segunda-feira, setembro 18, 2006

Apito Dourado: Presidente da APAF defende autonomia

O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), António Sérgio, defende ao Maisfutebol a solução para terminar com o clima de suspeição instalado no futebol português, na sequência das escutas reveladas no âmbito do processo «Apito Dourado». «A auto-regulação, apesar de também ter inconvenientes, é a melhor solução. O caminho terá de ser a autonomia da arbitragem, no sentido orgânico e electivo. Os árbitros querem eleger os seus dirigentes, o que até agora só acontece com os clubes», revela o dirigente.
A própria APAF já entregou na Assembleia da República, pelas mãos do presidente, um documento que visa esta alternativa. «A APAF entregou um documento com todas as suas aspirações para o futebol em particular e o desporto em geral. O documento refere-se não apenas ao que a APAF pretende. Dez associações de árbitros em Portugal aprovaram a proposta, estando mesmo já constituída a Confederação das Associações de Juízes e Árbitros de Portugal (CAJAP), que visa a auto-regulação na arbitragem que culminará, dentro de dez anos, na formação de uma ordem».
Este fim-de-semana ocorreu mais um capítulo da já longa «novela» da arbitragem portuguesa, no Sporting-P. Ferreira (0-1), em que o árbitro João Ferreira validou o golo de Ronny marcado com a mão. António Sérgio acha que o sucedido foi uma «situação de jogo normal»: «O árbitro validou o golo por que não viu a mão do jogador do P. Ferreira na bola, caso contrário não o teria feito», defende.
O dirigente defende de resto que «tem de se investigar» as diversas situações reveladas, até por que «a própria Federação Portuguesa de Futebol (FPF) pode e tem autonomia para decidir e analisar os casos dentro da estrutura desportiva, devendo fazer as devidas averiguações».