quinta-feira, setembro 21, 2006

Apitadelas: Liga pode suspender 62 árbitros e auxiliares

Na reunião desta semana, a Comissão Disciplinar resolveu tirar da gaveta os processos instaurados a 62 homens do apito por ausência da declaração de registo de interesses. Esta consiste na discriminação do «património, rendimentos e actividades, susceptíveis de gerarem incompatibilidades, bem como, em geral, de todos os actos ou situações patrimoniais ou profissionais que possam proporcionar proveitos económicos ou conflitos de interesses», de acordo com o anexo 1 do regulamento disciplinar.
De acordo com a Lei de Bases e o Regulamento Disciplinar da Liga, quem apita nos campeonatos profissionais está obrigado a apresentar todos os anos uma declaração de registo de interesses. A maior parte de árbitros e auxiliares nunca o fizeram, alegando que a competência para exigir a declaração seria da Federação Portuguesa de Futebol e, também, que discordavam do facto de mais nenhum agente desportivo estar obrigado a agir da mesma forma.
Os regulamentos da Liga impõem que seja instaurado um processo disciplinar a quem não entregar a declaração. Isso aconteceu, mas tudo ficou pendente. Esta semana, o presidente da CA, Pedro Mourão, decidiu dar 30 dias aos instrutores para concluírem os processos.
Ao mesmo tempo, Pedro Mourão deliberou ainda recordar, em comunicado oficial, que as declarações desta temporada deverão ser entregues até 30 de Setembro.
Caso árbitros e auxiliares não o façam serão notificados desse facto e terão mais dez dias úteis para entregar a declaração, prazo a partir do qual serão automaticamente suspensos de funções.
Está à vista mais um caso no futebol português. A bola está agora do lado de árbitros e auxiliares. Se mantiverem a mesma posição, em Outubro a Liga poderá não ter quem dirija os jogos da Bwin Liga e Liga de Honra.