Calciocaos: Eventual redução de penas põe clubes “limpos” em pé de guerra
A mera possibilidade do Comité Nacional Olímpico Italiano (CONI) baixar a penalização de pontos por fraude desportiva imposta à Juventus, Milão, Fiorentina e Lázio está a provocar várias reacções de indignação dos restantes clubes. Fiorentina (-19 pontos), Lázio (-11) e Milão (-8), na primeira divisão, e Juventus (-17), na segunda, apresentaram recurso junto da Câmara de Conciliação e Arbitragem do CONI de forma a amenizar, de novo, os castigos impostos por fraude desportiva, nomeadamente com resultados e arbitragens combinados. A primeira decisão da justiça desportiva tinha resultado na descida de divisão da Juventus (-30 pontos), Fiorentina (-19) e Lázio (-11), e o Milão iniciaria a prova na Liga principal com uma penalização de 15 pontos. A Câmara de Conciliação e Arbitragem é a ultima instância desportiva ao qual os clubes - vão ser ouvidos esta semana - podem recorrer no âmbito deste processo. Entretanto, circula a informação que estes (principalmente a Juventus) chegaram a acordo com o CONI no sentido de renunciar ao recurso ao Tribunal Administrativo Regional (TAR), o único deste tipo no país dedicado a casos desportivos, apelo que provavelmente resultaria na paragem dos campeonatos durante alguns meses. Esta intenção da Juventus em recorrer aos tribunais comuns levou mesmo a FIFA a ameaçar suspender a selecção e clubes italianos das provas internacionais, à semelhança do que aconteceu em Portugal com o Gil Vicente e o "Caso Mateus". Como o CONI interveio e convenceu os clubes a abdicar do recurso ao TAR para o fazer antes à sua Câmara de Arbitragem, é convicção generalizada que essa cedência vai ser compensada com a redução das penas. Os dirigentes dos clubes prevaricadores já se manifestaram optimistas quanto a esse desfecho. Aurélio De Laurentis, proprietário e presidente do Nápoles, é um dos mais inconformados: "Seria escandaloso que quem julga estes casos possa sofrer pressões psicológicas, desrespeitando as sentenças anteriores. É absurdo que se mude uma decisão depois de se terem disputado várias jornadas (cinco na primeira e seis na segunda)". "Caso se deseje legitimar a justiça desportiva, as coisas devem permanecer como estão. Já se baixaram as penas aplicadas em primeira instância, o campeonato já começou e não seriam correctos novos descontos", acrescentou Enriço Preziosi, líder do Génova. O proprietário e presidente do Bréscia, Gino Corioni, subscreve as palavras dos outros dirigentes, considerando que "seria uma injustiça" nova redução das penas.
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