Apito Dourado: arquivado mais um processo contra o presidente do FC Porto
O Ministério Público arquivou o processo contra o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, por suspeita de crimes de corrupção desportiva no jogo Beira-Mar-FC Porto disputado no dia 18 de Abril de 2004. O jogo em causa correspondeu à 31ª jornada da época 2003/2004, uma ronda antes de o FCP ter comemorado mais um título de campeão nacional.
Segundo a edição de hoje do "Jornal de Notícias", o magistrado do Ministério Público de Gaia que recebeu a certidão remetida pelo procurador-adjunto de Gondomar titular do caso Apito Dourado, considerou "sugestivo" o quadro de indícios reunidos pela PJ do Porto, mas concluiu pela falta de provas.
O magistrado do Ministério Público de Gaia concluiu que "o quadro de facto que se traçou consente perfeitamente que tal tivesse acontecido [a existência de contrapartidas], enquanto conduta verosímil, mas não permite afirmar a sua ocorrência em termos que permitam concluir pela possibilidade razoável de aos arguidos, por força dos indícios recolhidos, vir a ser aplicada em julgamento uma pena ou uma medida de segurança".
Em causa estariam alegadas contrapartidas oferecidas pelo FC do Porto ao árbitro de Braga Augusto Duarte para "a prática de actos contrários às leis do jogo".
Para além do presidente do FCP e do árbitro Augusto Duarte, estavam também envolvidos no mesmo processo o empresário de jogadores de futebol António Araújo e o árbitro assistente António Perdigão da Silva.
Árbitro esteve em casa de Pinto da Costa dois dias antes do jogo
Dos indícios fazia parte uma deslocação do árbitro Augusto Duarte a casa de Pinto da Costa, em Gaia, dois dias antes do jogo, acompanhado pelo empresário António Araújo.
O encontro, que foi vigiado pela PJ e acompanhado através de escutas telefónicas, foi justificado pelo árbitro e pelo dirigente do FCP como "uma visita para tomar café".
Segundo o JN, as suspeitas de investigação avolumaram-se pela forma como o empresário António Araújo se referiu ao presidente do FC do Porto. Nos diálogos com o árbitro, o empresário de jogadores e ex-sócio do vice-presidente do FC Porto Reinaldo Teles numa empresa de construção civil tratou Pinto da Costa por "engenheiro máximo", "número um" e "gerente de caixa".
O relatório do jogo feito para a Polícia Judiciária pelos ex-árbitros Jorge Coroado, Vítor Pereira e Adelino Antunes também não foi comprometedor para Augusto Duarte.
Foram assinalados quatro erros, três deles a favor do FC do Porto, mas aparentemente sem influência no resultado.
O presidente do FC do Porto já viu o Departamento de Investigação e Acção Penal do MP do Porto arquivar liminarmente o caso que mais polémica causou no processo em Gondomar: o da alegada noitada dos árbitros do FC Porto-Estrela da Amadora com prostitutas.
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