terça-feira, setembro 19, 2006

António Fiúza revela que há jogadores “em situação dramática”

O presidente do Gil Vicente, António Fiúza, admitiu que há diversos futebolistas no plantel em "situação dramática" devido à falta de dinheiro e receitas do clube, motivadas pelo impasse que se verifica no "caso Mateus". "A situação é dramática em algumas situações, pois temos jogadores que chegaram ao Gil Vicente com meses de salários em atraso dos clubes de onde vieram. No início, ainda lhes adiantamos algum dinheiro, mas agora vivemos esta situação complicada", revelou, em declarações à Agência Lusa.
O dirigente disse que "este impasse impediu a entrada de muito dinheiro no clube, já que falham as importantes receitas televisivas, os patrocinadores ainda não assinaram contratos e os adeptos ainda não compraram as cadeiras anuais". "Fizemos um orçamento para a Liga de cerca de 3,5 milhões de euros e seria muito grave se tivéssemos de actuar na Liga de Honra. Ficaríamos com um défice de dois milhões de euros e não sei onde iríamos buscar tanto dinheiro. Espero que o tribunal possa resolver isto até quarta-feira", disse.
O dirigente revelou que em direitos televisivos o clube iria receber 1,7 milhões de euros (cerca de metade do orçamento) por actuar na Liga e que na Liga de Honra essa verba seria de apenas de 70.000 euros. Hoje, António Fiúza reuniu com Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, mas negou o facto do tema de conversa ter sido salários em atraso: "anda em périplo por vários clubes e hoje foi a vez do Gil Vicente. Discutimos o caso Mateus e falamos da actualidade do futebol português". Alegadamente, o Gil Vicente ainda não pagou os meses de Maio, Agosto e Setembro, pelo que os atletas ficam em condições de rescindir contrato após três meses sem salários, situação que António Fiúza está a tentar gerir. "Estou a precaver-me. Os jogadores sabem que se rescindirem agora contratos perdem tudo, porque depois só podem voltar a ser inscritos em Janeiro. Já há muitos futebolistas no desemprego e não acredito que eles estejam a pensar nessa solução", concluiu.