quinta-feira, agosto 31, 2006

Madail pessimista sobre a decisão da FIFA a ser conhecida num prazo de dois ou três dias

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Gilberto Madail, manifestou-se hoje pessimista sobre a decisão que a FIFA possa tomar, num prazo de dois a três dias, no âmbito do “caso Mateus”. “Não estou muito optimista sobre a decisão que a FIFA vai tomar, provavelmente, nas próximas 48, 72 horas”, disse Gilberto Madail à chegada a Lisboa, depois de esta tarde ter-se reunido com os dirigentes da Federação Internacional de Futebol, em Zurique (Suíça). Apesar do pessimismo, o presidente da FPF considerou “útil” o encontro com os responsáveis da FIFA e disse aguardar “tranquilamente” as decisões do organismo, que podem passar pela suspensão dos clubes e selecções portuguesas das competições internacionais. “Os nossos argumentos foram úteis. Ainda bem que fui. Temos que defender os estatutos da Federação Portuguesa de Futebol, os nossos regulamentos, ao mesmo tempo que defendemos os próprios regulamentos da FIFA”, sustentou Madail. Depois de o Gil Vicente ter recorrido de uma questão desportiva para os tribunais civis, a FIFA alertou a FPF para as consequências desse acto e ameaçou suspender clubes e selecções, caso a federação não tomasse medidas imediatas.

Contestação à providência cautelar do Nacional entregue no Tribunal Administrativo do Porto

A Liga de clubes entregou hoje no Tribunal Administrativo do Porto a contestação à providência cautelar interposta pelo Nacional, que pretende tornar nulo o acto eleitoral para os novos corpos sociais. A Agência Lusa apurou junto deste organismo que o seu departamento jurídico “rebateu uma a uma” as fundamentações apresentadas pelo clube madeirense e agora espera que o tribunal possa “decidir com a brevidade possível”, de forma a que seja restaurada a normalidade. “A Liga defende a legalidade e correcção de todo o processo, incluindo a convocação do mesmo”, disse a fonte. Rui Alves, presidente do Nacional, impugnou as eleições para os corpos sociais da Liga denunciando diversas irregularidades no processo, a primeira das quais alegando que as mesmas se deviam ter realizado em Junho (decorreram a 10 de Agosto e foram impugnadas seis dias depois), conforme previsto estatutariamente. O dirigente queixou-se ainda do facto das listas terem violado o Regime Jurídico das Federações, nomeadamente no dever de se ter candidatado a todos os órgãos sociais: Hermínio Loureiro liderou uma vasta equipa para todos os órgãos, excepto para a Assembleia Geral, onde Valentim Loureiro, ainda actual presidente da Liga, foi candidato único. O Nacional alegou um terceiro ponto, lembrando que compete ao presidente da mesa da AG confirmar a regularidade das listas candidatas - ou, na sua ausência, ao vice-presidente ou associado mais antigo - e que as mesmas foram recebidas pela secretária geral da Liga, Andreia Couto, o que, no seu entender, viola os estatutos.

Madail diz que a FIFA considera a situação “muito grave”

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, revelou hoje que a FIFA considera “muito grave” o “caso Mateus” e considerou que o organismo federativo esgotou as suas competências, ao suspender o Gil Vicente. “A FIFA considera muito grave esta situação. Esgotámos tudo o que estava ao alcance da federação. Vamos aguardar a decisão da FIFA", disse Madail em Zurique (Suíça), em declarações reproduzidas pelo canal televisivo SIC Notícias. O presidente da FPF falou após uma reunião com responsáveis da Federação Internacional de Futebol, na sede do organismo, para explicar os contornos do “caso Mateus” e as medidas que a federação portuguesa tomou sobre o assunto. “Nada nos move contra ninguém”, afirmou Madail, que viajou acompanhado por dois responsáveis do Departamento jurídico da FPF, adiantando que a federação manteve sempre a FIFA a par dos desenvolvimentos do “caso Mateus”. Depois de o Gil Vicente ter recorrido de uma questão desportiva para a os tribunais civis, a FIFA alertou a FPF para as consequências dessa acção, que podem passar pela suspensão dos clubes e selecções portuguesas das competições internacionais. Gilberto Madail, que deverá regressar ainda hoje a Lisboa, vai encontrar-se amanhã com o secretário de Estado da Juventude e Desporto, para analisar o assunto, encontro para o qual também foi convocado o presidente da Liga de clubes, Valentim Loureiro.

Madail garante que o Finlândia-Portugal não está em perigo

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol garantiu hoje, no final de uma reunião com a FIFA, que o “caso Mateus” não coloca em causa a realização do encontro da selecção na Finlândia, de apuramento para o Euro’2008. Gilberto Madail deslocou-se a Zurique, Suíça, para explicar aos responsáveis da FIFA os contornos do “caso Mateus” e as diligências que o organismo português tem realizado sobre o assunto. A reunião, a qual Madail esteve acompanhado por dois responsáveis do Departamento jurídico da FPF, terminou há poucos minutos na sede da FIFA. Depois de o Gil Vicente ter recorrido de uma questão desportiva para a os tribunais civis, a FIFA alertou a FPF para as consequências dessa acção, que podem passar pela suspensão dos clubes e selecções portuguesas das competições internacionais. Gilberto Madail, que deverá regressar ainda hoje a Lisboa, vai encontrar-se amanhã com o secretário de Estado da Juventude e Desporto, para analisar o “caso Mateus”, encontro para o qual também foi convocado o presidente da Liga de clubes, Valentim Loureiro.

Conselho de Justiça analisa amanhã recurso do Leixões

O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol reúne-se amanhã, às 15 horas, em Lisboa, no âmbito do “caso Mateus”, disse à Agência Lusa fonte do organismo. A mesma fonte garantiu que “não haverá declarações no final da reunião”, remetendo as conclusões para “um comunicado, a divulgar no site oficial”. O CJ deverá analisar o recurso apresentado pelo Leixões no âmbito do caso Mateus, que envolve também o Gil Vicente e o Belenenses. Ontem, a FPF decidiu manter a suspensão do Gil Vicente e considerou que a decisão em vigor sobre o assunto é a ditada pelo CJ em 22 de Agosto. Depois dessa data e na sequência de uma queixa apresentada pelos gilistas no Tribunal Administrativo de Lisboa, a Liga de clubes decidiu, contrariando o acórdão do CJ, manter o clube de Barcelos na Liga e despromover o Belenses à Honra. Entretanto, o Leixões apresentou uma queixa reclamando o lugar do Gil Vicente na Liga, na qualidade de terceiro classificado da Liga de Honra 2005/06, o que levou à suspensão dos encontros que envolviam os três clubes.

Laurentino Dias convoca Madail e Valentim Loureiro

O secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, convocou, com carácter de urgência, os presidentes da Federação Portuguesa de Futebol e da Liga, Gilberto Madail e Valentim Lioureiro, respectivamente, para uma reunião, de forma a ser informado pormenorizadamente sobre o “Caso Mateus”, noticiou a “Antena 1” da “RDP”. O encontro poderá ocorrer já amanhã. O governante pretenderá encontrar a solução mais adequada para evitar que Portugal sofra qualquer sanção da FIFA, que poderá levar a que as equipas nacionais sejam impedidas de disputar qualquer prova europeia e que a Selecção Nacional seja afastada da qualificação para o Euro’2008. Recorde-se que Gilberto Madail foi convocado para uma reunião com a FIFA, que decorre desde esta manhã, na Suíça. Aquele organismo internacional não aceita que o Gil Vicente tenha recorrido aos tribunais comuns para resolver uma questão desportiva e, assim, poderá castigar seriamente Portugal.

Finlândia-Portugal pode estar em risco por punição da FIFA

Segundo a edição de ontem à noite da Bola Branca a realização do jogo Finlândia-Portugal está em sério risco e tudo por causa do "caso Mateus". Segundo o programa da Rádio Renascença, que não citou fontes, a FIFA estará, no máximo, a dois dias de punir seriamente Portugal se, entretanto o Gil Vicente, tal como a FPF deseja, não retirar dos tribunais civis a providência cautelar sobre a decisão do Conselho de Justiça de despromover o clube à Liga de Honra. Os regulamentos do organismo mundial não aceitam o recurso aos tribunais comuns sobre decisões desportivas e tem por hábito punir quando isso sucede, podendo o castigo atingir também a participação das equipas portuguesas nas competições europeias.

Scolari tranquilo quanto ao "Caso Mateus"

O seleccionador português, Luiz Felipe Scolari, mostrou-se hoje tranquilo em relação as consequências que poderá ter o “caso Mateus” para a campanha da formação das quinas rumo ao Euro’2008. “Os jogadores só pensam em jogar futebol, deixando as questões judiciais para quem as conhece. Não se manifestam e não se preocupam, pois não conhecem essa área, tal como eu, que desconheço as regras e não sei nada disso”, afirmou Scolari, já em Brondby, na Dinamarca. Em causa poderá estar, numa situação limite, a exclusão de Portugal da fase de apuramento para o Euro’2008, mas isso em nada altera os planos do seleccionador luso. “Vou continuar a preparar a campanha como tenho preparado até aqui, deixando o resto das situações, das quais nem temos de tomar conhecimento, para os tribunais”, disse Luiz Felipe Scolari, acrescentando: “Se estou preocupado? Não, pois não tenho como contribuir, como participar ou como me manifestar”. Para o técnico brasileiro, nada muda: “Tenho de fazer o meu trabalho, que é preparar os atletas para jogarem futebol, e planear os jogos. Não sei o que vai acontecer e só me posso manifestar quando houver a resolução do caso”. “Estive um ano a estudar direito e vi que não era a minha área. Não era há 30 anos e não será agora”, finalizou o técnico “canarinho”, deixando claro que está por “fora” sobre o caso que envolve o internacional angolano Mateus, jogador do Gil Vicente.

Madail reunido com a FIFA

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madail, está reunido, em Zurique, com responsáveis da FIFA para analisar os últimos desenvolvimentos do "Caso Mateus", anuncia a FPF no seu site oficial. Um dia depois da reunião de emergência na FPF, na qual o organismo decidiu manter a suspensão imposta ao Gil Vicente, por a equipa ter recorrido aos tribunais civis, Madail viajou para Zurique, para informar Joseph Blatter dos últimos acontecimentos. O responsável português encontra-se acompanhado pelo director do Departamento Jurídico da FPF, João Leal, e pelo assessor jurídico da Federação, Luís Paulo Relógio. A meio da tarde, aquele organismo internacional dará a conhecer a sua posição. Recorde-se que FIFA ameaça suspender os clubes portugueses dos jogos das competições europeias e a Selecção Nacional caso o clube de Barcelos não abandone o recurso que apresentou nos tribunais civis para resolver uma questão do foro desportivo, o que contraria as regras da organização. No comunicado ontem emitido após a reunião extraordinária, a FPF disse que iria informar a FIFA sobre todas as deliberações sobre o assunto, bem como executar todas as decisões que venham a ser tomadas pelo organismo máximo do futebol mundial.

Comunicado da Direcção da FPF sobre o "Caso Mateus"

Face ao desenvolvimento do caso Mateus e perante a violação, por parte do Gil Vicente F.C., dos regulamentos da FIFA e dos Estatutos da Federação Portuguesa de Futebol, designadamente do seu art.60º, recorrendo aos tribunais comuns decisões dos órgãos jurisdicionais desportivos em matérias estritamente desportivas, delibera:

a) Respeitar e fazer respeitar as decisões (...) do Conselho de justiça, (...) que constituam caso julgado desportivo, bem como os regulamentos desportivos em vigor, o que é um dever estatutário da Direcção da FPF, e previsto também no art.6º n.1 alínea q) dos próprios estatutos da Liga;

b) Notificar a Liga e a Associação de Futebol de Braga para que dêem cumprimento às sua próprias disposições estatutárias e disciplinares nesta matéria, promovendo (...) o cumprimento da deliberação do CJ da FPF de 22/08/2006, na sequência, aliás, das instruções recebidas da FIFA em 25 de Agosto último (...)

c) Manter e ratificar a suspensão do Gil Vicente F.C. das provas da FPF até que cesse a violação, por parte deste Clube, (...) bem como reservar-se ao direito de não homologar as classificações das competições profissionais da época 2006/2007;

d) (...) contestar a providência cautelar interposta pelo Gil Vicente F.C. junto do tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, com base na falta de competência do mesmo tribunal em (...) matéria que é estritamente desportiva, à luz do disposto nos arts 46º e 47º da Lei de Bases do Desporto;

e) Decidir, dentro do prazo previsto na lei, sobre o reconhecimento de "interesse público" oponível à suspensão resultante da notificação, pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, para responder à providência cautelar interposta pelo Gil Vicente F.C.;

f) Encarregar o Presidente da FPF de transmitir à FIFA todas estas deliberações, bem como respeitar e executar todas as decisões que venham a ser tomadas pelo organismo máximo de Futebol mundial.

Suspensão provoca desalento na formação do Gil Vicente

O mediatismo do "caso Mateus" é bem capaz de distorcer a realidade de que apenas o plantel profissional é afectado pela suspensão do Gil Vicente de todas as competições. O lado escondido desta situação não se conta pelos dedos, porque envolve 300 atletas distribuídos pelo todo o edifício do futebol de formação. António Linhares, coordenador das camadas jovens, sublinha que o clube tem equipas em todos os escalões, sem excepção, porque para além das escolinhas está inscrito nos campeonatos distritais e nacionais de "infantis, iniciados, juvenis e juniores, sendo que apenas neste último escalão compete com uma equipa".
Os seniores não foram os únicos impedidos de competir no fim-de-semana passado, já que a equipa de juniores tinha agendada a recepção ao Penafiel para a primeira jornada do Nacional do escalão, mas acabou por realizar um treino de conjunto no Adelino Ribeiro Novo. "Estamos a falar de jovens que abdicaram das férias em Agosto para treinarem e que chegada a competição foram proibidos de jogar". A cena vai repetir-se sábado, com os gilistas impedidos de se deslocarem ao Porto para defrontar o Boavista. Perante a ameaça de o caso se prolongar, o mesmo sucederá com os Iniciados A quando o campeonato começar a 17 de Setembro e se nada mudar afectará as equipas que em princípios de Outubro disputarão os campeonatos distritais. "Os miúdos andam todos bastante tristes, os pais sentem o mesmo e compreende-se tudo isso, porque alguns deles abdicaram inclusive de férias para treinarem...", concluiu António Linhares.
Irónico é que o Gil Vicente está presentemente representando em duas selecções tuteladas pela FPF, já que João Pereira está em Riga com a selecção de Sub-21, enquanto na equipa nacional de sub-17 estão Simão Coutinho e Óscar.

quarta-feira, agosto 30, 2006

Gil Vicente "reforçado" pelo comunicado da FPF

A direcção do Gil Vicente reafirmou hoje a sua razão no denominado caso Mateus, alegando que recorreu aos tribunais civis sobre "matéria de índole laboral, que não estritamente desportiva" e "por indicação expressa da Federação Portuguesa de Futebol". Em comunicado, a direcção gilista reagiu assim à decisão da Federação portuguesa (FPF) de manter a decisão do Conselho de Justiça (CJ) em suspender o Gil Vicente das suas competições e manter o Belenenses na Liga de futebol, no seguimento do caso Mateus. Alegam os gilistas que a questão "nuclear" do caso reporta-se ao facto de o Gil Vicente ter recorrido aos tribunais comuns, mas defendem que, "e tal como a Federação expressamente o reconheceu", esse mesmo recurso se reportou "a situações que configuravam uma natureza meramente laboral, não-desportiva". "De facto, e em rigor, o Gil Vicente Futebol Clube recorreu de dois despachos de indeferimento de inscrição do praticante Mateus, ou seja, de actos material e subjectivamente administrativos, os quais incidiram sobre matéria de índole laboral, que não estritamente desportiva", pode ler-se no comunicado gilista. Os dirigentes do clube de Barcelos justificam ainda que o fizeram "por indicação expressa da Federação Portuguesa de Futebol vertida em fax, secundada, aliás, pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional". Os gilistas defendem ainda que os passos que seguiram obedeceram ao disposto na constituição da República Portuguesa, bem como aos princípios fundamentais comuns às constituições dos Estados membros da União Europeia, em conjugação com o previsto na Lei de Bases do Desporto, e bem assim ao disposto nos regulamentos disciplinares da FPF, os quais prevêem a possibilidade de recurso aos tribunais comuns quando a lei o previr ou quando não estiverem em causa "questões estritamente desportivas".

Liga aguarda resultado do recurso do Leixões

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional nada vai alterar no seu procedimento no caso Mateus até que a Federação Portuguesa de Futebol julgue o recurso apresentado pelo Leixões, que motivou a suspensão dos jogos dos três clubes intervenientes. O Conselho de Justiça (CJ) entendeu suspender a participação desportiva do Gil Vicente, Belenenses e Leixões (o Benfica, por via indirecta, ficou impedido de competir na primeira jornada), após o clube matosinhense interpor sexta-feira um recurso, considerando que lhe cabe a si ocupar a vaga resultante da despromoção do conjunto minhoto. "Hoje, o CJ não disse nada de novo. Apenas confirmou o que tinha decidido antes. A questão da suspensão, decorrente do recurso apresentado pelo Leixões, mantém-se. Penso que vão deliberar sexta- feira. Assim, o quadro actual mantém-se, pelo que o seu presidente nada vai acrescentar ao que disse terça-feira em conferência de imprensa", referiu Jorge Morgado, assessor de Valentim Loureiro. Em traços gerais, Valentim Loureiro disse que "neste momento" a Liga considera que o Gil Vicente tem direito a disputar a Liga (decorrente da decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa face à providência cautelar interposta pelo clube de Barcelos) e os jogos dos clubes intervenientes foram suspensos por exclusiva decisão do CJ da Federação, na sequência do recurso do Leixões. Em declarações à Agência Lusa, Jorge Morgado acrescentou: "a Federação mantém o Gil Vicente suspenso e o tribunal decidiu que o clube é que tem direito a disputar a Liga. Mas nem uma situação nem outra estiveram na origem da suspensão dos jogos. Vamos aguardar". Contactado ainda o Director Executivo, Cunha Leal endereçou a reacção oficial da Liga para o seu presidente: "face à posição que tomou terça-feira, ele é que tem de responder".

Federação mantém suspensão ao Gil Vicente e recorre ela própria da decisão do Tribunal Administrativo

A direcção da Federação Portuguesa de Futebol reunida extraordinariamente hoje de manhã decidiu manter a suspensão imposta ao Gil Vicente, devido ao facto de o clube de Barcelos ter recorrido novamente aos tribunais civis no âmbito do "Caso Mateus". A FPF afirma ainda em comunicado que manterá a FIFA informada sobre o desenrolar da situação, uma vez que poderá ser posta em causa a participação de selecções nacionais e clubes nas competições internacionais. A suspensão do Gil Vicente vai pois manter-se até que o clube retire a recente acção judicial apresentada no Tribunal Administrativo de Lisboa, que aliás a Federação vai ela própria contestar como afirma: “Reconhecendo e respeitando a jurisdição dos tribunais, contestar a providência cautelar interposta pelo Gil Vicente Futebol Clube junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, com base na falta de competência do mesmo tribunal em razão da matéria que é estritamente desportiva, à luz do disposto nos artigos 46 e 47 da Lei de Bases do Desporto”. Mais diz a FPF: “Decidir, dentro do prazo previsto na lei, sobre o reconhecimento de ‘interesse público’ oponível à suspensão resultante da notificação, pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, para responder à providência cautelar interposta pelo Gil Vicente Futebol Clube”.

terça-feira, agosto 29, 2006

Adriano Afonso não respeita Tribunal e mantém CD da Liga em funções

Adriano Afonso garante que a Comissão Disciplinar da Liga vai manter-se em funções e irá, por exemplo, tomar todas as decisões relativas aos casos disciplinares da jornada deste fim-de-semana. "Enquanto praticar actos lícitos e não censuráveis, ninguém manda em mim", disse o presidente da Assembleia Geral da Liga a propósito da suspensão daquele órgão que emana da decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa, face à providência cautelar apresentada pelo Gil Vicente.
Adriano Afonso garantiu ainda não ser verdade que a secretária-geral da Liga, Andreia Couto, lhe tenha ligado, em nome do presidente, a solicitar a nomeação de outros membros para a Comissão Disciplinar, como ontem afirmou Cunha Leal. "Isso não é verdade, não falei com ninguém, nem ninguém me notificiou", assegurou o presidente da Assembleia Geral da Liga. "A Comissão não está suspensa e, por isso, os três membros da Comissão vão continuar a exercer o seu direito", acrescentou.

segunda-feira, agosto 28, 2006

Cunha Leal: "Há um poder que não devia existir"

O director executivo da Liga de clubes (LPFP), Cunha Leal, pediu hoje o afastamento da presidência do organismo de Valentim Loureiro e instou a Federação a que "chame a si as responsabilidades" na resolução do chamado "caso Mateus".
Cunha Leal reafirmou, em conferência de imprensa realizada em Lisboa, a sua convicção de que foi "um acto errado" a suspensão dos dois encontros com as equipas envolvidas - Gil Vicente, Belenenses e Leixões - e admitiu que em última instância a FIFA pode vir a suspender o futebol português das competições internacionais.
O ainda director executivo da Liga interrogou-se sobre as razões que estão a impedir que os novos órgãos sociais da LPFP tomem posse após as eleições de 10 de Agosto e foi peremptório: "há um poder que não devia existir".
A conferência de imprensa realizou-se na sala Porto do hotel Altis porque, explicou Cunha Leal, a intenção era "parecer que estávamos na sede da Liga (que é no Porto)".
"O presidente da Liga devia demitir-se e ir embora", reiterou Cunha Leal, acrescentando: "O que ele fez é mau demais para o futebol português".
O director executivo entende que foi um "acto errado, oposto ao que devia fazer o máximo dirigente do futebol português", que devia ter zelado pelo regular funcionamento das competições profissionais, uma vez que os órgãos jurisdicionais da Liga e da FPF tomaram decisões unânimes no sentido da despromoção do Gil Vicente.
"O Gil Vicente não foi admitido à principal competição da Liga. Foi relegado à Liga de Honra", defendeu, sublinhando que à "luz dos regulamentos desportivos, foi feito caso julgado desportivo".

"Interesse público"
Em relação à última providência cautelar apresentada pelo Gil Vicente, Cunha Leal entende que o Tribunal Administrativo não deu provimento à pretensão do clube para que produzisse efeitos desportivos, pelo que a LPFP deveria ter invocado o "interesse público" para que a "normalidade da competição" não fosse afectada.
Por tudo isto, o responsável da Liga aponta culpas para Valentim Loureiro e pediu o seu afastamento, instando ainda a FPF para que "chame a si as responsabilidades" na resolução do caso e "agarre" a condução do futebol português.
"Não acredito que a direcção da federação tomasse esta decisão", sustentou.
Uma das mais graves acusações de Cunha Leal foi o alegado pedido de Valentim Loureiro ao presidente da Assembleia Geral da Liga, Adriano Afonso, para que seja feita a recomposição dos três membros em falta da comissão de disciplina da LPFP.
"Disse-me há pouco o senhor presidente da Assembleia Geral que a senhora secretária geral, em nome do senhor presidente, lhe tinha telefonado para que nomeasse outros membros para a comissão disciplinar. Para quê? Para tornear a interpretação que ele faz aquilo que foi a posição da juíza (no caso da providência cautelar do Gil Vicente)", explicou.

Caos lançado sobre o futebol
As críticas que se seguiram centraram-se também no arrastamento do processo de tomada de posse dos órgãos eleitos no sufrágio de 10 de Agosto. "Parece que não há uma nova comissão disciplinar, não há uma nova comissão executiva. Se calhar, daqui a um ano, ainda lá estão todos... todos menos eu, talvez seja essa a ideia".
"Há um poder que não devia existir. Tudo se passa como se não tivesse havido eleições", referiu, sublinhando que, apesar de continuar em funções, o seu mandato de quatro anos deveria ter terminado a 11 de Agosto.
O director executivo respondeu também às acusações de Valentim Loureiro sobre o seu elevado salário e para o facto de ter entrado de férias (21 a 28 de Agosto), numa altura em que a temporada 2006/07 estava prestes a arrancar.
Cunha Leal disse que recebe menos do que o anterior ocupante do cargo, Guilherme Aguiar, e, ao contrário deste, não recebe "avenças de participadas da Liga".
Por outro lado, o director executivo sempre expressou publicamente a sua posição sobre o caso, não lhe tendo sido sequer permitido pelos serviços da Liga que fosse publicitado o seu parecer sobre a matéria.
O "caos lançado sobre o futebol português" não tem fim à vista, na opinião de Cunha Leal, que no balanço de quatro anos de actividade sempre garantiu total "isenção" e "imparcialidade" para com todos os clubes nacionais.

CDS/PP lamenta “silêncio” do Governo no Caso Mateus

O CDS/PP lamenta o “silêncio de chumbo do Governo e da maioria PS” perante os últimos acontecimentos relativos ao chamado “caso Mateus”, que levaram ao adiamento de um jogo da primeira Liga de futebol e outro da Liga de Honra. Em nota do gabinete do presidente do partido, Ribeiro e Castro, considera-se “lamentável, e ao mesmo tempo tristemente revelador” esse alegado “silêncio” perante o “escândalo em que está envolvido o início dos campeonatos de futebol (...)”. “Não se compreende de todo a indiferença política do Governo socialista”, refere o CDS/PP, face ao actual “caos”, que “causa diversos danos e afecta o prestígio externo do futebol português e da sua orgânica”. O CDS/PP reconhece que “ninguém espera intervenção na questão concreta da disputa jurisdicional (...)”, mas que “é flagrante estarmos perante mais um sinal de desordem em que tem evoluído a administração e a justiça desportiva”. No entanto, “merece forte censura este comportamento governamental e da maioria parlamentar socialista de indiferença, alheamento e inércia”. “É preciso saber o que a Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto anda a fazer ou planeia fazer”, questiona-se o CDS/PP.

Cunha Leal critica Valentim, que só responde amanhã às 19 horas

“O presidente da Liga [Valentim Loureiro] devia demitir-se e ir embora”, defendeu Cunha Leal, acrescentando: “O que ele fez é mau demais para o futebol português”. O director executivo entende que foi um “acto errado, oposto ao que devia fazer o máximo dirigente do futebol português”, que devia ter zelado pelo regular funcionamento das competições profissionais, uma vez que os órgãos jurisdicionais da Liga e da FPF tomaram decisões unânimes no sentido da despromoção do Gil Vicente. “O Gil Vicente não foi admitido à principal competição da Liga. Foi relegado à Liga de Honra”, defendeu, sublinhando que “à luz dos regulamentos desportivos, foi feito caso julgado desportivo”. Em relação à última providência cautelar apresentada pelo Gil Vicente, Cunha Leal entende que o Tribunal Administrativo não deu provimento à pretensão do clube para que produzisse efeitos desportivos, pelo que a Liga deveria ter invocado o “interesse público” para que a “normalidade da competição” não fosse afectada. Por tudo isto, o responsável da Liga aponta culpas para Valentim Loureiro e pediu o seu afastamento, instando ainda a FPF para que “chame a si as responsabilidades” na resolução do caso e “agarre” a condução do futebol português. “Não acredito que a direcção da Federação tomasse esta decisão”, sustentou. Uma das mais graves acusações de Cunha Leal foi o alegado pedido de Valentim Loureiro ao presidente da Assembleia Geral da Liga, Adriano Afonso, para que seja feita a recomposição dos três membros em falta da comissão de disciplina da Liga. “Disse-me há pouco o senhor presidente da Assembleia Geral que a senhora secretária geral, em nome do senhor presidente, lhe tinha telefonado para que nomeasse outros membros para a comissão disciplinar. Para quê? Para tornear a interpretação que ele faz aquilo que foi a posição da juíza (no caso da providência cautelar do Gil Vicente)”, explicou. As críticas que se seguiram centraram-se também no arrastamento do processo de tomada de posse dos órgãos eleitos no sufrágio de 10 de Agosto. “Parece que não há uma nova comissão disciplinar, não há uma nova comissão executiva. Se calhar, daqui a um ano, ainda lá estão todos... todos menos eu”. “Há um poder que não devia existir. Tudo se passa como se não tivesse havido eleições”, referiu, sublinhando que, apesar de continuar em funções, o seu mandato de quatro anos deveria ter terminado a 11 de Agosto. O director executivo respondeu também às acusações de Valentim Loureiro sobre o seu elevado salário e para o facto de ter entrado de férias (21 a 28 de Agosto), numa altura em que a temporada 2006/07 estava prestes a arrancar. Cunha Leal disse que recebe menos do que o anterior ocupante do cargo, Guilherme Aguiar, e, ao contrário deste, não recebe “avenças de participadas da Liga”. Por outro lado, o director executivo sempre expressou publicamente a sua posição sobre o caso, não lhe tendo sido sequer permitido pelos serviços da Liga que fosse publicitado o seu parecer sobre a matéria. O “caos lançado sobre o futebol português” não tem fim à vista, na opinião de Cunha Leal, que no balanço de quatro anos de actividade sempre garantiu total “isenção” e “imparcialidade” para com todos os clubes nacionais. A Agência Lusa tentou contactar telefonicamente o presidente da Liga, Valentim Loureiro, mas tal não foi possível, tendo sido marcada uma conferência de imprensa do major para as 19 horas de amanhã, na sede da Liga.

Cunha Leal pede afastamento do major e intervenção da FPF

O director executivo da Liga de clubes, Cunha Leal, pediu hoje o afastamento da presidência do organismo de Valentim Loureiro e instou a Federação a que “chame a si as responsabilidades” na resolução do chamado “caso Mateus”. Cunha Leal reafirmou, em conferência de imprensa realizada em Lisboa, a sua convicção de que foi “um acto errado” a suspensão dos dois encontros com as equipas envolvidas - Gil Vicente, Belenenses e Leixões - e admitiu que em última instância a FIFA pode vir a suspender o futebol português das competições internacionais. O ainda director executivo da Liga interrogou-se sobre as razões que estão a impedir que os novos órgãos sociais da Liga tomem posse após as eleições de 10 de Agosto e foi peremptório: “Há um poder que não devia existir”. A conferência de imprensa realizou-se na sala Porto do hotel Altis porque, explicou Cunha Leal, a intenção era “parecer que estávamos na sede da Liga (que é no Porto)”.

Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre o "MateusCaos"

A propósito do caso Mateus, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ontem, na RTP, que “os clubes de futebol devem aceitar as decisões dos tribunais comuns e respeitar a Constituição Portuguesa e a legislação”.
Marcelo referiu que, para “uma solução imediata, a Federação Portuguesa de Futebol deve invocar, nos tribunais, o interesse público muito relevante para justificar a resolução urgente do processo. De resto, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que foi abordado pelo Belenenses no sentido de elaborar um parecer sobre este imbróglio mas, apesar de ter laços familiares com o clube do Restelo, respondeu que não podia ensinar uma coisa aos alunos e depois defender outra publicamente para corresponder aos apelos do Belenenses.

Moreirense junta-se ao rol dos queixosos

Em declarações à Antena 1, Ernesto Fernandes, presidente do Moreirense, garantiu que o seu clube está “atento” aos desenvolvimentos do caso “Mateus” e que, em caso de penalização de algum clube, tentar a permanência na Liga de Honra. “Já estávamos atentos e mais atentos ficámos. Reunimos com o departamento jurídico para termos tudo pronto para intervir, se houver penalização do Gil Vicente. Se houver abertura, queremos manter-nos na Liga de Honra, caso venha a ser punido algum clube, porque fomos os primeiros dos últimos”, disse Ernesto Fernandes.

António Fiúza quer ressarcir-se dos prejuízos motivados pelo atraso do início do Gil Vicente no campeonato

O presidente do Gil Vicente, António Fiúza, proferiu algumas declarações e leu um pequeno comunicado, no momento em que a comitiva embarcava no autocarro de volta a Barcelos, após ter decidido não comparecer no Estádio da Luz para o jogo com o Benfica, que foi suspenso na sequência do “caso Mateus”. “A direcção do Gil Vicente FC comunicará ao tribunal os motivos pelos quais não foi realizado o tal jogo, pedindo a responsabilização dos culpados por tal facto”, revelou António Fiúza. O presidente do clube minhoto justificou a viagem a Lisboa com o propósito de cumprir a “decisão judicial do Tribunal Administrativo de Lisboa” e reserva-se o direito de exigir o ressarcimento de “todos os prejuízos financeiros que o atraso do início da campanha do Gil Vicente FC na Primeira Liga Portuguesa lhe acarretará”. António Fiúza explicou que a deslocação à capital foi feita na convicção de que a Liga de clubes revogaria o despacho através do qual ordenou a suspensão do encontro da primeira jornada, com o Benfica. “Não havendo resposta ao pedido de revogação do comunicado oficial número 25/06 da época 2007 da Liga Portuguesa de Futebol Profissional que o Gil Vicente FC enviou na sexta-feira passada, dia 25 de Agosto de 2006, pelas 23 horas, só nos resta regressar a Barcelos”, conformou-se António Fiúza.

Gil Vicente esperado por 3 mil adeptos na chegada a Barcelos

A equipa de futebol do Gil Vicente foi domingo recebida por cerca de 3.000 pessoas em Barcelos, depois de ter regressado de Lisboa, onde se deslocou com a intenção de defrontar o Benfica na ronda inicial da Liga.
Depois de ter anunciado sexta-feira que iria se deslocar ao Estádio da Luz para defrontar o Benfica, apesar de a Liga ter suspenso os jogos que envolvem Gil Vicente, Belenenses e Leixões no âmbito do Caso Mateus, a direcção gilista acabou por sair directamente do hotel para Lisboa.
Num comunicado lido à saída, o presidente do clube de Barcelos manifestou que o clube tem a intenção de comunicar ao tribunal que não houve jogo, solicitando a responsabilização dos culpados e um pedido de indemnização à Liga.

"A direcção do Gil Vicente FC comunicará ao tribunal os motivos pelos quais não foi realizado o tal jogo, pedindo a responsabilização dos culpados por tal facto", revelou António Fiúza, no dia em que o clube de Barcelos deveria estrear-se no campeonato.
O presidente do clube minhoto justificou a viagem a Lisboa com o propósito de cumprir a "decisão judicial do Tribunal Administrativo de Lisboa" e reserva-se o direito de exigir o ressarcimento de "todos os prejuízos financeiros que o atraso do início da campanha do Gil Vicente FC na Primeira Liga Portuguesa lhe acarretará".
António Fiúza explicou que a deslocação à capital foi feita na convicção de que a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) revogaria o despacho através do qual ordenou a suspensão do encontro da primeira jornada, com o Benfica.
À chegada a Barcelos ninguém dos gilistas prestou declarações, tendo o plantel sido recebido por cerca de 3.000 adeptos, que incentivaram a equipa e mostraram-se convictos de que os gilistas vão permanecer na Liga principal portuguesa.

Liga coloca o Gil a jogar no Estádio do... Restelo!!!

A Liga Portuguesa de Futebol (L.P.F.P.) respeitou a decisão do Tribunal Administrativo de Lisboa, relativa ao «caso Mateus», que anulou a sentença da justiça desportiva referente à despromoção do Gil Vicente para a Liga de Honra. O organismo não perdeu tempo e, apesar da suspensão dos jogos a envolver os clubes com interesses no imbróglio (Gil Vicente, Belenenses e Leixões), ordenou que o nome do clube de Barcelos voltasse a constar no calendário oficial da Liga 2006/07.
O mesmo pode ser consultado no site da L.P.F.P. (www.lpfp.pt), mas contém uma gralha constrangedora, pois coloca o Gil Vicente a jogar no Estádio do Restelo, no escalão principal, na condição de visitado, enquanto o Belenenses teria de deslocar-se até ao Estádio Cidade de Barcelos para disputar os encontros caseiros referentes à Liga de Honra. De quinze em quinze dias.
Ao longo das várias jornadas das competições profissionais, o erro repete-se, conforme se pode verificar numa consulta rápida à página do organismo na Internet ¿ aqui para o Gil Vicente e aqui para o Belenenses.

Processo continua esta segunda-feira
Entretanto, e não obstante as gralhas, o processo continua esta segunda-feira, depois da viagem infrutífera do Gil Vicente a Lisboa, onde pretendia defrontar o Benfica. Cunha Leal, director-executivo da Liga de clubes, marcou uma conferência de imprensa para falar sobre o caso, em Lisboa, depois do período de férias no Algarve que motivou críticas de Valentim Loureiro e troca de acusações.
O clube de Barcelos, pela voz do presidente António Fiúza, prometeu mais novidades para este dia, depois de anunciar que pretende comunicar ao tribunal as razões do adiamento do jogo no Estádio da Luz. A Federação Portuguesa de Futebol, por seu turno, convocou uma reunião de emergência para a próxima quarta-feira.
Por outro lado, a Liga de clubes terá de preencher o vazio na sua Comissão Disciplinar (C.D.). O Tribunal Administrativo de Lisboa decretou que as decisões de Adriano Afonso, presidente da Mesa da Assembleia Geral estavam suspensas, e as mesmas prendiam-se com a reintegração de dois juízes da C.D. e a nomeação de um terceiro, para permitir que o órgão tivesse quórum. Em último caso, Adriano Afonso terá de nomear três novos elementos, para traçarem o mapa de castigos referentes à 1ª jornada das competições profissionais e analisar o processo disciplinar a instaurar ao Gil Vicente.

Cunha Leal anuncia conferência de imprensa para amanhã à tarde

O director-executivo da Liga de clubes, Cunha Leal, disse hoje à Agência Lusa que vai pronunciar-se sobre o "caso Mateus", amanhã em conferência de imprensa, a realizar no Hotel Altis, em Lisboa (16h30). O director-executivo ainda em funções da Liga, enquanto os novos órgãos sociais não tomam posse, tem estado de férias, mas anteontem defendeu que os jogos, entretanto suspensos, envolvendo o Gil Vicente e o Belenenses se deveriam realizar. Para Cunha Leal estaria, desse modo, garantida “a plena normalidade desportiva e de funcionamento das competições cuja competência organizativa lhe está cometida (à LPFP), enquanto Órgão Autónomo da Federação Portuguesa de Futebol”. Na sexta-feira, e depois do Tribunal Administrativo de Lisboa aceitar a providência cautelar do Gil Vicente, que havia, entretanto, sido “sentenciado” pelo Conselho de Justiça da FPF à Liga de Honra, a FPF suspendeu o clube de Barcelos e a Liga os jogos que se deviam disputar no fim-de-semana (com Belenenses, Gil Vicente e Leixões). O presidente da Liga, Valentim Loureiro, reagiu no mesmo dia às declarações de Cunha Leal criticando o director-executivo por este ter entrado de férias e referindo que não lhe reconhecia competência para que ele o pudesse aconselhar. “Do meu ponto de vista não está à altura para me aconselhar. O que ele (Cunha Leal) pretendia era que os jogos andassem como se nada se tivesse passado. Como advogado, fica-lhe muito mal tomar estas posições. Mas isso é um problema dele e não meu”, disparou o Major. No âmbito de todo o processo do “caso Mateus” para já é grande a indefinição, mas também a certeza da suspensão dos jogos do Gil Vicente, Belenenses e Leixões, este último, à última hora, a reclamar igualmente o direito à subida. Para quarta-feira está agendada uma reunião de carácter extraordinário da Federação Portuguesa de Futebol.

domingo, agosto 27, 2006

Claque do Gil Vicente desmarca viagem à Luz

A claque do Gil Vicente desmarcou hoje os dois autocarros que estavam previstos viajar para Lisboa amanhã, decisão tomada após ter sido conhecida a decisão do Benfica de não comparecer no Estádio da Luz. Segundo fonte da claque gilista, estavam realmente previstos dois autocarros para Lisboa, mas, com o anúncio encarnado de acatar a decisão de suspensão do jogo de amanhã, os mesmos foram anulados. Entretanto, a equipa do Gil Vicente rumou a Lisboa ao início da tarde, mantendo a decisão de comparecer no Estádio da Luz, apesar da Liga de clubes ter anunciado ontem a suspensão dos encontros que envolvem Belenenses, Gil Vicente e Leixões, no âmbito do “caso Mateus”. Desta forma, apenas o Gil Vicente deverá apresentar-se, uma vez que o Benfica e o Belenenses já anunciaram que não se deslocarão amanhã ao Estádio da Luz, em Lisboa.

Gil Vicente na Luz mesmo sem o Benfica

O Gil Vicente vai apresentar-se no Estádio da Luz, apesar de o Benfica ter anunciado hoje que não iria comparecer na partida da primeira jornada da Liga portuguesa, jogo suspenso pela Liga de clubes na sequência do “Caso Mateus”. “Já vamos a caminho. Só tenho pena que o Benfica tivesse três balneários e agora não tenha nenhum para o Gil Vicente. Vamos para estágio e vamos apresentarmo-nos no Estádio da Luz”, afirmou à agência Lusa o presidente do Gil Vicente, António Fiúza. O líder gilista lamentou ainda o facto de Luís Filipe Vieira ter falado “com tanta convicção”, mas ter acabado “por recuar” na decisão de comparecer na partida. A decisão do Benfica não se apresentar no jogo de domingo foi tomada após a recepção de um fax emitido pela Liga de clubes dando conta da suspensão do encontro. Em comunicado divulgado no seu site oficial, os encarnados explicam que decidiram acatar a decisão da Liga, mas acrescentam que “só hoje de manhã tomaram conhecimento do fax emitido sexta-feira às 19:44”.

PSP desconvoca operação para o Benfica-Gil Vicente

A Polícia de Segurança Pública desconvocou a operação prevista para o encontro entre o Benfica e o Gil Vicente, da primeira jornada da Liga portuguesa, suspenso pela Liga de clubes, anunciou hoje fonte policial. “A operação prevista para o encontro está desconvocada. O policiamento será assegurado pelos agentes que habitualmente estão na zona”, disse à agência Lusa fonte do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP. Apenas o Gil Vicente deverá apresentar-se, uma vez que o Benfica e o Belenenses já anunciaram que não se deslocarão amanhã ao Estádio da Luz, em Lisboa.

Federação reúne-se extraordinariamente na quarta-feira

A Federação Portuguesa de Futebol anunciou hoje que marcou uma reunião para quarta-feira de “carácter extraordinário” com os órgãos federativos para analisar o designado “caso Mateus”. De acordo com o site da FPF, a reunião vai ocorrer na sede da federação, em Lisboa, quarta-feira às 12 horas. Ontem, a FPF garantiu que iria “actuar de forma rápida e peremptória” durante a próxima semana e considerou que “se tivesse plenos poderes sobre todo o futebol português o caso já estaria encerrado há muito tempo”. Hoje, o presidente do Gil Vicente acusou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol de pressionar várias forças políticas no sentido de convencerem a direcção do clube a desistir do recurso para os tribunais comuns, no âmbito do “caso Mateus”.

Benfica não vai apresentar-se amanhã

O Benfica anunciou hoje que a equipa não vai apresentar-se no jogo de amanhã, da primeira jornada Liga portuguesa, decisão tomada após a recepção de um fax emitido pela Liga de clubes dando conta da suspensão do encontro. Em comunicado divulgado no seu site oficial, os encarnados explicam que decidiram acatar a decisão da Liga, mas acrescentam que “só hoje de manhã tomaram conhecimento do fax emitido sexta-feira às 19:44”. Entretanto, o Gil Vicente anunciou hoje de manhã a decisão de se apresentar no Estádio da Luz. A Liga de clubes suspendeu ontem os jogos que envolvem o Belenenses, o Gil Vicente e o Leixões nas jornadas inaugurais da Liga e Liga de Honra. A decisão da Comissão Executiva seguiu-se aos mais recentes desenvolvimentos sobre o “Caso Mateus”, em que o Tribunal Administrativo de Lisboa mandou a Liga suspender a decisão relativa ao “Caso Mateus”, que relega o Gil Vicente para a segunda divisão, bem como ao efeito de suspensão decretado pelo Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol.

sábado, agosto 26, 2006

António Fiúza acusa Gilberto Madail de pressões

O presidente do Gil Vicente acusou hoje o presidente da Federação Portuguesa de Futebol de pressionar várias forças políticas no sentido de convencerem a direcção do clube a desistir do recurso para os tribunais comuns, no âmbito do “Caso Mateus”. “Recebi muitas pressões para desistir e ficar na Liga de Honra, inclusivamente nos últimos dias recebi quatro faxes da FPF, entre as quais cópias de faxes enviados pela FIFA”, disse Fiúza, acrescentando que Gilberto Madail tentou “influenciar algumas forças políticas de forma a pressionarem o Gil Vicente a desistir do recurso”. Em conferência de imprensa realizada no Estádio Municipal Cidade de Barcelos, António Fiúza pediu ao secretário de Estado da Juventude e Desporto, Laurentino Dias, que demita os órgãos sociais da FPF. “Faço um apelo ao secretário de Estado Laurentino Dias para demitir os dirigentes federativos”, disse Fiúza, perante mais de 300 adeptos do clube, que encheram a sala de imprensa. A FPF solicitou ontem à Liga a abertura de um processo disciplinar contra o Gil Vicente, seguindo as instruções da FIFA, e decidiu suspender o clube de todas as competições nacionais que organiza. António Fiúza entende que a suspensão dos escalões jovens é uma “vergonha” e garante que os juniores vão apresentar-se no jogo com o Penafiel. “Os jovens vão estar lá, é uma vergonha estamos a tirar os jovens da droga e estes senhores fazem isto”, afirmou. O presidente gilista acusou a FPF de ter “dois pesos e duas medidas”, relembrando a transferência de Paulo Sousa do Benfica para o Sporting, em que os leões recorreram para os tribunais comuns, vendo depois ser arquivado o processo instaurado pelo Conselho de Justiça da federação. António Fiúza acusou ainda vários órgãos de comunicação social de prestarem informações incorrectas, nomeadamente por não terem publicado o fax onde, em sua opinião, a FPF aconselha o Gil Vicente a recorrer aos tribunais comuns da decisão do “Caso Mateus”. O presidente do Gil Vicente, sempre bastante aplaudido pelos adeptos, referiu que o clube tem “lutado contra tudo e contra todos” e “vai até ao fim do Mundo, se for preciso”.

Gil Vicente vai apresentar-se na Luz

O Gil Vicente vai apresentar-se amanhã no Estádio da Luz para defrontar o Benfica, no jogo da primeira jornada da Liga portuguesa, apesar de o encontro ter sido suspenso pela Liga de clubes devido ao “Caso Mateus”. A presença do Gil Vicente na Luz foi anunciada hoje pelo advogado do clube, Pedro Maceirinha, numa conferência de imprensa, na qual também participou o presidente do clube, António Fiúza. A Liga de clubes suspendeu ontem os jogos que envolvem o Belenenses, o Gil Vicente e o Leixões nas jornadas inaugurais da Liga e Liga de Honra. A decisão da Comissão Executiva seguiu-se aos mais recentes desenvolvimentos sobre o “Caso Mateus”, em que o Tribunal Administrativo de Lisboa mandou a Liga suspender a decisão relativa ao “Caso Mateus”, que relega o Gil Vicente para a Liga de Honra, bem como ao efeito de suspensão decretado pelo Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol. O Benfica também já anunciou a intenção de se apresentar no encontro, agendado para as 19h15, e disse não ter recebido qualquer comunicação dando conta da suspensão do encontro.

Gil Vicente vai agir criminalmente contra “o incumprimento da ordem do tribunal”

O Gil Vicente vai apresentar-se amanhã no Estádio da Luz, para o jogo da Liga com o Benfica e tenciona agir criminalmente contra o incumprimento da ordem do Tribunal Administrativo no âmbito do “Caso Mateus”. Em conferência de imprensa realizada hoje, o advogado do clube, Pedro Maceirinha considerou que a decisão da Liga de suspender os jogos “é ilegal, pelo que será contestada em sede própria”. “Vamos agir criminalmente contra o incumprimento da ordem do Tribunal Administrativo”, disse, acrescentando: “Foi tudo feito precipitadamente. Na quinta-feira, o Tribunal Administrativo enviou documento à Liga e Federação a determinar que seria o Gil Vicente a jogar na Luz”. Pedro Maceirinha acusou a Liga de clubes e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de terem esperado até ao “último dia e só às 19h30 de sexta-feira é que decidiram suspender os jogos não dando possibilidades ao clube de reagir”. O advogado garantiu ainda que o clube vai agir com a mesma dureza contra a decisão de suspender as equipas jovens do clube de participarem nas competições organizadas pela FPF. “Segunda-feira vamos reagir com a mesma dureza no que respeita aos escalões mais jovens. No próximo domingo (dia 2 Setembro) eles já vão disputar os jogos”, disse o advogado, lembrando que o clube “tem cerca de 300 jovens nos vários escalões e não é correcto suspender a sua actividade num momento tão conturbado”. Maceirinha criticou ainda a atitude do Leixões, que reclamou junto da Liga o lugar do Gil Vicente por ser o terceiro classificado da última edição da Liga de Honra 2005/06. “Alguém terá influenciado o Leixões a tomar esta atitude para originar o cancelamento dos jogos, porque na quarta-feira o clube tinha-se conformado que iria disputar a Honra”, referiu. Quanto à atitude da FIFA, que solicitou à FPF a abertura de um processo disciplinar ao Gil Vicente devido ao recurso para os tribunais civis, Pedro Maceirinha considerou que o organismo que rege o futebol mundial tem agido com informação parcial. “A FIFA tem agido apenas com a informação fornecida pela FPF. O Gil Vicente já enviou informação à FIFA, e o presidente está a fazer contactos para que tudo seja esclarecido”, garantiu. O advogado do clube de Barcelos considerou ainda que “se a FPF suspendeu a actividade dos jovens, também é lícito que a FIFA suspenda a FPF nas classes mais jovens”.

Gil Vicente suspenso de todas as competições nacionais

A Direcção da Federação Portuguesa de Futebol suspendeu o Gil Vicente FC de todas as competições nacionais, ficando por esse facto impedido de efectuar jogos oficiais a partir desta dada.

Assim, o jogo nº 211.01.002 - Gil Vicente / Penafiel, do Campeonato Nacional de Juniores "A" - I Divisão, previsto para o dia 26/08/06, não se realizará.

Mais se informa que esta deliberação, tomada ao abrigo do disposto na alínea r) do Artigo 33 dos Estatutos da FPF, em conjugação com o Artigo 28 do Regulamento Disciplinar, se encontra em consonância com a comunicação oportunamente recebida da FIFA.

Belenenses indignado com suspensão dos jogos

Cabral Ferreira, presidente do Belenenses, reagiu com indignação ao comunicado da Liga de clubes que dá conta da suspensão dos jogos do Belenenses, Gil Vicente e Leixões no cada vez mais complexo «caso Mateus».
O dirigente confirmou a recepção do comunicado no Estádio do Restelo por volta das 20 horas e classificou a situação como «muito grave», atribuindo as responsabilidades ao Gil Vicente pela providência cautelar que interpôs junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa que, na sua opinião, «contraria os regulamentos federativos e, por consequência, os emanados da FIFA».
O presidente dos «azuis» do Restelo diz que «é necessário que os culpados assumam as responsabilidades do que se está a passar» e lamenta que a Liga tenha «acatado a decisão do tribunal, colocando o Gil Vicente na Liga principal». Cabral Ferreira considera ainda «gravíssimo» o facto de todas estas decisões ocorrerem a pouco mais de meia-hora do início do campeonato que se iniciou esta noite com o F.C. Porto-U. Leiria.
O Belenenses conta agora com três dias úteis para contestar as alegações apresentadas pelo Leixões que, esta sexta-feira, recorreu para o Conselho de Justiça da Federação para também reclamar um lugar na primeira Liga.

FPF promete actuar rapidamente

A FPF promete, em relação ao chamado “caso Mateus”, actuar “de forma rápida e peremptória” na próxima semana e considera que “se tivesse plenos poderes sobre todo o futebol português” o caso “já estaria encerrado há muito tempo”. A tomada de posição da Federação Portuguesa de Futebol é feita no seu site da Internet, num texto intitulado “Considerações sobre o caso Mateus”. “Lamentamos que o andamento processual se tenha arrastado no órgão disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional”, refere o texto, antes de se garantir uma actuação “rápida e peremptória” para os próximos dias. A FPF relembra que não só os seus estatutos e os da FIFA como também a lei portuguesa “admitem que os clubes não devem recorrer aos tribunais comuns quando estiverem em causa decisões e deliberações estritamente desportivas”. “Caso a FPF tivesse plenos poderes sobre todo o futebol português, incluindo o profissional, como, de resto, a FIFA tem vindo a exigir, este caso já estaria encerrado há muito tempo”, considera ainda a Federação. Para a FPF há que modificar a actual Lei de Bases do sector, “onde as competências sobre o futebol profissional estão repartidas de forma pouco clara, dando azo a situações deste género”.

Benfica apresenta-se depois de amanhã em campo

O Benfica vai apresentar-se depois de amanhã no Estádio da Luz para disputar o seu encontro de estreia na Liga portuguesa de futebol, que se inicia hoje, apesar do Conselho de Justiça da Federação ter suspendido os jogos que envolvem Gil Vicente, Belenenses e Leixões. A declaração foi feita pelo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que, em conferência de imprensa, disse ter recebido hoje, às 18h51, um comunicado da Liga informando o clube que, em vez de defrontar domingo o Belenenses na primeira jornada da prova, iria defrontar o Gil Vicente, mantendo-se a mesma hora (19h15) e transmissão televisiva. O dirigente encarnado realçou que o clube ainda não recebeu qualquer comunicação posterior dando conta da suspensão do jogo, pelo que o estágio da equipa numa unidade hoteleira de Lisboa vai manter-se e que esta se apresentará domingo em campo. “Estamos serenos e calmos”, disse o presidente do Benfica, acrescentando que os jogadores vão fazer o estágio no hotel antes do jogo. “Não há nada que nos esteja a preocupar”, garantiu o dirigente, durante a conferência de imprensa de apresentação do defesa esquerdo Miguelito, que assinou com os encarnados por quatro temporadas. Segundo Luís Filipe Vieira, “o Benfica tudo tem feito para credibilizar a indústria do futebol”, mas seria bom que “as pessoas que dirigem a Liga sejam pessoas responsáveis, para o bem e para o mal”, numa alusão às decisões tomadas por este organismo. Para o presidente encarnado é fundamental que tais pessoas “saibam o que representa a indústria do futebol”, alertando para o facto de já terem sido vendidos mais de 40 mil bilhetes para o anunciado jogo de domingo entre Benfica e Belenenses, que veio agora a ser alterado e suspenso. “Não vai haver problema para o Benfica, pois temos mais de três balneários”, ironizou Luís Filipe Vieira, a propósito da decisão de suspensão, devido ao “caso Mateus”, dos jogos de Belenenses, Gil Vicente e Leixões, situação que disse desconhecer oficialmente.

Presidente do Belenenses considera “grave” a suspensão dos jogos

O presidente do Belenenses considerou inadmissível o que se está a passar num desporto que se diz profissional, após a recepção da notificação federativa ordenando a suspensão dos jogos onde intervinham Leixões, Gil Vicente e Belenenses. Cabral Ferreira classifica de “muito grave” a situação criada com a providência cautelar interposta pelo Gil Vicente no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, da qual resultou uma decisão que “contraria os regulamentos federativos, e por consequência os emanados da FIFA”. O dirigente azul confirmou ter recebido, cerca das 20 horas, o comunicado 25.06.07 emanado da Liga, a dar sequência a uma notificação federativa, de acordo com a qual Leixões - que recorreu para o Conselho de Justiça da FPF numa tentativa para substituir o Belenenses, caso desçam os gilistas - Belenenses e Gil Vicente ficam impedidos de participar nas duas competições organizadas pela Liga. O líder do clube lisboeta, que vincou claramente ser “necessário que os culpados assumam as responsabilidades do que se está a passar”, lamentou que o organismo liderado por Valentim Loureiro tenha “acatado a decisão do Tribunal lisboeta, colocando o Gil Vicente na Liga principal”. Cabral Ferreira, salientando que “em casa onde não há pão todos ralham e sem razão”, numa alusão ao emaranhado de decisões e medidas avulso conhecidas nas últimas horas, considera também “gravíssimo” o facto de “tudo isto ocorrer a pouco mais de hora e meia do início do campeonato”. O Belenenses dispõe agora de três dias úteis para contestar as alegações apresentadas pelo Leixões.

Presidente da Ordem dos Advogados fala em “difícil coabitação entre jurisdição desportiva e a dos tribunais comuns”

O bastonário da Ordem dos Advogados considerou hoje que o “caso Mateus”, que está a abalar o futebol português, reflecte a “difícil coabitação entre a jurisdição desportiva e a jurisdição dos tribunais comuns”. “Se há matérias em que essa separação é clara, há zonas de fronteira que podem suscitar dúvidas”, declarou à Agência Lusa Rogério Alves, quando confrontado com a confusão jurídica que o “caso Mateus” está a suscitar no futebol português. Relativamente às dúvidas que podem surgir nessas zonas de fronteira, o bastonário referiu que uma das questões era a de saber em que situações é lícito aos clubes recorrerem aos tribunais comuns sem violar a legislação desportiva. Outra questão, adiantou, prende-se em saber em que medida “a impossibilidade de nalguns casos se recorrer aos tribunais comuns é ou não compatível com o ordenamento jurídico português”, designadamente com a Constituição. Rogério Alves notou também que a Lei de Bases do Desporto, nalgumas circunstâncias, ela própria prevê a exclusividade das instâncias desportivas para dirimirem e resolverem questões de índole técnica e de carácter disciplinar que são matérias consideradas estritamente desportivas. O bastonário admitiu que neste aspecto também podem ser suscitadas questões de natureza constitucional. Rogério Alves considerou, contudo, que acatar uma decisão de um tribunal comum é sempre uma atitude “sensata”, mas evitou comentar ao pormenor todas as decisões tomadas no âmbito do “caso Mateus”.

Leixões reivindica ocupar o lugar do Belenenses na Liga Bwin

O Leixões vai entregar esta tarde na sede da Liga Portuguesa de Futebol Profissional um documento em que reivindica ocupar o lugar do Belenenses na Liga bwin, invocando para isso o direito desportivo adquirido. O clube de Matosinhos aguardou pelo desfecho do “Caso Mateus” para tomar uma posição e, uma vez que tudo indica que ao Gil Vicente será denegada a possibilidade de participar na Liga bwin, entendem os responsáveis matosinhenses que não deve ser o Belenenses a ocupar a vaga do conjunto de Barcelos, porque desceu à Liga de Honra, mas sim o Leixões que, num caso destes, tem o direito desportivo por ter sido o terceiro classificado desta prova na época passada.

Gil Vicente intimado pela Federação a desistir do recurso cível que apresentou

Na sequência do fax enviado hoje pela FIFA à Federação Portuguesa de Futebol, exigindo uma tomada de posição pelo facto de o Gil Vicente ter recorrido aos tribunais cíveis, no sentido de lhe ser dada razão no chamado “Caso Mateus”, a FPF solicitou à Liga Portuguesa de Futebol Profissional a abertura de um processo disciplinar ao Gil Vicente e pediu-lhe que inste com o clube de Barcelos para que apresente de imediato a desistência do recurso apresentado no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa.

Cunha Leal insta Valentim Loureiro para que cumpra apenas as decisões dos tribunais desportivos

O director-executivo da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Cunha Leal, defende que deve ser mantida a normalidade do funcionamento dos campeonatos profissionais, apesar dos últimos desenvolvimentos do "Caso Mateus". Cunha Leal enviou um fax ao presidente da LPFP, Valentim Loureiro, onde considera que o organismo que rege o futebol profissional deve aplicar as decisões tomadas, nas instâncias desportivas: "Entendo que a LPFP deve, no quadro dos poderes e específicas competências e responsabilidades desportivas que lhe cabem, manter a total normalidade do funcionamento dos Campeonatos Profissionais, bem como o normal desenrolar da calendarização dos jogos. Estará assim garantida a plena normalidade desportiva e de funcionamento das competições cuja competência organizativa está cometida à LPFP, enquanto Órgão Autónomo da Federação Portuguesa de Futebol".

Hermínio Loureiro não comenta até tomar posse

O presidente eleito da Liga de clubes, Hermínio Loureiro, escusou-se hoje a comentar o “caso Mateus”, nomeadamente, o pedido da FIFA para a instauração de um processo disciplinar ao Gil Vicente por este ter recorrido à justiça civil. Loureiro, cuja tomada de posse foi suspensa devido a uma providência cautelar instaurada pelo Nacional da Madeira, referiu à Agência Lusa que só comentará os casos do futebol português quando assumir a direcção da Liga.

CD da Federação instaura processo disciplinar ao Gil Vicente

O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai instaurar um processo disciplinar ao Gil Vicente, na sequência do recurso do clube de Barcelos aos tribunais civis. Segundo comunicado da FPF, as eventuais consequências do processo irão recair sobre as equipas de futebol que participem nas competições organizadas pela Federação, nomeadamente nos campeonatos jovens. A FPF deu também indicações à Liga de clubes para instaurar um processo contra os gilistas, “dando assim seguimento às indicações da FIFA sobre a matéria”. Esta manhã, o organismo máximo do futebol internacional relembrou a “gravidade” da acção do clube dirigido por António Fiúza e reiterou também a necessidade de um processo disciplinar ao clube. Por outro lado, segundo a Federação, a Liga deve ainda notificar o Gil Vicente para que este desista de imediato do pedido de providência cautelar apresentado no Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa.

Liga suspende jogos que envolvem Belenenses, Gil Vicente e Leixões

Os jogos que envolvem o Belenenses, o Gil Vicente e o Leixões nas jornadas inaugurais da Liga portuguesa de futebol e Liga de Honra foram hoje suspensos pela Comissão Executiva da Liga de clubes. A decisão da Comissão Executiva seguiu-se aos mais recentes desenvolvimentos sobre o “caso Mateus”, em que o Tribunal Administrativo de Lisboa mandou a Liga suspender a decisão relativa ao “caso Mateus”, que relega o Gil Vicente para a segunda divisão, bem como ao efeito de suspensão decretado pelo Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol. Esta decisão do CJ da Federação segue-se a um recurso do Leixões, com efeito suspensivo, junto da Liga para que seja este clube a jogar na primeira divisão, caso se confirme a descida do Gil Vicente. A Liga deu seguimento ao recurso do Leixões e enviou-o para o CJ, que decidiu suspender os jogos em que intervenham o Gil Vicente, o Belenenses e o Leixões. Perante a decisão do CJ, a Liga resolveu suspender os jogos em que estava prevista a participação destas três equipas. Esta posição da Liga vai inviabilizar a realização este fim-de-semana dos jogos Benfica-Belenenses, para a Primeira Liga, e Leixões-Gil Vicente, para a Liga de Honra, como previa o calendário futebolístico da Liga.

FIFA intima a Federação Portuguesa de Futebol a tomar medidas no tocante ao Gil Vicente

A FIFA enviou esta manhã à Federação Portuguesa de Futebol um ofício, via fax, em que determina sejam tomadas medidas imediatas sobre o recurso do Gil Vicente aos tribunais civis no âmbito do chamado “Caso Mateus”. A posição tomada pela FIFA poderá obrigar a FPF a suspender o Gil Vicente.

Fernando Santos lamenta as indefinições do “caso Mateus” e as implicações que poderá ter para o Benfica

Fernando Santos, treinador do Benfica, expressou hoje em conferência de imprensa um certo mal estar por não saber ainda se a sua equipa inicia ou não no domingo o campeonato da Liga bwin e se o adversário é o Belenenses ou não... “Tudo o que têm rodeado o chamado ‘Caso Mateus’ vem provocando uma certa desconcentração na nossa equipa. Mas o adiamento da jornada provocaria ainda maiores dificuldades para encaixar depois esse jogo no nosso calendário, uma vez que teria sempre que caber a seguir a uma partida da Liga dos Campeões”, referiu Fernando Santos.

Dias Ferreira diz que a Liga deve manter Belenenses na I Liga

O antigo dirigente do Sporting e advogado Dias Ferreira considerou hoje que, face à Lei de Bases do Desporto, a Liga de clubes devia prosseguir na sua decisão de manter o Belenenses na divisão principal de futebol. Em declarações à Agência Lusa, Dias Ferreira referiu que a decisão tomada ontem pelo Tribunal Administrativo de Lisboa de suspender a despromoção do Gil Vicente à Liga de Honra tem de ser articulada com a Lei de Bases do Desporto. Segundo o jurista, apesar de a decisão do tribunal ser no sentido de suspender a eficácia do acto de desclassificação do Gil Vicente, um dos artigos da Lei de Bases do Desporto entende que tais recursos contenciosos “não prejudicam os efeitos desportivos entretanto validamente produzidos” na sequência de decisões das instâncias competentes na ordem desportiva, como é o caso da Liga de clubes. Assim, e “numa primeira análise, a decisão legal da Liga de clubes deveria ser manter a situação como está, ou seja o Belenenses na primeira divisão e o Gil Vicente na segunda”. Para Dias Ferreira, uma decisão final da Liga de clubes neste sentido não seria contraditório com o despacho do Tribunal Administrativo de Lisboa, pois o juiz limitou-se a suspender a eficácia da despromoção do Gil Vicente, deixando contudo as consequências daí resultantes para aquele organismo desportivo definir. Qualquer decisão que venha a ser tomada pela Liga de Clubes tem de levar em conta a Lei de Bases do Desporto, precisou. Quanto ao facto de a FIFA defender a instauração de um processo disciplinar ao clube de Barcelos por ter recorrido aos tribunais civis, Dias Ferreira alega “discordar” da atitude deste organismo. “Não pode ser a FIFA ou a Federação Portuguesa de Futebol a definir o que são questões estritamente desportivas”, observou, criticando que a FIFA tenha ameaçado o futebol português com processos disciplinares. Nas palavras de Dias Ferreira, tal comportamento da FIFA revela a “prepotência habitual” deste organismo desportivo.

Tribunal Administrativo de Lisboa dá razão ao Gil Vicente

O Tribunal Administrativo de Lisboa deu hoje razão ao pedido do Gil Vicente e ordenou à Liga de clubes que recoloque os gilistas na primeira Liga, confirmou à Agência Lusa o presidente do clube de Barcelos. De acordo com António Fiúza, “o tribunal reconfirmou a decisão divulgada quinta-feira para quem tinha dúvidas. Não era muito difícil perceber a decisão, mas as pessoas têm direito às suas dúvidas”. O dirigente acrescentou que, num processo de mais de 700 páginas, “havia muitas irregularidades e por isso o juiz não precisou de mais de 24 horas para decidir” a favor dos gilistas.