segunda-feira, setembro 04, 2006

Liga também deveria invocar interesse público

A Liga de clubes devia, à semelhança da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), invocar o interesse público no âmbito do caso Mateus, sob pena da acção da federação ficar "coxa", disse à Agência Lusa uma fonte ligada ao processo. "O que é por acréscimo não faz mal", sublinhou, notando que a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) devia "juridicamente" invocar o "interesse público", até porque "isso é sua obrigação", resultante da sua "própria existência". No entender desta fonte, ser só a FPF a invocar o interesse público pode deixar a acção "coxa" e abrir caminho para que, eventualmente, alguém venha contestar a legitimidade da federação em isoladamente invocar o interesse público. Na sua perspectiva, a Liga devia esclarecer rapidamente a sua posição relativamente à invocação do interesse público, muito embora na passada sexta-feira o seu presidente, Valentim Loureiro, tenha dito que essa decisão não seria a mais "ajustada". A mesma fonte admitiu que eventuais sanções que venham a ser aplicadas pela FIFA estão não só dependentes do comportamento do Gil Vicente, mas, sobretudo, do que a Liga vier a fazer relativamente a este caso em matéria disciplinar. "Não depende tudo do que o Gil Vicente fizer, depende da actuação da Liga e da FPF", sustentou. A FPF anunciou hoje que vai "accionar de imediato o mecanismo de interesse público das competições nacionais", após ter sido instada pela FIFA a solucionar o "caso Mateus" até 14 de Setembro. A federação entende que, com a invocação do "interesse público", serão respeitadas as "deliberações dos órgãos de justiça do futebol", nomeadamente através da reposição das deliberações da Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional e do Conselho de Justiça da FPF, as quais "estão em pleno vigor". A FPF acredita ainda que a invocação do "interesse público" travará os efeitos da providência cautelar interposta pelo Gil Vicente no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa e normaliza os campeonatos profissionais, evitando a suspensão das equipas nacionais pela FIFA.