conta bancária para que os associados possam ajudar o clube no "caso Mateus".