sábado, setembro 23, 2006

António Fiúza pondera extinção do Gil Vicente


António Fiúza considerou hoje que "só uma redução salarial de 30 por cento no plantel permitiria ao clube sobreviver" na Liga de Honra.
Esta tarde, o Gil Vicente vai revelar a decisão de marcar presença ou faltar ao jogo com o Trofense, referente à 4ª jornada da Honra.
Nova falta de comparência, que a verificar-se será a terceira consecutiva, poderá comprometer definitivamente a viabilidade financeira e desportiva do clube e colocar em causa a continuidade do seu futebol profissional.
A extinção do futebol profissional, se de facto o clube for penalizado e cair da Liga de Honra, poderá causar danos irreversíveis ao Gil, que, de acordo com António Fiúza, "construiu um plantel destinado a disputar a Liga".
Relegado para a Liga de Honra após decisão do Conselho de Justiça e da FPF ter invocado o interesse público das competições, o Gil Vicente decidiu não se apresentar nos jogos, tendo já duas faltas de comparência.
A redução salarial adaptada à Liga de Honra, embora o clube acredite ainda na "justiça que tarda" e na "reposição da verdade desportiva", e a extinção do futebol profissional são dois dos cenários em cima da mesa.
A diferença nas receitas e transmissões televisivas a distribuir pelos clubes é abissal entre a Liga e a Liga de Honra, por exemplo, pelo que o orçamentado pelo Gil Vicente para a época de 2006/07 fica longe de alcançar.
Caso a solução passe pela aceitação da redução salarial e a descida à Liga de Honra, António Fiúza acredita que o clube será ressarcido dos prejuízos financeiros que tal medida acarreta e que o clube tem vindo a suportar.
"Desta forma, os jogadores ficarão como credores e receberão os valores inerentes àdiferença salarial em divida quando o clube for ressarcido financeiramente dos seus prejuízos", crescentou António Fiúza.
Ontem, o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) entregou 500 euros a cada jogador do plantel do Gil Vicente para fazer face a problemas financeiros imediatos.
Joaquim Evangelista explicou que os cheques entregues "têm como objectivo minimizar os problemas financeiros dos jogadores", relegados para a Liga de Honra, "alguns dos quais com dois meses de salários em atraso".
Na altura, Joaquim Evangelista referiu que "os jogadores querem jogar domingo e estão disponíveis para fazer algumas cedências, mas não o vão fazer suportando eles o encargo maior, que pode passar por uma redução de salários".