Jogadores Gilistas podem rescindir contratos
O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) considera que os futebolistas do Gil Vicente podem alegar a "caducidade automática" dos contratos, caso o clube seja suspenso de todas as competições. O cenário coloca-se caso do Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Lisboa aceite a invocação de interesse público dos campeonatos profissionais por parte da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e o Gil Vicente fique definitivamente suspenso de todas as competições. "No pior cenário - a aceitação do interesse público -, caso o Gil Vicente seja suspenso por mais do que um mês das competições, os jogadores ficarão em condições da alegar a caducidade automática dos contratos e ficarão livres para procurar outro clube", disse à Agência Lusa o presidente do SJPF, Joaquim Evangelista. A FPF deverá avançar ainda hoje com o procedimento legal junto do TAF no âmbito do "caso Mateus", um dia depois de a FIFA ter ameaçado excluir as equipas nacionais das competições internacionais, se o processo não estiver resolvido até 14 de Setembro. Joaquim Evangelista entende que o "caso Mateus" veio expor a questão dos "contratos paralelos", um situação grave que afecta os futebolistas que alinham nas competições não profissionais, sobretudo nas II e III Divisões, entre outras. O presidente do sindicato dos jogadores chamou a atenção para o facto de o internacional angolano Mateus ter alinhado como amador no Lixa, na II Divisão, tendo um contrato de trabalho como contínuo, quando na verdade era um profissional de futebol a tempo inteiro. "Estes jogadores são na realidade profissionais", mas "os clubes preferem fazer-lhes contratos como amadores, ou pagarem-lhes a recibos verdes ou em dinheiro, sem contrato", disse Tudo isto, acrescentou Joaquim Evangelista, permite aos clubes "não pagarem as contribuições à Segurança Social e fugirem aos seguros desportivos". Esta situação pode prejudicar gravemente os jogadores e até os próprios clubes, uma vez que, em caso de lesão dos atletas, "não são as seguradoras que são chamadas a cobrir as situações (prejuízos), mas sim os clubes". "Seria preferível que os clubes fizessem contratos profissionais, mas de valor inferior", de forma a acabar com o problema dos contratos paralelos, rematou Joaquim Evangelista.
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