segunda-feira, setembro 18, 2006

Apitadelas: João Ferreira, o tapado da arbitragem


Correio da Manhã – O que tem a dizer sobre o lance do golo do Paços de Ferreira?
João Ferreira – Infelizmente, dentro de campo não me consegui aperceber de qualquer falta. Estava bem colocado, mas tapado por outros jogadores, o lance foi muito rápido e não podia inventar algo que não vi. Vendo o lance na televisão, admito que cometi um erro e tive uma infeliz decisão.

– Ainda esperou por uma indicação dos seus assistentes...
– Sim, esperei por uma indicação do meu assistente Pais António, mas o lance foi muito rápido e ele também não viu porque também estava tapado por muitos jogadores.

– Só viu as imagens da TV quando chegou a casa? Como se sentiu?
– Em Alvalade, o balneário dos árbitros tem televisão, por isso vimos na Sport TV logo no fim do jogo. Ninguém gosta de errar e claro que lamento que isto tenha acontecido. As pessoas têm de perceber que da nossa posição era impossível ver a infracção.

– Não viram o lance na TV logo ao intervalo?
– Não porque os regulamentos não permitem que ao intervalo recebamos qualquer informação, inclusive os telemóveis têm de estar desligados.

– Gostaria de ter podido recorrer ao vídeo durante o jogo?
– A FIFA já fez essa experiência em algumas provas mas depois aboliu. Claro que neste lance eu gostaria de ter tido uma segunda hipótese, mas os árbitros não têm essa possibilidade, têm de decidir no momento. No futebol americano, por exemplo, já se recorre ao vídeo, mas sinceramente não sei se no futebol seria vantajoso.

– Miguel Ribeiro Teles anunciou que vai fazer uma participação disciplinar e diz que houve incompetência da sua parte. Teme ser suspenso?
– Se querem fazer uma participação é porque entendem que existem motivos. Ainda tenho de olhar para o regulamento para perceber o que pode resultar dessa participação. Mas penso que o termo incompetência é mal aplicado. Nunca vi ninguém a dizer que um jogador é incompetente por falhar um golo fácil. E fique claro que isto aconteceu com o Sporting como poderia ter sucedido com outro clube qualquer.

– Por vezes, os árbitros sofrem ameaças após erros destes. Consigo houve algum problema?
– Não tive qualquer problema. A saída do estádio decorreu normalmente e até houve um dirigente do Sporting que foi compreensivo e me animou, dizendo que agora tinha de levantar a cabeça.