segunda-feira, setembro 25, 2006

Trofense fez a "Festa dos 3" sem jogar

A situação já não é nova para os lados de Barcelos. Algumas dezenas de locais e apoiantes do Gil Vicente marcaram presença nas imediações do estádio, bem como as claques do Trofense que acabaram por apoiar a equipa, mas fora do relvado.
É que, como já era conhecido, a formação da casa não compareceu para o encontro relativo à 4.ª jornada da Liga de Honra, somando, desta forma, a terceira falta de comparência consecutiva, estando à beira da despromoção, o que se concretizará se não compareça no próximo jogo com o Rio Ave.
Afonso Ferreira, presidente adjunto do Gil Vicente, esteve presente no local prestando cumprimentos aos diversos intervenientes do encontro, já os jogadores gilistas naturalmente estiveram ausentes face à decisão da direcção em não jogar.
Contrastando com o sentimento de revolta demonstrado por alguns adeptos da equipa da casa, os jogadores do Trofense encontravam-se descontraídos junto à carrinha e à espera que o relógio marcasse 17 horas. Regressaram a casa com 3 pontos amealhados, sempre importantes para o objectivo final.
“É evidente que preferia ganhar os 3 pontos dentro de campo. Esta é uma situação que não agrada a ninguém. É péssimo para o futebol”, afirmou o técnico do Trofense, Daniel Matos, que revelou ter um pressentimento: “Por algumas conversas que tive com pessoas ligadas ao Gil Vicente, e o sentimento que revelaram, parece que a vontade é de continuar.”
Quanto à possibilidade do embate entre as duas equipas vir a realizar-se no futuro, Armando Martins, vice-presidente do Trofense, explica que a “direcção ainda não se debruçou sobre o assunto”, sendo que os responsáveis vão, adianta o dirigente, “aguardar serenamente por uma decisão da Liga. Cumpriremos o que eles decidirem”.
Percorreu centenas de quilómetros para nem sequer tirar o apito da bagagem. Nuno Almeida cumpriu os regulamentos, esperou o tempo necessário e depois rumou novamente ao Algarve.
O árbitro nomeado para a partida revelou estar, acima de tudo, “insatisfeito e triste” com a situação, um sentimento que comunga com os companheiros de profissão que nas últimas três jornadas passaram pelo mesmo cenário.
Há uma primeira vez para tudo. E esta foi mesmo a primeira vez que, como árbitro, Nuno Almeida se viu confrontado com a falta de comparência de uma equipa. Nunca antes tinha “ficado à porta de um estádio”, gracejou.
O árbitro algarvio recordou episódios no passado, nos quais teve de esperar por equipas: uma vez aconteceu ainda nos distritais, e numa segunda ocasião com o Estoril, em 2005.