terça-feira, janeiro 23, 2007

Carolina Salgado confirma esquema para prejudicar Benfica

Carolina Salgado, ex-companheira de Pinto da Costa, não acusa apenas o líder do FC Porto no processo que envolve o jogo com o Estrela da Amadora.
As suas declarações são mais abrangentes e serão usadas em vários processos. Um deles será o caso que envolve o jogo Nacional-Benfica e que levou a que Pinto da Costa, Rui Alves e António Araújo fossem indiciados por corrupção activa. Também o árbitro Augusto Duarte está indiciado por corrupção passiva.
O PÚBLICO sabe que as declarações de Carolina Salgado serão agora alvo de certidões e enviadas para outras comarcas, uma das quais a do Funchal, no processo em que o clube prejudicado terá sido o Benfica.
Carolina Salgado confirmou, portanto, a existência de um esquema para beneficiar o FC Porto e sustentou que António Araújo era um dos intermediários. A ex-companheira de Pinto da Costa foi clara: o empresário actuava sempre a mando do FC Porto e nunca por moto próprio.
Na Polícia Judiciária da Madeira, onde o processo que envolve o Benfica está a ser investigado, os autos estão agora parados à espera de instruções da equipa que dirige as certidões. Também poucas diligências acessórias poderão ser feitas (já todos os arguidos foram ouvidos e os seus interrogatórios mantêm-se válidos) e tudo indica que o interrogatório a Carolina Salgado vá servir apenas para sustentar a acusação pública.
Nesse inquérito, há outras semelhanças com o processo que envolve o FC Porto-Estrela da Amadora. Mais uma vez, é referida a existência de um serviço de prostitutas para oferecer aos árbitros que seria patrocinado por Rui Alves, presidente do Nacional.
Quem o diz é Pinto da Costa, que, numa conversa com Pinto de Sousa, ex-presidente da arbitragem da federação, refere que é normal o Nacional "presentear" as equipas de arbitragem com "bacanais", realizados sempre nas vésperas dos jogos.
Também nessa investigação, o Ministério Público interceptou outras chamadas telefónicas que indiciam que o Benfica foi prejudicado a pedido do FC Porto. Aliás, Rui Alves e Pinto da Costa terão falado no final do encontro e, segundo o presidente do Nacional, o seu "amigo" do FC Porto não escondia a alegria pela derrota do Benfica. "Esses já não nos vão chatear mais!", terá dito.

Havia pagamentos em dinheiro
Não era só em favores sexuais que os árbitros eram pagos. Carolina Salgado afirmou, no passado dia 9, à equipa de Maria José Morgado, que o FC Porto pagava igualmente em dinheiro, pelos favores solicitados.
Carolina Salgado disse também que o empresário António Araújo era um dos intermediários no pagamento dos subornos, cabendo-lhe contactar os árbitros. Sobre Reinaldo Teles, administrador da SAD do FC Porto e vice-presidente do clube, e o seu irmão, Joaquim Pinheiro, também vice-presidente do FC Porto, Carolina Salgado assegurou que lhes cabia, igualmente, angariar "raparigas". Que eram recrutadas em bares do Porto e que depois prestavam "serviços" aos trios de arbitragem, para que aqueles beneficiassem o FC Porto.
As declarações de Carolina Salgado estão, para já, apenas "anexas" ao processo que havia sido arquivado pelo Ministério Público do Porto e que envolvia o Estrela da Amadora. As certidões deverão ser enviadas para as restantes comarcas nas próximas semanas.
Ontem, e na sequência da divulgação, por parte do site desportivo Sportugal, do despacho de Maria José Morgado a reabrir o processo FC Porto-Estrela da Amadora, a Polícia Judiciária deslocou-se às instalações da empresa de comunicação social para apreender o documento.
Por não se encontrar no local qualquer responsável, a busca foi adiada para o princípio da noite, mas uma notícia da TVI a "anunciar" a diligência acabou por levar a PJ a recuar.

PJ foi à redacção do Sportugal à procura do despacho de Maria José Morgado

A Polícia Judiciária esteve ontem na sede do site desportivo Sportugal, em Lisboa, para tentar obter o despacho de Maria José Morgado, sobre os factos relativos ao jogo FC Porto-Estrela da Amadora da época de 2003/04. Debalde. Sem qualquer mandado na sua posse, a PJ, que ali esteve por solicitação da Procuradoria-Geral da República, chegou com uma mão-cheia de nada e saiu com uma mão-cheia de coisa nenhuma.
A PGR prometeu ir investigar uma eventual violação do segredo do justiça, depois de o site Sportugal ter publicado na íntegra o despacho de Maria José Morgado que propõe que o processo em causa, que envolve o árbitro Jacinto Paixão e Pinto da Costa, entre outros, seja reaberto. Note-se que juristas defendem que não houve violação porque o caso estava arquivado.

FPF instaurou processos a 11 árbitros suspeitos de corrupção

O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) instaurou processos disciplinares a 11 árbitros por indícios de corrupção, anunciou hoje o organismo em comunicado.
Manuel Mendes, Fausto Marques, Jorge Marques, Rui Silva, Pedro Sanhudo, Hugo Silva, João Macedo, Ricardo Pinto, Cosme Machado, Licínio Santos e José Rodrigues são os juízes alvos de inquérito por parte do órgãos disciplinar.
De acordo com o comunicado, os processos foram instaurados em virtude de "indícios de corrupção em jogos oficiais" e vêm na sequência de processos de averiguações todos relativos à época de 2003/04.

segunda-feira, janeiro 22, 2007

Itália anuncia novas regras para a justiça desportiva

Depois do escândalo que determinou a despromoção da Juventus e a retirada de pontos à mesma Juventus, ao Milan, à Lázio e à Fiorentina, a Federação Italiana de Futebol anunciou a criação de um novo estatuto que procura devolver a credibilidade ao futebol. «É uma importante mudança de rumo. «Viramos a página de um dos períodos mais tormentosos do calcio», disse o comissário extraordinário da federação, Luca Pancalli.
O novo estatuto reforma o sistema de justiça desportiva, com a criação de uma comissão independente e a simplificação da organização, para além de conceder maior autonomia administrativa para a própria federação. Recorde-se que o calcio está sob administração extraordinária, depois da suspensão dos antigos dirigentes federativos. A actual administração mantém-se no cargo até 28 de Fevereiro de 2007, altura em que tomarão posse os novos corpos gerentes a sair de eleições que se realizam entretanto.

domingo, janeiro 14, 2007

Soares Franco quer condenações no Apito Dourado

O presidente do Sporting, Filipe Soares Franco, afirmou este sábado que pretende ver condenadas as pessoas consideradas culpadas no âmbito do processo ‘Apito Dourado’, quer investiga casos do corrupção no futebol português.
Soares Franco, que falava em declarações à rádio ‘TSF’, disse esperar “que se aja em conformidade” em relação ao castigo a aplicar aos responsáveis nos caso.
O presidente do Sporting mostrou-se satisfeito pelo facto de a procuradora Maria José Morgado, responsável pela investigação, ter afirmado, em declarações ao semanário ‘Expresso’, que pretende concluir o processo sobre irregularidades nas classificações dos árbitros nos próximos três ou quatro meses.
O dirigente ‘leonino’ disse ainda que “para o Sporting, o bom sinal é que o assunto tenha fim”, salientando que o clube nunca foi referido no processo.
O processo ‘Apito Dourado’ teve início a 20 de Abril de 2004, no âmbito de uma operação policial, com o mesmo nome, que resultou na detenção de 16 pessoas, entre árbitros e dirigentes de futebol, por suspeitas de corrupção no futebol.

sábado, janeiro 13, 2007

Pimenta Machado acusado de desvio de verbas

O Ministério Público acusa Pimenta Machado de ter utilizado as contas bancárias pessoais em Portugal e na Suíça para receber o dinheiro das transacções dos jogadores do Vitória de Guimarães. De acordo com o semanário Sol, os extractos bancários do antigo presidente do Vitória revelam movimentos de mais de 11 milhões de euros. O Ministério Público fala em apropriação ilícita de 822 mil euros.
São dados constantes da acusação do processo em que Pimenta Machado responde por quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos.
Em causa estão as transferências de vários jogadores entre os quais a de Fernando Meira, para o Benfica, e as de Pedro Barbosa e Pedro Martins, para o Sporting.
O Sol diz que todo dinheiro transferido do Vitória de Guimarães para as contas pessoas de Pimenta Machado nunca foi inscrito nas contas do clube por ordem do próprio.
A data do julgamento do antigo dirigente vimaranense deve ser marcada nas próximas semanas. Chegou a estar marcado para Abril de 2006, mas um requerimento da defesa para que fosse localizada uma testemunha considerada essencial provocou o adiamento do processo.

sexta-feira, dezembro 22, 2006

Certidões do Apito Dourado andam perdidas entre Gondomar e Lisboa

Onze meses após terem sido extraídas as certidões que o procurador adjunto Carlos Teixeira remeteu para o Departamento de Investigação e de Acção Penal de Lisboa, ainda não tinham começado as investigações.
O magistrado a quem o expediente foi distribuído entendeu que a competência dos inquéritos era de Gondomar, mas Carlos Teixeira também os rejeitou. E ninguém sabe onde as certidões estão actualmente, presumindo-se que em trânsito entre Gondomar e Lisboa.
Carlos Teixeira não se conformara com a posição do DIAP de Lisboa e tinha voltado a remeter as certidões para lá. Como se trata de departamentos do Ministério Público de dois distritos judiciais diferentes, a última palavra cabe à Procuradoria-Geral da República.
Uma das certidões refere-se à eventual viciação das classificações dos árbitros. Os indícios só motivaram, no entanto, uma investigação autónoma quando a acusação do processo principal foi deduzida, em 2 de Fevereiro.
Segundo o despacho de Carlos Teixeira, terão sido recolhidos indícios da viciação das notas em duas épocas: 2002/2003 e 2003/2004. Cerca de quatro dezenas de árbitros das três categorias terão visto a nota final alterada, nuns casos para serem promovidos e noutros para se manterem ou evitar a despromoção.
Os investigadores terão recolhido indícios de viciação dos dados informáticos e alterações nas notas dadas pelos observadores. Partindo do pressuposto de que os presumíveis ilícitos foram consumados na sede da Federação Portuguesa de Futebol, Carlos Texeira enviou a certidão para o DIAP de Lisboa, cujo magistrado titular não aceitou e se declarou incompetente para iniciar o inquérito.
Além de quase todos os membros do conselho de arbitragem da FPF, de um engenheiro informático deste organismo da cúpula do futebol, a certidão aponta como arguidos Jorge Nuno Pinto da Costa, Valentim Loureiro e José Luís Oliveira, presidentes do FC Porto, da Liga de Clubes e do Gondomar Sport Clube, respectivamente. Mas também inclui no rol de arguidos 35 árbitros e 11 observadores.

Resultados dependentes da validade das escutas
Aquela certidão inclui ainda mais de uma dezena de apensos com a transcrição de escutas de conversas entre os arguidos. E o resultado das investigações poderá estar condicionado pela validade deste meio de prova, uma questão que deve gerar polémica, já que a defesa de alguns arguidos sustenta a nulidade das intercepções.
Neste momento e embora ainda não esteja sanado o conflito de competências entre Gondomar e Lisboa, o impasse poderá ser ultrapassado. Maria José Morgado, por iniciativa do procurador-geral da República, poderá avocar os referidos inquéritos.

terça-feira, novembro 21, 2006

Apito dourado: Aberta instrução do processo em Gondomar

A instrução do ‘Apito Dourado’ foi aberta pelo juiz do Tribunal de Gondomar, que a partir dos próximos dias ouvirá as várias testemunhas indicadas por diversos arguidos do caso, entre eles José Luís Oliveira, vice-presidente de Valentim Loureiro na Câmara de Gondomar e principal acusado, a par do Major e de Pinto de Sousa, o ex-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF. Há também 12 árbitros suspeitos por auxiliarem o Gondomar Sport Clube a subir à Divisão de Honra, em 2004, segundo referiu o Ministério Público.
O jovem juiz, Pedro Miguel Vieira, notificou já ontem alguns advogados da abertura da instrução do processo e das diligências que deferiu, a pedido dos mesmos causídicos. As datas não foram ainda divulgadas pelo Tribunal de Gondomar, dado que a instrução, a solicitação dos principais arguidos, decorrerá em segredo de justiça. Com requerimentos em que afirmam estar inocentes, esses arguidos, no entanto, não querem que prevaleça a regra ds instrução à porta aberta, o que podia esclarecer a opinião pública. Só que a defesa pretende preservar assim toda a instrução, bom-nome dos arguidos, alegando que a divulgação pública se iria reflectir negativamente sobre tais acusados por corrupção com futebol.
O juiz de Instrução Criminal Pedro Miguel Vieira determinou para já ser pertinente apenas esclarecer factos e deixou questões de Direito suscitadas pelos advogados para o fim do debate instrutório, aquando do seu despacho.
A instrução, a fase processual que decorre facultativamente a pedido de arguidos, entre a acusação do MP e o julgamento, começará pelos factos já colocados em causa – pelos principais arguidos – e só depois o juiz decidirá a alegada inconstitucionalidade, sobre o Decreto-Lei 390/91, 10 de Outubro, que pune a corrupção no desporto, a par das alegadas ilegalidades de parte das escutas telefónicas da PJ do Porto e que têm sido o cavalo de batalha da defesa.
O juiz de Instrução Criminal pode, no final da instrução, não aplicar a legislação contra corrupção no desporto, se concordar com a tese da inconstitucionalidade sustentada pelo catedrático Gomes Canotilho após um requerimento de Artur Marques, o advogado de Braga que é o defensor do principal arguido, José Luís Oliveira.
O enquadramento jurídico acerca da corrupção, que visaria beneficiar o Gondomar Sport Clube, será outra decisão importante, pois o Ministério Público acusa Valentim Loureiro de corrupção, mas não desportiva.

ENFRENTAR "PODEROSOS" DO DESPORTO"
A instrução do processo decorre sob presidência de um jovem juiz de Instrução Criminal da Comarca de Gondomar. O magistrado, de 30 anos, Pedro Miguel da Silva Pinto Gomes Vieira, natural de Viana do Castelo, foi colocado em Gondomar, onde tinha sido auxiliar de Ana Cláudia Nogueira, a juíza que mandou deter o major Valentim Loureiro, entre os outros ‘barões’ do futebol português, na manhã de 20 de Abril de 2004.
Pedro Miguel Vieira, que esteve na Bolsa de Juízes do Porto, foi mais tarde o juiz da Comarca de Cinfães e depois juiz de Instrução Criminal em Penafiel e Paredes. O magistrado enfrenta agora o caso mais delicado desta curta carreira na judicatura, enfrentando alguns ‘poderosos’ do desporto. Será o homem que decidirá se Valentim Loureiro, Pinto de Sousa e José Luís Oliveira, entre o total de 27 arguidos, serão ou não julgados nos mesmos termos em que são acusados pelo Ministério Público de Gondomar.
Entre os extremos de submeter ou não a julgamento está um meio termo, isto é, retirar parte das acusações a arguidos, como solicitaram os advogados.

CRONOLOGIA DOS DIAS MAIS QUENTES DO MAIOR ESCÂNDALO DE SEMPRE SOBRE A CORRUPÇÃO NA ARBITRAGEM DO FUTEBOL PORTUGUÊS
- 20/04/2004
Operação ‘Apito Dourado’, a 52 dias do Euro’2004, em Portugal, deteve 16 pessoas através de 58 buscas da PJ e casas e a sedes de clubes de futebol. Entre os detidos, Valentim Loureiro, Pinto de Sousa e José Luís Oliveira.

- 03/12/2004
Pinto da Costa comparece no Tribunal de Gondomar, já depois de ter escapado da Polícia Judiciária do Porto, que fez uma busca em casa do presidente do FC Porto e que terá sido avisado pela própria PJ. Foi caucionado.

- 05/04/2005
A Polícia Judiciária do Porto remeteu o ‘Apito Dourado’ ao Ministério Público (MP) de Gondomar, com todas as escutas telefónicas. Ao todo, 17 mil páginas – 55 volumes e respectivos apensos – das investigações da corrupção.

- 31/01/2006
Ministério Público deduziu a acusação dos 27 arguidos ao caso do Gondomar Sport Clube e à Câmara Municipal de Gondomar, acusando não só Valentim Loureiro como o seu vice-presidente, mais dois vereadores da Câmara.

- 20/04/2006
Ministério Público do Porto iliba Pinto da Costa, Jacinto Paixão e António Araújo das suspeições de corrupção ao ex-árbitro, com prostitutas brasileiras antes do jogo do F.C. Porto-Estrela Amadora em 24 de Janeiro de 2004.

ARGUIDOS E CRIMES
- Major Valentim Loureiro
Presidente de Câmara, 28 crimes

- José Luís da Silva Oliveira
Vice-presidente da Câmara, 47 crimes

- José antónio Pinto de Sousa
Ex-presidente da Arbitragem – FPF, 26 crimes

- Joaquim Castro Neves
Vereador da C.M. de Gondomar, 19 crimes

- Francisco Tavares da Costa
Vice-presidente Arbitragem FPF, 26 crimes

- Luís Nunes da Silva
Ex-dirigente da Arbitragem da FPF, 6 crimes

- Carlos Manuel Carvalho
Presidente da Arbitragem A.F. Porto, 2 crimes

- Rui Mendes
Ex-árbitro de futebol (A.F. Porto), 1 crime

- Sérgio Manuel Pereira
Árbitro de futebol (A.F. Porto), 1 crime

- Licínio da Silva Santos
Árbitro de futebol (A.F. Leiria), 2 crimes

- Pedro Sanhudo
Árbitro de futebol (A.F. Porto), 5 crimes

- Hugo Vladimiro Teixeira da Silva
Árbitro de futebol (A.F. Porto), 2 crimes

- João Pedro da Silva Macedo
Árbitro de futebol (A.F. Porto), 2 crimes

- Ricardo Fonseca Pinto
Árbitro de futebol (A.F. Porto), 3 crimes

- Manuel Valente Pinto Mendes
Árbitro de futebol (A.F. Lisboa), 3 crimes

- António Ramos Eustáquio
Árbitro de futebol (A.F. Leiria), 2 crimes

- Jorge Pereira Saramago
Árbitro de futebol (A.F. Aveiro), 1 crime

- José Manuel Ferreira Rodrigues
Árbitro de futebol (A.F. Braga), 2 crimes

- Aníbal Rodrigues Gonçalves
Árbitro (Porto), 1 crime

- Sérgio Amaro Jesus Sedas
Árbitro de futebol (A.F. Leiria), 1 crime

- Manuel Barbosa da Cunha
Observador de árbitros da FPF, 1 crime

- João Soares Mesquita
Dirigente da FPF (arbitragem), 1 crime

- Américo de Sousa Nunes
Dirigente do Sousense (Gondomar), 1 crime

- Agostinho Duarte da Silva
Dirigente do Sousense (Gondomar), 1 crime

- Leonel Arcanjo Neves Viana
Ex-vereador (C.M. de Gondomar), 1 crime

- António Ferreira
Tenente-coronel do Exército, 1 crime

- José António Horta Ferreira
Designer de Informática, 1 crime

quinta-feira, outubro 12, 2006

Clubes preparam participação de Filipe Vieira e José Veiga

A Comissão Disciplinar da Liga vai receber nos próximos dias participações de vários clubes/SAD, todas com um mesmo objectivo: fazer com que o órgão agora presidido por Ricardo Costa instaure processos de inquérito sobre o teor de escutas telefónicas vindas a público tendo Luís Filipe Vieira e José Veiga como intervenientes, ambos com o ex-presidente da Liga, Valentim Loureiro.
O JOGO sabe que há nesta altura movimentações tendentes a que tais participações cheguem ao correio ou fax da Liga no início da próxima semana.
Embora não tenham redundado na constituição de Filipe Vieira e José Veiga em arguidos no caso "Apito Dourado", as escutas reveladas pelo "Público" no mês passado estão no epicentro das participações. Numa delas, ao telefone com Valentim Loureiro, Filipe Vieira é consultado sobre as suas preferências para a nomeação do árbitro da meia-final da Taça de Portugal de 2003/04 com o Belenenses e, a certa altura, descartando vários nomes, diz: "Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado".
Já José Veiga foi referenciado enquanto dirigente do Estoril Praia, com conversas que visavam que uma interdição do recinto do Marco de Canaveses coincidisse com o jogo da sua equipa - tal jogo realizou-se no Estádio do Bessa a 28 de Março de 2004 - e Veiga terá agradecido a Valentim Loureiro tendo mesmo dito "Vou-lhe dar uma beijoca".
Estas duas escutas são o alvo da participação de alguns clubes.
Recorde-se que o processo "Apito Dourado" foi passado a inquérito disciplinar pelo juiz Pedro Mourão enquanto interino da Disciplina da Liga, após participação feita pelo Benfica.

quarta-feira, outubro 11, 2006

PSD vai apresentar na AR nova lei de combate à corrupção

O líder do PSD, Luís Marques Mendes, anunciou hoje que o partido vai apresentar no Parlamento uma nova lei de combate à corrupção no desporto, que prevê o agravamento das penas previstas para esse crime, entre outras matérias, noticia a agência “Lusa”. "Queremos dar um contributo sério para um combate mais firme, mais eficaz e com mão mais pesada à corrupção no fenómeno desportivo", afirmou Marques Mendes, numa declaração na sede do partido. Esta nova lei de combate à corrupção no desporto, para revogar a actual que já tem 15 anos, apresenta, segundo o líder social-democrata, "duas inovações". Uma diz respeito ao agravamento das penas dos crimes de corrupção no desporto. Assim, e de acordo com o diploma, a pena pelo crime da corrupção passiva de praticante desportivo passa de dois para cinco anos, e a pena pelo crime de corrupção passiva de árbitros e dirigentes passa de quatro para oito anos. A pena pelo crime de corrupção activa de praticante desportivo é agravada de três para cinco anos e a pena pelo crime de corrupção activa de árbitros e dirigentes passa de quatro para cinco anos. A segunda refere-se à criação de dois novos tipos de crime - o de corrupção activa ou passiva de clubes e associações desportivas e o crime de corrupção activa ou passiva de árbitros e dirigentes pelo recebimento de presentes ou vantagens. "Até agora a lei só permite punir os agentes individuais. Os clubes e as associações ficam de fora. A nossa proposta é no sentido de que, quando há corrupção, sejam também punidos os clubes e associações envolvidos", afirmou Marques Mendes, referindo-se ao crime de corrupção activa ou passiva de clubes e associações desportivas. Neste caso, a pena a aplicar será de multa até 960 dias, acrescida de sanções acessórias, como a privação de subsídios públicos, interdição temporária de participação em competições e a suspensão ou cancelamento do estatuto de utilidade pública desportiva. Quanto ao crime de corrupção activa ou passiva de árbitros e dirigentes pelo recebimento de presentes ou vantagens, deverá ser punido com pena de prisão até cinco anos. "Tenha ou não havido falseamento de qualquer resultado desportivo, o simples facto de um árbitro receber uma vantagem patrimonial ou não patrimonial que não lhe é devida passa a ser crime", assinalou Marques Mendes. Além deste diploma, o PSD irá ainda apresentar um projecto de lei que propõe que seja vedada a participação de magistrados em órgãos estatutários, disciplinares ou de justiça de clubes desportivos, de entidades associativas de natureza desportiva ou de sociedades anónimas, tudo no âmbito do desporto profissional.

terça-feira, outubro 10, 2006

Apitadelas: Parlamento francês decide proteger árbitros

O Parlamento francês aprovou uma lei visando proteger os árbitros contra agressores e que entrará em vigor em Janeiro de 2007, prevendo penas de dois anos de prisão e 30 mil euros de multa para os responsáveis de ameaças contra os árbitros até à prisão perpétua para o caso de morte. O diploma, apresentado por um deputado conservador, pretende também garantir a independência dos árbitros e protegê-los de agressões, que levaram 20 mil "juízes" de todas as modalidades a abandonarem as respectivas actividades nos últimos cinco anos. A partir de Janeiro, e ainda ao abrigo desta legislação, os árbitros passarão a dispor de um novo regime social e fiscal, que lhes permite estar inscrito na Segurança Social como trabalhadores independentes e dispor de uma melhor cobertura social. As associações de árbitros francesas regozijaram-se pela aprovação do diploma, mas o presidente da Liga de Futebol Profissional de França, Fréderic Thiriez, considerou que a nova lei vai provocar um aumento dos valores a pagar pelos serviços dos "juízes". A Liga francesa de futebol alterou recentemente o estatuto dos árbitros, introduzindo medidas tendentes à sua profissionalização. Um árbitro de futebol da primeira categoria em França recebe um salário de 1.420 euros por mês, aos quais se somam 3.020 euros por cada jogo que dirija.

segunda-feira, outubro 09, 2006

Calciocaos: Eventual redução de penas põe clubes “limpos” em pé de guerra

A mera possibilidade do Comité Nacional Olímpico Italiano (CONI) baixar a penalização de pontos por fraude desportiva imposta à Juventus, Milão, Fiorentina e Lázio está a provocar várias reacções de indignação dos restantes clubes. Fiorentina (-19 pontos), Lázio (-11) e Milão (-8), na primeira divisão, e Juventus (-17), na segunda, apresentaram recurso junto da Câmara de Conciliação e Arbitragem do CONI de forma a amenizar, de novo, os castigos impostos por fraude desportiva, nomeadamente com resultados e arbitragens combinados. A primeira decisão da justiça desportiva tinha resultado na descida de divisão da Juventus (-30 pontos), Fiorentina (-19) e Lázio (-11), e o Milão iniciaria a prova na Liga principal com uma penalização de 15 pontos. A Câmara de Conciliação e Arbitragem é a ultima instância desportiva ao qual os clubes - vão ser ouvidos esta semana - podem recorrer no âmbito deste processo. Entretanto, circula a informação que estes (principalmente a Juventus) chegaram a acordo com o CONI no sentido de renunciar ao recurso ao Tribunal Administrativo Regional (TAR), o único deste tipo no país dedicado a casos desportivos, apelo que provavelmente resultaria na paragem dos campeonatos durante alguns meses. Esta intenção da Juventus em recorrer aos tribunais comuns levou mesmo a FIFA a ameaçar suspender a selecção e clubes italianos das provas internacionais, à semelhança do que aconteceu em Portugal com o Gil Vicente e o "Caso Mateus". Como o CONI interveio e convenceu os clubes a abdicar do recurso ao TAR para o fazer antes à sua Câmara de Arbitragem, é convicção generalizada que essa cedência vai ser compensada com a redução das penas. Os dirigentes dos clubes prevaricadores já se manifestaram optimistas quanto a esse desfecho. Aurélio De Laurentis, proprietário e presidente do Nápoles, é um dos mais inconformados: "Seria escandaloso que quem julga estes casos possa sofrer pressões psicológicas, desrespeitando as sentenças anteriores. É absurdo que se mude uma decisão depois de se terem disputado várias jornadas (cinco na primeira e seis na segunda)". "Caso se deseje legitimar a justiça desportiva, as coisas devem permanecer como estão. Já se baixaram as penas aplicadas em primeira instância, o campeonato já começou e não seriam correctos novos descontos", acrescentou Enriço Preziosi, líder do Génova. O proprietário e presidente do Bréscia, Gino Corioni, subscreve as palavras dos outros dirigentes, considerando que "seria uma injustiça" nova redução das penas.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Parraty sob suspeita no V. Guimarães-D. Chaves

O presidente do Vitória Guimarães, Vítor Magalhães, denunciou ontem nova tentativa de desestabilização do clube, através de um fax anónimo enviado ao Desportivo de Chaves a relatar um alegado jantar entre Neno e o árbitro Paulo Paraty. Debaixo de um clima de suspeição, a equipa vimaranense acabou por vencer o Chaves por 1-0.
Minutos antes da partida, na reunião de preparação entre os dirigentes dos clubes e a equipa de arbitragem, o representante do Chaves denunciou ter recebido informações acerca de um alegado almoço Neno e Paulo Paraty.
Ao saber da acusação o presidente do Vitória, Vítor Magalhães, denunciou publicamente a suspeita e aproveitou para desmenti-la. Sem nomear culpados, o dirigente falou de uma tentativa de pessoas de Guimarães em prejudicar o Vitória.
"De uma vez por todas, em Guimarães as pessoas têm de dar a cara. Levantem o dedo e não andem as escondidas, cobardemente, a tentar desestabilizar um trabalho de dois anos e alguns meses, feito com transparência e toda a exposição pública”, afirmou.
Vítor Magalhães contou que 45 minutos antes do jogo, o delegado do Desportivo de Chaves reuniu com o quarteto de arbitragem e o delegado da Liga para questionar o "juiz" portuense sobre se o teor do fax tinha fundamento.
"Quem enviou o fax será identificado", prometeu, garantindo que o clube vai fazer seguir o processo pelos tramites normais, sem especificar quais.
O dirigente considerou ainda que o tipo de abordagem flaviense "condiciona a equipa de arbitragem 45 minutos antes de um jogo", e reprovou a atitude. "Os anjinhos já morreram todos e já não nasce mais nenhum".
O caso ficou denunciado no relatório do jogo que o Guimarães ganhou por um 1-0. Em causa, para já, não está a actuação de Paulo Paraty mas sim uma alegada conduta que fere a deontologia da arbitragem.

Angola: Jogador detido por alegada corrupção

Uma alegada tentativa de corrupção da Académica do Soyo ao guarda-redes do Sporting de Cabinda marcou ontem o jogo entre estas equipas, que terminou com uma vitória da Académica por 3-0. Francisco Kombo, da Académica do Soyo, terá aliciado o guardião adversário. Acusado pelos dirigentes do Sporting, Kombo - encontrado em casa do guarda-redes na posse de 300 dólares - foi detido pela polícia, mas rejeita as acusações. No "Girabola", o 1º de Agosto está a um passo do título.

Apito Dourado: Orgias com árbitros na Madeira

Os árbitros que se deslocavam à Madeira para dirigir jogos do Nacional (2003/2004) terão participado em orgias e bacanais com prostitutas, de acordo com o que consta no processo ‘Apito Dourado’.
Rui Alves, presidente do Nacional, chegou a ser constituído arguido, mas o seu caso foi arquivado, por não ter sido provado um nexo entre as noitadas com prostitutas e o eventual favorecimento por parte dos árbitros à equipa insular.
Segundo os documentos que resultam da investigação criminal que foi realizada em fase de inquérito, liderada pelo procurador Carlos Teixeira, o intermediário seria António Araújo, empresário de futebolistas que fornecia “fruta” (prostitutas) a árbitros “amigos” do FC Porto.
Nos mesmos documentos consta, ainda, que, no dia 24 de Março de 2004 – menos de um mês antes das primeiras detenções da operação ‘Apito Dourado’ –, o, na altura, presidente do Belenenses, Sequeira Nunes, telefonou a Pinto de Sousa, líder do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, informando-o de que os “dirigentes do Nacional andavam a encomendar serviços de prostitutas para oferecerem aos árbitros nomeados para os seus jogos”, realizados na Madeira. Sequeira Nunes frisou que tinha sido o presidente do Marítimo, Carlos Pereira, quem lhe forneceu tal informação.
E, a 11 de Abril de 2004, as investigações interceptaram uma conversa entre Pinto da Costa e Pinto de Sousa, em que o líder dos portistas contou ao seu interlocutor que Carlos Pereira lhe tinha dito que o Nacional andava a “presentear os árbitros nomeados para os seus jogos com bacanais”, que se “realizavam nas vésperas dos jogos, com a presença de algumas raparigas, presumivelmente sendo prostitutas”.
Inquirido pela Polícia Judiciária, Sequeira Nunes confirmou a conversa que teve com Pinto de Sousa, mas não precisou se o presidente do Marítimo lhe mencionou o nome de algum dirigente do Nacional em concreto. Observou, no entanto, que ficou com “a ideia de que Carlos Pereira estaria a referir-se a Rui Alves, presidente do Nacional”.
Nessa época, 2003/2004, o Nacional classificou-se em quarto lugar na SuperLiga, com 56 pontos, ficando apurado para a Taça UEFA.
As investigações da Polícia Judiciária do Porto concluíram que o empresário António Araújo, que negoceia futebolistas sem licença da FIFA, contactava os árbitros para o Nacional. Um dos jogos investigados foi o Nacional-Benfica (3-2), numa altura (Fevereiro de 2004) em que o clube da Luz ocupava o terceiro lugar. Segundo o MP de Gondomar, “o FC Porto tinha interesse no resultado do Nacional-Benfica”, dado que os ‘encarnados’ “ainda não” estavam arredados “da discussão do título de campeão.” Por isso, para o procurador Carlos Teixeira, titular do processo ‘Apito Dourado’, António Araújo “estava duplamente mandatado pelos presidentes do Nacional e do FC Porto, o primeiro interessado na vitória do Nacional e o segundo interessado na derrota do Benfica”.
O CM tentou ontem contactar Rui Alves, mas o presidente do Nacional nunca atendeu o seu habitual telemóvel.

MAIS PRESENTES EM GONDOMAR
O árbitro assistente Diamantino Costa informou a Liga Portuguesa de Futebol Profissional de que recebeu uma pulseira em ouro quando esteve no Gondomar-Varzim (0-1), jogo a contar para a 3.ª jornada da Divisão de Honra, que se disputou no dia 17 de Setembro.
Segundo apurou o CM, Diamantino Costa relatou à Liga que a pulseira lhe foi metida, sem ele dar conta, no bolso de uma camisa.
Como só encontrou a pulseira quando chegou a casa, em Évora, o árbitro fez uma participação do caso à PSP daquela cidade alentejana, onde também deixou a pulseira, assegurou ao CM fonte conhecedora do processo, que solicitou o anonimato.
Perante o relatório do árbitro assistente, a Comissão Disciplinar da Liga ordenou a “instauração de processo de inquérito, na sequência de participação efectuada pelo sr. Diamantino Costa (...), para averiguação de factos alegadamente ocorridos após o jogo n.º 02.018 Gondomar Sport Clube-Varzim Sport Clube”.
Contactado pelo CM, o presidente do Gondomar, Álvaro Cerqueira, assegurou nada saber em relação à pulseira de ouro: “Só sei que a Liga nos instaurou um inquérito, cujos motivos desconheço. Não sei, também, se houve qualquer participação às autoridades.”
Álvaro Cerqueira, frisou, no entanto, que se recorda muito bem da actuação da equipa de arbitragem, chefiada por Paulo Pereira, o mesmo que dirigiu ontem o Benfica-Desportivo das Aves: “Perdemos o jogo com o Varzim, por 1-0, por causa de um erro do senhor Diamantino Costa, que não assinalou um fora-de-jogo mais do que evidente no lance que ditou o golo.”
O CM contactou ontem Diamantino Costa, que se escusou a prestar qualquer declaração.

SEQUEIRA NUNES CONFIRMA
Sequeira Nunes, ex- presidente do Belenenses, confirmou ontem ao CM que informou Pinto de Sousa do caso das prostitutas do Nacional: “Já não me lembro se fui eu que liguei a Pinto de Sousa ou se foi ele que me ligou. E mais não posso acrescentar.”
Já Carlos Pereira, presidente do Marítimo, disse: “É uma situação que deve ser esclarecida pela Justiça, Liga e FPF. Além disso, este é um momento em que necessitamos de tranquilidade para devolver a credibilidade ao futebol.”

APITO DE OURO FALSIFICADO
Parte do ouro oferecido aos árbitros acusados de corrupção desportiva no âmbito do processo ‘Apito Dourado’ será falso, de acordo com uma peritagem efectuada pela Contrastaria do Porto. As análises revelaram a existência de vários lotes com peças em que não aparecem as marcas de punção e outras relativas a fabricantes que não estão licenciados, situação que impedia tal ouro de ser posto no mercado.
O Ministério Público, segundo o ‘JN’ de ontem, terá extraído uma certidão do processo principal, por em causa estar o crime de contrafacção de selos, cunhos, marcas e chancelas, punido com pena entre um e cinco anos de prisão. Para o procurador Carlos Teixeira, o principal suspeito será o ourives, António Ribeiro, que fornecia o ouro que os dirigentes do Gondomar ofereciam aos árbitros. O CM tentou ontem contactar o comerciante, o que não foi possível até ao fecho desta edição.

ESCUTAS DO CASO NACIONAL
Pinto da Costa: “Esses já não nos vão chatear mais!” (Referindo-se à derrota do Benfica com o Nacional)


António Araújo: “Manda quem pode, obedece quem tem juízo” (Em resposta a Pinto da Costa)

António Araújo: “Estive a tratar com o presidente [Pinto da Costa] aquela situação do Nacional” (Para Luís Gonçalves, da SAD do FC Porto)

António Araújo: “Mas já tratei do do que aquilo que tinha, tinha a tratar!” [aquando do jogo Nacional-Benfica de 2003/2004] (Para Rui Alves, presidente do Nacional)

António Araújo: “Estou a fazer um serviço muito importante para o Futebol Clube do Porto” [os contactos com vários árbitros de futebol] (Para Luís Gonçalves, da SAD do FC Porto)

Árbitro Paulo Silva: “Tu lembras-te, uma vez depois de a gente acabar o putedo com o Araújo no Porto”. (Para António Araújo, relatando a conversa tida com outro árbitro)

Sporting revê posição em relação à Liga

A posição do Sporting em relação à Liga de Clubes pode alterar-se radicalmente muito em breve, tudo apontando no sentido de que o clube de Alvalade passe para a oposição, soube A BOLA. Segundo conseguimos apurar, contactos mantidos nos últimos dias entre responsáveis dos leões e futuros dirigentes da Liga deixam entender que o clube apenas está disponível para conceder o benefício da dúvida à estrutura liderada por Hermínio Loureiro, não ultrapassando esse prazo os três meses.
Dirigentes do Sporting estabeleceram, nos últimos dias, diversos contactos com Hermínio Loureiro e sugeriram ao novo presidente da Liga para reconsiderar a sua posição quanto a Valentim Loureiro, o homem que abandonará a presidência do organismo mas transitará para a Assembleia Geral. Os responsáveis leoninos argumentaram que a posição do major é cada vez menos consensual no futebol nacional, estando o seu nome envolvido em diversos escândalos.
A resposta de Hermínio Loureiro, que considerou Valentim Loureiro absolutamente intocável, surpreendeu os dirigentes do Sporting e, depois de um período de reflexão, deram ao novo presidente um prazo de três meses para que todos os órgão da Liga funcionem com rigor e isenção.
Por enquanto, o clube de Alvalade mantém-se na Direcção do organismo que gere o futebol nacional — está representado pelo antigo administrador da SAD Rogério de Brito — mas assume uma posição vigilante quanto aos próximos tempos.
Dentro de uma semana o clube vai assumir publicamente a sua posição, uma vez que já deu nota ao futuro líder da Liga das suas intenções.
Depois do Benfica já ter assumido frontalmente a sua oposição quanto à nova Direcção da Liga, os leões podem, em breve, passar também para a contestação. Ontem, a 7.ª Vara do Tribunal Cível do Porto não deu provimento à providência cautelar do Nacional para a impugnação das eleições da Liga e, assim, a nova Direcção tomará posse segunda-feira. Mas já se prevê vida difícil para os novos dirigentes...

sexta-feira, setembro 29, 2006

«Administração Desportiva do país está perto do colapso», acusa Ribeiro e Castro

Os últimos acontecimentos que têm denegrido o futebol português levaram hoje o antigo dirigente do Benfica e actual líder do CDS/PP, Ribeiro e Castro, a enviar alguns «recados» ao responsável pela pasta do Desporto, Laurentino Dias.
O líder dos «populares» convida o secretário de Estado a «aparecer e assegurar a boa ordem da administração desportiva do país» que considera estar «perto do colapso».
«Não pretendemos que o Governo exorbite as suas funções e se intrometa em questões estritamente desportivas mas é indispensável que assegure a boa ordem da Administração desportiva», afirmou Ribeiro e Castro, lembrando que nesta matéria o Governo tem deixado a «administração perto do colapso».
Falando em conferência de imprensa, Ribeiro e Castro criticou a actuação do secretário de Estado do Desporto especialmente na questão dos casos Mateus e Apito Dourado, considerando que Laurentino Dias «se torna invisível quando é preciso agir».
«Senhor secretário de Estado, está na hora de se fazer visível, está em tempo de responder, está na altura de agir em defesa do Desporto, da boa Administração desportiva, da legalidade e do Estado de Direito», disse Ribeiro e Castro.
Ribeiro e Castro acusou o Governo de ter deixado «rolar o conflito no caso Mateus para níveis totalmente insustentáveis e incompreensíveis para a opinião pública» chegando ao «aparente braço-de-ferro entre o Estado português e a FIFA, inaceitável à luz dos princípios que regem qualquer Estado de direito».
«O secretário de Estado fez uma intervenção tardia no Caso Mateus e não foi claro, e em relação ao Apito Dourado ainda nem sequer fez nada», acusou o líder do CDS/PP.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Adriano Afonso: «Fartei-me de esperar»

Cansaço e conselho médico, os motivos apresentados por Adriano Afonso para «justificar» a sua demissão do cargo de presidente da assembleia geral da Liga de Clubes. «Infelizmente não sou saudável, não estou para continuar a assistir a trapalhadas, não tenho que correr atrás de ninguém».
O juiz Adriano Afonso, que renunciou ontem à presidência da assembleia geral da Liga, alega «saturação e recomendação médica» razões que o levaram a abandonar o cargo. «Fartei-me de esperar e não tenho paciência para continuar», declarou Adriano Afonso à TSF.

Federação Portuguesa disponível para que seja encontrado um consenso no «Caso Mateus»

A Federação Portuguesa de Futebol reitera, através do seu site oficial na Internet, a sua disponibilidade para que seja encontrada uma solução de consenso para o «Caso Mateus».
O Organismo presidido por Gilberto Madaíl publica hoje a notícia de que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa julgou improcedente a providência cautelar apresentada pelo Gil Vicente e permanece disponível para que seja encontrava uma saída para o problema, ao mesmo tempo que volta a lamentar o arrastar deste processo.
«Face a esta decisão, a Federação Portuguesa de Futebol reitera, mais uma vez, que permanece disponível para encontrar uma solução de consenso, dentro daquilo que são os normativos da FPF e da FIFA, e lamenta que o arrastar deste processo esteja a prejudicar colateralmente os jovens que militam nos escalões de formação do Gil Vicente Futebol Clube», lê-se no último parágrafo da notícia emitida esta manhã pela Federação Portuguesa de Futebol.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Liga: Vamos rir para não chorarmos...


COMUNICADO OFICIAL N.º 48 /06-07
Face à renúncia de Membros da Comissão Disciplinar desta L.P.F.P., informam-se os Clubes/SAD´S e demais interessados que não foi possível a realização da reunião semanal da mesma Comissão, para a tomada de decisões referentes aos jogos da 4.ª Jornada da bwinLIGA e Liga de Honra.
Esclarece-se, porém, que os jogadores mencionados como expulsos nos respectivos boletins de jogo, expressos nas fichas técnicas, por exibição directa do cartão vermelho ou por exibição do cartão vermelho resultante da acumulação de cartões amarelos, ficam automaticamente suspensos pelo período de 12 dias, nos termos do disposto no art.º 32.º, n.º 2, alínea a) e c) do Regulamento Disciplinar.
No que concerne aos cartões amarelos exibidos, chama-se a atenção para a acumulação prevista no art.º 130.º do Regulamento Disciplinar.
PS: Resta esclarecer que os juízes Pedro Mourão e Frederico Cebola se demitiram devido ao que qualificaram como "conflito institucional" com Valentim Loureiro. O presidente da Liga, apesar de se encontrar com a justiça à perna, não gostou que a CD mandasse instaurar um processo de inquérito tendente a apurar responsabilidades desportivas das vergonhas que todos conhecemos do Apito Dourado. Compreende-se porque ficou tão incomodado, tal como se percebe que juízes de carreira, e com nome na magistratura, não estejam dispostos a aturar os dislates do major. O tal que devia ser ex-presidente da Liga, mas que afinal ainda é, e pelos vistos quer continuar a ser por muito tempo. Agora, ninguém sabe quando voltará a haver Comissão Disciplinar em funcionamento. Deus tenha piedade do futebol português.

Plantel do Gil Vicente aguarda desenvolvimentos em silêncio

O plantel do Gil Vicente decidiu hoje aguardar em silêncio os desenvolvimentos no âmbito do caso Mateus, como forma de se resguardar até à resolução do impasse levantado em torno da situação do clube.
O dia de hoje foi marcado pela vontade manifestada pelo presidente da direcção do clube gilista, António Fiúza, em colocar o lugar à disposição, por entender que, "ao contrário do que alguns acham", não está "agarrado ao poder".
A recente intenção de António Fiúza, a escassos dias de o Gil Vicente poder ver extinto o seu futebol profissional, terá sido impulsionada por uma entrevista recente do ex-presidente gilista, João Magalhães.
Caso o Gil Vicente não compareça no domingo ao jogo com o Rio Ave, em Vila do Conde, da quinta jornada da Liga de Honra, somará a quarta falta de comparência seguida e incorre numa punição de descida de divisão.
Os jogadores gilistas cumpriram hoje, de semblante carregado e com alguma ansiedade em redor do seu futuro, mais uma sessão de treino, a somar a muitas outras já realizadas mas ainda sem qualquer jogo realizado.
Os atletas, transportados num autocarro do clube, chegaram mudos ao Adelino Ribeiro Novo e saíram calados, deixando a indicação que foram aconselhados a não falar para defesa do grupo de trabalho.

Liga: Adriano Afonso vai designar membros das novas listas

O presidente da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol, Adriano Afonso, disse hoje à agência Lusa que vai recorrer à lista recém-eleita para dirigir os destinos da Liga para devolver o quórum à Comissão Disciplinar (CD).
A CD da Liga perdeu o presidente, Pedro Mourão, e o vogal Frederico Cebola, que apresentaram a demissão na segunda-feira, em rota de colisão com o ainda presidente do organismo, Valentim Loureiro, deixando a comissão reduzida a outro vogal, Fernando Silva.
Adriano Afonso explicou à Lusa que tem poderes para designar o número de elementos que permita devolver o quórum à CD, pelo que vai recorrer aos responsáveis que integram a Comissão Disciplinar na lista de Hermínio Loureiro.
"A lista é acompanhada da declaração de aceitação dos proponentes. Provavelmente vou designar os elementos da nova lista", revelou Adriano Afonso.
O presidente da Assembleia Geral da Liga adiantou que ainda hoje vai contactar a lista encabeçada por Ricardo Costa e formada ainda por Jacinto Remigo Meca, José Caetano Duarte, Jorge Santos e Russo Valente.
Pedro Mourão e Frederico Cebola já tinham apresentado a demissão a 14 de Junho, na sequência do "caso Mateus", mas na altura Adriano Afonso demoveu os dois responsáveis, que foram assegurando quórum à CD juntamente com Fernando Silva.
Este vogal tinha sido entretanto nomeado pelo presidente da Assembleia Geral, para devolver quórum à CD, após as demissões do presidente do órgão, Gomes da Silva, e de Domingos Lopes.
Agora, Adriano Afonso explicou que Pedro Mourão e Frederico Cebola "renunciaram aos cargos", expressando "o sentido das suas vontades", impedindo que, desta vez, o presidente da Assembleia Geral pudesse patrocinar novo recuo.

Presidente da AG do Gil Vicente recusa demissão de Fiúza


O presidente da Assembleia Geral do Gil Vicente, João Trigueiros, disse hoje que vai recusar a demissão de António Fiúza da presidência da Direcção, até ter soluções alternativas para a gestão do clube de futebol.
"Não posso aceitar o pedido até ter soluções para a presidência do clube", afirmou João Trigueiros à agência Lusa, admitindo que a eventual saída de António Fiúza "colocará o clube num vazio directivo".
João Trigueiros explicou que Fiúza colocou o seu lugar à disposição por telefone, não tendo apresentado ainda um pedido formal de demissão, na sequência das declarações de João Magalhães, antigo presidente do clube.
"Depois do telefonema de António Fiúza, contactei João Magalhães que me disse não estar disponível para assumir qualquer cargo", afirmou João Trigueiros, considerando que, "com tais atitudes, o clube dificilmente irá sobreviver".
Na opinião do presidente da Assembleia Geral, "as declarações de João Magalhães foram infelizes" e surgem numa altura em que o clube, despromovido administrativamente à Liga de Honra em Agosto na sequência do "caso Mateus", estava "a tentar resolver problemas".
João Trigueiros referiu ainda que o Gil Vicente "vive uma situação bastante fragilizada" e lembrou as dificuldades em encontrar quem queira "assumir a Direcção".
"Se o Gil Vicente estivesse na Liga principal seria mais fácil, mas com a equipa na Liga de Honra é muito complicado", afirmou.
O Gil Vicente já acumulou três faltas de comparência consecutivas em jogos da Liga de Honra, e no próximo fim-de-semana poderá vir a acumular a quarta, caso falte ao encontro com o Rio Ave, que ditará a exclusão das competições profissionais por um período de um a cinco anos.

terça-feira, setembro 26, 2006

Gil Vicente: Declarações do antigo presidente João Magalhães motivaram demissão de Fiuza

António Fiúza colocou hoje o lugar de presidente da direcção do Gil Vicente à disposição no seguimento das declarações do antigo líder do clube, João Magalhães, que o instou a demitir-se, disse o próprio à agência “Lusa”.
Na entrevista hoje publicada num jornal desportivo, João Magalhães presidente do clube entre Outubro de 1998 e Fevereiro de 2003, critica a presidência de Fiúza e os mais recentes desenvolvimentos na vida interna do clube, nomeadamente a estratégia seguida no âmbito do “Caso Mateus”. João Magalhães defende que o clube já devia estar a jogar na Liga de Honra e que "não devia ter faltado a qualquer jogo por mais razão que tivesse", sublinhando que o “Caso Mateus” foi mal conduzido.
O antigo dirigente critica ainda o que aconteceu na última Assembleia Geral - os sócios legitimaram as decisões da actual direcção - acusando Fiúza de ter "montado um cenário que inviabilizasse o aparecimento de vozes discordantes" . Preocupado com a situação, João Magalhães confidenciou já ter contactado o presidente da Assembleia Geral, João Trigueiros, para "marcar nova assembleia e pôr cobro ao que se está a passar". Em declarações à “Lusa”, António Fiúza explicou que tomou a decisão após ter lido as declarações do antigo presidente do clube. "A minha postura e da direcção é a de que estamos a fazer tudo para defender o bom nome do Gil Vicente. Se João Magalhães entende o contrário, então é melhor colocar o meu lugar à disposição", afirmou. Segundo António Fiúza, o presidente da Assembleia Geral do clube deverá apresentar agora "uma alternativa" para o lugar de presidente do Gil Vicente.
A semana prevê-se particularmente "agitada" para o Gil Vicente, que ainda aguarda uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa relativamente a uma providência cautelar que apresentou contra a sua despromoção à Liga de Honra no âmbito do “Caso Mateus”. O Gil Vicente já acumulou três faltas de comparência consecutivas em jogos da Liga de Honra, e no próximo fim-de-semana poderá vir a acumular a quarta, caso falte ao encontro com o Rio Ave, que ditará a exclusão das competições profissionais por um período de um a cinco anos.

Caso Mateus: Fiúza presidente do Gil Vicente pôs o lugar à disposição

O presidente da direcção do Gil Vicente, António Fiúza, colocou hoje o lugar à disposição do presidente da mesa da Assembleia Geral do clube de futebol, disse o próprio à agência “Lusa”. A situação tornou-se insustentável para o dirigente, que decidiu que a equipa não deveria comparecer aos jogos da Liga de Honra, tendo já faltado a três encontros e se não participar no próximo descerá de divisão. Ontem, os jogadores, pela voz do capitão Nandinho, deram conta do descontentamento geral e da situação grave por que passam, sem competir, com ordenados em atraso e sem saberem qual o seu futuro.

“Afrontamento institucional” com Valentim Loureiro levou à demissão de Pedro Mourão e Frederico Cebola

Pedro Mourão demitiu-se da presidência da Comissão Disciplinar (CD) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, juntamente com o vogal Frederico Cebola, após o "afrontamento institucional" com Valentim Loureiro.
O presidente demissionário do CD explicou à agência “Lusa” que "deixou de ser possível coabitar institucionalmente" com Valentim Loureiro depois de o ainda líder da Liga ter criticado os membros da Comissão Disciplinar na sequência da abertura de um inquérito sobre caso “Apito Dourado”. Valentim Loureiro classificou de "montagem" a abertura deste inquérito, associando a decisão do CD às eleições do Benfica, clube que denunciou junto da Liga factos ocorridos no âmbito daquele processo. "Pretendeu desautorizar-me", acusou Pedro Mourão, que já tinha apresentado a demissão há três meses, na sequência do "Caso Mateus", acabando por recuar a pedido do presidente da Assembleia Geral da Liga, Adriano Afonso.
Sobre a eventualidade de voltar novamente atrás, para assegurar o funcionamento da CD até à tomada de posse dos novos órgãos da Liga, liderados por Hermínio Loureiro, Pedro Mourão foi peremptório: "A renúncia é irreversível". Quanto à abertura do inquérito que desencadeou a "colisão" com Valentim Loureiro, Pedro Mourão explicou que "o expediente do ‘Apito Dourado’ tinha sido arrumado na gaveta há um ano e sete meses" pelo anterior presidente da CD, Gomes da Silva. Gomes da Silva - que se demitiu a 20 de Julho, no âmbito do processo que relegou o Gil Vicente para a Liga de Honra e manteve o Belenenses no primeiro escalão - terá pedido à Procuradoria de Gondomar uma certidão para a CD "apurar eventual matéria de natureza desportiva". "Na resposta a esclarecimentos pedidos pelo procurador de Gondomar, Gomes da Silva explicou, nesse ofício, que preferia esperar mais 30 dias, período que a comunicação social avançava para a conclusão do inquérito. Ficou arrumado na gaveta um ano e sete meses", frisou Pedro Mourão. Em género de balanço, Pedro Mourão confidenciou que, em quatro anos de mandato, Valentim Loureiro "nunca reuniu com a totalidade da Comissão Disciplinar". "Houve apenas uma excepção, quando Valentim Loureiro se encontrou com os quatro elementos da CD a 9 de Junho, para manifestar a sua preocupação pelos 'casos' Mateus e Nuno Assis (um processo de dopagem)", revelou Pedro Mourão.
Com a demissão de Pedro Mourão e Francisco Cebola, a CD ficou reduzida ao vogal Fernando Silva e perdeu o quórum. Pedro Mourão e Frederico Cebola já tinham apresentado as demissões na sequência do “Caso Mateus”, a 14 de Junho, mas na altura Adriano Afonso demoveu os dois responsáveis, que foram assegurando quorum do CD juntamente com Fernando Silva.

Inter de Milão sob suspeita de deslealdade desportiva

O Inter de Milão, um dos emblemas italianos que saiu incólume do escândalo de fraude desportiva que atingiu o futebol transalpino, conhecido como “CalcioCaos”, viu-se atingido pela sombra de um caso de eventual deslealdade desportiva.
O caso remonta ao ano de 2002 quando, segundo diversos órgãos de informação italianos, o Inter, cujo accionista de referência é Massimo Moratti, teria contratado uma investigação privada para espiar o árbitro Massimo De Santis.
Recorde-se que De Santis é um dos principais visados no escândalo de fraude desportiva apelidado de "Moggi Gate" e que foi suspenso de funções por quatro anos.
Desta forma, segundo publica hoje o diário desportivo Gazetta dello Sport, em 2002 o árbitro Danilo Nucini manteve uma conversa com Giacinto Facchetti (ex-presidente do Inter falecido no último Verão) onde lhe deu conta de ligações estranhas entre Moggi, De Santis e os dirigentes desportivos Fabiani e Luigi Pavarese.
Facchetti, diz o mesmo jornal, solicitou a Nucini que desse conta dessas ligações à Procuradoria Pública de Milão, o que não foi feito.
Então, o Inter de Milão, clube que beneficiou das sanções impostas à Juventus e ao AC Milan para aceder ao título da Serie A 2005/06, decidiu encarregar a agência de investigação "Polis d'Istinto" para vigiar De Santis, sobre o qual foi aberto um dossier.
Na sequência dessa decisão, a De Santis e a sua mulher foram intercepta das conversações telefónicas, além de ambos terem sido seguidos, fotografados e as respectivas contas-correntes investigadas.
No final, o dossier acabaria por ser encerrado com a anotação de que "não foram encontradas anomalias" sobre o visado.
Esta suposta investigação ordenada pelo Inter foi descoberta na sequência das inquirições efectuadas pela Procuradoria de Milão no âmbito da descoberta de uma mega-rede de escutas ilegais associada à empresa Telecom Italia, e que já levou à detenção de um total de 21 pessoas.
A rede, que espiou milhares de pessoas, entre políticos, banqueiros e financeiros, desportistas, jornalistas, vips e até gente anónima constituiu, segundo a Procuradoria de Milão, "um óbvio instrumento de pressão e de ameaça".
A ser verídica a actuação dos responsáveis do Inter, o clube terá viola do o código de justiça desportiva, em concreto o seu artigo primeiro, que faz referência ao princípio da lealdade.
Precisamente por violação deste artigo foram sancionados e penalizados no Verão passado vários clubes e dirigentes no caso da fraude desportiva, que teve no ex-director-geral da Juventus, Luciano Moggi, o principal fautor.
O Inter de Milão, entretanto, por intermédio do seu accionista de referência (Massimo Moratti) já negou ter ordenado qualquer tipo de investigação ou de intercepção de conversações telefónicas, considerando o assunto como "totalmente destituído de fundamento".

Liga confirma demissões na Comissão Disciplinar

Adriano Afonso, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga, confirmou ao Maisfutebol as demissões de Pedro Mourão e Frederico Cebola, dois dos três elementos em funções da Comissão Disciplinar. O colectivo perde quórum e deixa de poder decidir processos.
«Sim, isso é verdade. Recebi as demissões por carta e não posso dizer as razões das decisões dos dois juízes», começou por dizer o responsável, que vai tentar agora nomear dois elementos para voltar a ter quórum: «Vamos tentar. Talvez consiga resolver o problema esta semana, mas não tenho aqui soluções debaixo do pé. Isto exige sempre certas diligências e temos de ver se os possíveis nomeados querem o cargo, o que é cada vez mais difícil.»
Adriano Afonso pondera já várias soluções e uma delas pode passar pela nomeação dos elementos da Comissão Disciplinar eleitos na lista de Hermínio Loureiro. «Foram eleitos e é uma solução. Mas primeiro tenho de ver se não estou a pôr em causa a providência cautelar interposta pelo doutor Rui Alves», concluiu. Ao que o Maisfutebol apurou, o futuro presidente da Liga não vê com bons olhos a entrada imediata em funções da «sua» Comissão Disciplinar.
Caso não sejam nomeados juízes a tempo da próxima jornada os processos disciplinares ficam suspensos até que haja quórum. Já os cartões vermelhos e séries de cinco amarelos terão sanções automáticas.

Liga: participação contra Valentim Loureiro na Federação

A carta de demissão de Pedro Mourão e Frederico Cebola foi enviada para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol. Ambos entendem que algumas declarações de Valentim Loureiro sobre a decisão de abrir inquéritos ao «Apito Dourado» podem constituir ilícitos disciplinares. Uma vez que os processos a dirigentes da Liga têm de ser analisados pelo Conselho de Justiça, foi para lá que os dois elementos da CD enviaram o documento. A participação será agora analisada pelo CJ.

Futebol Internacional: FIFA suspende por seis meses o agente francês Olivier Jouanneaux

A FIFA suspendeu o agente Olivier Jouanneaux por seis meses, considerando que teve influência decisiva na rescisão unilateral de contrato do futebolista francês Philippe Mexes com o Auxerre. A polémica transferência para a Roma ocorreu no Verão de 2004 e tinha vindo a ser discutida no seio da Comissão do Estatuto do Jogador da FIFA, que considerou finalmente não haver motivo para Mexes ter rescindido o seu vínculo com o clube francês no chamado "período protegido". Pela sua responsabilidade no processo, o empresário Olivier Jouanneaux foi ainda multado em 50 mil francos suíços (cerca de 31 mil euros).

Apito Dourado: PJ quer investigar fuga de informação que terá beneficiado Pinto da Costa

O director da Polícia Judiciária vai solicitar à Procuradoria-Geral da República a abertura de uma investigação criminal à alegada fuga de informação no interior da PJ a favor de Pinto da Costa, no âmbito do processo "Apito Dourado", noticia a agência “Lusa”, citando o diário “Correio da Manhã” (CM).
Na edição de hoje do “CM” lê-se que o presidente dos dragões foi avisado do que se passava, o que lhe permitiu ausentar-se do país, evitando a detenção e frustrando as próprias buscas. Este caso de fuga de informação ocorreu na segunda fase da operação "Apito Dourado", em Dezembro de 2004. O “CM” acrescenta que a decisão do director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, foi tomada na sequência de uma notícia publicada ontem naquele diário, dando conta de que Pinto da Costa foi avisado por um alto funcionário da PJ de que seria detido e alvo de buscas domiciliárias. Fontes judiciais disseram ao jornal que o aviso "frustrou a estratégia da investigação, por ter sido o único suspeito a não ser surpreendido pela Polícia Judiciária". Em declarações ao “CM”, ontem à noite, Alípio Ribeiro afirmou: "A Polícia Judiciária não poderia ficar indiferente a uma situação destas, mas também não pode nem deve investigar-se a si própria, até por ser um caso de relevância criminal, mais do que disciplinar". Segundo Alípio Ribeiro, "não existe na PJ do Porto qualquer processo disciplinar sobre esse caso", o que, em seu entender, "constitui mais uma razão para se actuar".
Ao “CM”, Alípio Ribeiro disse ainda que quer "tudo esclarecido" porque "a Judiciária não pode pactuar com este tipo de situações, venham de onde vierem". "Além da eventual violação do segredo de justiça e dos deveres funcionais, estaria assim em causa uma acção contra a realização da própria justiça", acrescentou o director da PJ. A notícia do jornal foi, entretanto, desmentida pelo ex-director da PJ do Porto, Ataíde das Neves que, em declarações ao diário “24 Horas”, desmente que Pinto da Costa tenha sido avisado por um inspector da Judiciária. O juiz Ataíde das Neves, actualmente a exercer funções de desembargador no Tribunal da Relação de Coimbra, garantiu ao “24 Horas” tratar-se de "uma notícia completamente falsa e sem fundamento, baseada num simples boato".

Apito Dourado: Novas escutas originam novo processo

A Polícia Judiciária do Porto retomou as investigações criminais do processo de alegada corrupção no futebol "Apito Dourado" na sequência de novas escutas telefónicas que envolvem alguns dos arguidos já conhecidos e novos suspeitos, revela hoje o Correio da Manhã.
Citando fonte da Polícia Judiciária, o jornal refere que além das 81 certidões extraídas pelo procurador adjunto do Ministério Público de Gondomar Carlos Teixeira há outras suspeitas sobre as mesmas pessoas visadas no processo "Apito Dourado", entre as quais aquelas que foram detidas há cerca de dois anos e meio.
"Os factos novos levaram inclusivamente a mais escutas telefónicas que já confirmaram algumas suspeitas neste novo processo", escreve o CM.
Acrescenta que "parte das pessoas já escutadas entre 2003 e 2004 voltaram a ser alvo de intercepções telefónicas, tendo acabado a nova série de escutas, uma vez que as autorizações não foram renovadas judicialmente no último mês".
O diário afirma que as escutas realizadas continuaram a "dar frutos, apanhando novamente de surpresa conversas que, não sendo provas, constituíram ponto de partida para recolher provas".
De acordo com o Correio da Manhã, nos últimos dias foram chamadas, discretamente, à directoria do Porto da Polícia Judiciária algumas testemunhas.
O trabalho, segundo o CM, prossegue a cargo da mesma brigada, chefiada por António Gomes e coordenada por Edite Dias, havendo ainda um núcleo de inspectores a trabalhar a tempo inteiro, da 1/a secção regional de Investigação de Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira da Directoria da PJ/Porto.
Segundo a fonte policial contactada pelo jornal, as investigações estão a ser supervisionadas pelo director da PJ do Porto, Vítor Guimarães.
O CM refere ainda que o Ministro da Justiça disse, segunda-feira, que aguarda serenamente a conclusão do inquérito da Procuradoria-Geral da República, aberto na sequência da noticia de que houve uma fuga de informação no interior da PJ que favoreceu o presidente do FC do Porto no processo "Apito Dourado".
Na edição de domingo, o CM revelou que Pinto da Costa terá sido avisado de véspera por um alto responsável da Polícia Judiciária de que seria detido e alvo de uma busca domiciliária no dia 2 de Dezembro de 2004.
O aviso, segundo o mesmo jornal, terá permitido ao presidente do FC Porto ausentar-se do país evitando a sua detenção e frustrando as buscas a sua casa.
Apesar de a notícia ter sido desmentida por um antigo responsável da PJ do Porto, o director nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, pediu à Procuradoria-Geral da República que abra uma investigação criminal à alegada fuga de informação.

segunda-feira, setembro 25, 2006

"Jurisprudência e doutrina" ilibam Gil Vicente?

João Faria Gayo é um advogado de Braga que fez uma pós-graduação em Direito Desportivo. Por essa via, entrou para a equipa de juristas que fazem a instrução dos processos que correm na Comissão Disciplinar (CD) da Liga.
Foi nesse âmbito que se tornou o primeiro jurista a ser confrontado com o Caso Mateus logo após a entrada da primeira queixa, da autoria do Vitória de Setúbal, e que teve como relator o conselheiro Domingos Lopes, filho de um vice-presidente do Gil Vicente na altura sem que fosse levantada qualquer incompatibilidade.
O arquivamento baseou-se no facto de não ter havido irregularidade na inscrição de Mateus e dos sadinos não fazerem alusão ao recurso aos tribunais civis por parte dos barcelenses.
Quando Académica e Belenenses entraram na liça, com novos argumentos, Faria Gayo continuou como instrutor. Tendo de emitir um parecer para servir de base à decisão da CD, foi categórico em sugerir um novo arquivamento ao qual aderiram Gomes da Silva e Domingos Lopes. A posição contrária de Pedro Mourão e Frederico Cebola deu início à fase mais truculenta e mediática do Caso Mateus.
“Não há volta a dar-lhe”, sustenta Faria Gayo, explicando ter-se fundamentado “na doutrina dos teóricos e na jurisprudência que consideram a inscrição de um jogador uma questão administrativa. Perante isso, não podia ter chegado a outra conclusão que não fosse sugerir o arquivamento”.

Consenso
Gayo assegura que “existe uma corrente doutrinal absolutamente consensual” favorável à tese defendida pelo Gil Vicente, tendo recorrido a citações de vários teóricos no seu relatório, um documento que tem como peça-chave a alusão a uma sentença do Tribunal Central Administrativo do Sul (TACS), sobre um caso que envolveu a Federação Portuguesa de Karting e que cria um precedente que a equipa jurídica do Gil Vicente tem procurado explorar.

Jurisprudência
João Faria Gayo recorda o acórdão desse tribunal, o qual considera “a inscrição de um jogador numa qualquer federação uma questão prévia à própria competição. Alguém a querer praticar uma modalidade desportiva não é uma questão emergente da competição tal como vem descrita na Lei. Não estamos a falar do golo, do penálti, do cartão amarelo, do tamanho da baliza ou do peso da bola. Foi essa a conclusão a que chegou o TCAS, tendo sido um dos pontos nos quais me fundamentei para aconselhar o arquivamento do Processo Mateus”, conclui.

Gil Vicente: terceira falta de comparência e a iminência da exclusão

O Gil Vicente averbou esta tarde a terceira falta de comparência consecutiva, falhando a recepção ao Trofense, na 4ª jornada da Liga de Honra. O clube gilista arrica-se, em caso de nova falta, a uma exclusão das competições profissionais por um período entre um a cinco anos.
Cerca de 150 sócios do emblema local marcaram presença junto ao Estádio Cidade de Barcelos para manifestar, na sua maioria, o apoio à direcção presidida pelo Gil Vicente. Segundo os adeptos ouvidos pela Agência Lusa, a fim do futebol profissional é uma forte possibilidade, mas o recurso aos tribunais europeus no «caso Mateus» permitirá ao clube ser ressarcido financeiramente pelos prejuízos.
A despromoção para a Liga de Honra, segundo os gilistas, originou uma quebra nas receitas estimadas na ordem dos dois milhões de euros (de 3,5 para 1,5 milhões). Os sócios do clube garantem que o presidente António Fiúza já colocou, do seu bolso, 500 mil euros, nos cofres do Gil Vicente, não o responsabilizando pela crise.
O Trofense rumou a Barcelos, esta tarde, com 50 adeptos na comitiva, para encontrar os portões do estádio fechados. O treinador Daniel Ramos, os dirigentes do clube e o árbitro Nuno Almeida não criticaram a atitude do Gil Vicente, apesar de salientarem que prefereriam a realização do encontro.

Redução salarial longe de ser uma realidade
Na passada semana, os jogadores do Gil Vicente foram confrontados com uma possibilidade que permitiria a participação da equipa da Liga de Honra. António Fiúza propôs uma redução na ordem dos 30 por cento, nos salários dos atletas, mas estes, que contam com vencimentos em atraso desde o início da época, não se mostraram disposto a aceitar o corte substancial no salário.

Sócios do Gil Vicente garantem que a esperança é a última a morrer

Os cerca de 150 sócios do Gil Vicente que hoje compareceram junto ao Estádio Municipal de Barcelos, onde a equipa de futebol deu nova falta de comparência na Liga de Honra, acreditam que "a esperança é a última a morrer".
"Temos razão e os tipos da FIFA já tremem com a possibilidade de o Gil ir para os tribunais europeus", afirmaram vários sócios à Agência Lusa, muitos deles associados há vários anos e outros antigos jogadores do clube.
Apesar de darem razão à atitude que vem sendo tomada pela direcção do clube, liderada por António Fiúza, de não jogar na Liga de Honra até que o Tribunal Administrativo de Lisboa se pronuncie sobre a providência cautelar interposta pela colectividade, os associados parecem descrentes na possibilidade de o Gil voltar a jogar, esta época, na Primeira Liga.
"Pelo menos vamos receber uma indemnização, pois tínhamos uma equipa contratada para a Primeira Liga e não para a segunda, onde as receitas são menores", vaticinam.
Outros dizem "compreender" que o dirigente máximo da colectividade, o empresário António Fiúza, não se queira "atravessar" com os custos orçamentados para a época, 3,5 milhões de euros, "quando as receitas da Liga de honra são apenas de 1,5 milhões".
Garantem saber que o presidente já colocou 500 mil euros do seu bolso, em empréstimos bancários que avalizou, pelo que - sublinham - "não se lhe pode exigir que entre com mais dois milhões".
Alguns vão ao ponto de garantir - alegadamente baseando-se em conversas com membros da direcção - que foi o presidente do Município, o social-democrata Fernando Reis, quem avalizou o pagamento das custas judiciais dos processos em curso, incluindo a equipa jurídica liderada pelo advogado José Luís da Cruz Vilaça.
Numa atmosfera de "bocas" e boatos, própria de situações de crise, há quem vaticine o fim do clube, nomeadamente se houver outra falta de comparência, a quarta, na próxima jornada: "mais vale criar outro clube, ou recuperar o Futebol Clube de Barcelos, que já existiu na cidade", dizem.
Os mais avisados pedem aos sócios que "confiem" na direcção, argumentando que ela "sabe o que está a fazer, quer em termos jurídicos quer desportivos".
A presença de associados do Gil, acrescida de um corrupio de viaturas que circularam pela zona para ver o que se passava, não trouxe qualquer desaguisado ou acto de violência, nem sequer com os 50 adeptos do Trofense que acompanharam, em autocarro, a equipa da cidade e se manifestaram ruidosamente em seu apoio.

Trofense fez a "Festa dos 3" sem jogar

A situação já não é nova para os lados de Barcelos. Algumas dezenas de locais e apoiantes do Gil Vicente marcaram presença nas imediações do estádio, bem como as claques do Trofense que acabaram por apoiar a equipa, mas fora do relvado.
É que, como já era conhecido, a formação da casa não compareceu para o encontro relativo à 4.ª jornada da Liga de Honra, somando, desta forma, a terceira falta de comparência consecutiva, estando à beira da despromoção, o que se concretizará se não compareça no próximo jogo com o Rio Ave.
Afonso Ferreira, presidente adjunto do Gil Vicente, esteve presente no local prestando cumprimentos aos diversos intervenientes do encontro, já os jogadores gilistas naturalmente estiveram ausentes face à decisão da direcção em não jogar.
Contrastando com o sentimento de revolta demonstrado por alguns adeptos da equipa da casa, os jogadores do Trofense encontravam-se descontraídos junto à carrinha e à espera que o relógio marcasse 17 horas. Regressaram a casa com 3 pontos amealhados, sempre importantes para o objectivo final.
“É evidente que preferia ganhar os 3 pontos dentro de campo. Esta é uma situação que não agrada a ninguém. É péssimo para o futebol”, afirmou o técnico do Trofense, Daniel Matos, que revelou ter um pressentimento: “Por algumas conversas que tive com pessoas ligadas ao Gil Vicente, e o sentimento que revelaram, parece que a vontade é de continuar.”
Quanto à possibilidade do embate entre as duas equipas vir a realizar-se no futuro, Armando Martins, vice-presidente do Trofense, explica que a “direcção ainda não se debruçou sobre o assunto”, sendo que os responsáveis vão, adianta o dirigente, “aguardar serenamente por uma decisão da Liga. Cumpriremos o que eles decidirem”.
Percorreu centenas de quilómetros para nem sequer tirar o apito da bagagem. Nuno Almeida cumpriu os regulamentos, esperou o tempo necessário e depois rumou novamente ao Algarve.
O árbitro nomeado para a partida revelou estar, acima de tudo, “insatisfeito e triste” com a situação, um sentimento que comunga com os companheiros de profissão que nas últimas três jornadas passaram pelo mesmo cenário.
Há uma primeira vez para tudo. E esta foi mesmo a primeira vez que, como árbitro, Nuno Almeida se viu confrontado com a falta de comparência de uma equipa. Nunca antes tinha “ficado à porta de um estádio”, gracejou.
O árbitro algarvio recordou episódios no passado, nos quais teve de esperar por equipas: uma vez aconteceu ainda nos distritais, e numa segunda ocasião com o Estoril, em 2005.

domingo, setembro 24, 2006

João Pereira revoltado com silêncio da Direcção do Gil Vicente

Depois de mais uma falta de comparência a um jogo, o Gil Vicente tem os dias contados na Liga de Honra. João Pereira, jogador do clube de Barcelos, afirma ao Sportugal que está descontente com esta situação: “estão a tirar-nos aquilo que mais gostamos de fazer”. O lateral reage e denuncia que “há pessoas que estão a tomar opções para não jogarmos, quando o queremos fazer. Os jogadores não têm nada a ver com a situação e estão a ser os mais prejudicados com tudo isto.”
Apesar de não jogarem ao fim-de-semana a rotina diária continua a ser a mesma e nada mudou. “Continuamos a treinar todos os dias, a dar o máximo para estarmos bem caso haja jogo no fim-de-semana”, assegura o jogador.
Mas a desconfiança paira no ar. “O futuro está cinzento”, afirma, pois não se vislumbram novidades positivas na próxima semana. Se o Gil Vicente não comparecer no próximo jogo será automaticamente excluído das competições da Liga.
“Já não tenho confiança em nada, já ando nisto há um mês”. Inclusivamente a direcção não fala com os jogadores. “A direcção não diz nada. Eu só soube, ontem [sexta-feira], através dos jornais que não ia haver jogo. E foi o treinador, hoje de manhã, que falou connosco a dizer que não íamos jogar mais uma vez.”, queixa-se o médio gilista.
João Pereira garante que os jogadores estão a par da situação mas que não podem fazer nada. Contudo, avançou ao Sportugal que existe uma cláusula de rescisão no seu contrato que prevê essa situação. “ Não posso rescindir neste momento, mas posso rescindir o contrato se houver 2 meses de pagamentos em atraso ou se o clube tiver quatro faltas de comparência consecutivas em jogos”, adianta. E isso pode vir a acontecer já na próxima semana.
Assim sendo, neste momento o internacional sub-21 assegura que “pensa em todas as possibilidades”, mas não quis adiantar nada sobre a sua possível saída do clube. Contudo, deixou escapar o desejo de voltar a jogar no escalão principal: "Claro que tenho ambições de jogar num clube da primeira divisão.”
E se por acaso a direcção mudar de ideias e o Gil Vicente jogar o próximo jogo, o jogador nem quer pensar no que poderá acontecer. “Imagine que vamos jogar para a semana, começamos o campeonato com 9 ou 12 pontos de atraso, dependendo do jogo do Feirense esta jornada, o que é que podemos fazer? Vamos lutar para não descer”, afirma o gilista. "Isto não quer dizer que não queira ficar no clube", mas o jogador acha que "não podem exigir mais à equipa do que este objectivo".
O jogador, pouco utilizado no Benfica, deixou a Luz para rumar ao Gil Vicente. “O Benfica nunca me faltou com nada, mas estava tapado, por isso decidi mudar de ares para relançar a minha carreira", confessa.
“Quando vim para o Gil Vicente era um clube sério, a cidade era boa. Os quatro meses que cá passei foram bons e conseguimos a manutenção, dentro de campo, na primeira Liga", conta. Com o imbróglio criado pelo "caso Mateus" João Pereira sente-se desiludido com a situação que vive no clube de Barcelos: “Saiu-me o tiro pela culatra.”
O jogador, a viver uma das piores fases da sua vida, afirma que se não fosse a boa relação existente entre os jogadores, as coisas poderiam estar "bem piores". “Se não tivéssemos um grupo de boas pessoas que tentam todos os dias lutar para que tudo melhore e que treinam sem qualquer apoio, então isto tinha descambado”, refere.
Aos 22 anos, João Pereira vê a sua carreira sofrer um rude golpe. Apesar de todas as contrariedades e da falta de esperança no futuro, o internacional português revela que continua a ter um carinho especial pela camisola gilista. “Gosto do Gil Vicente e gostava que o projecto fosse em frente”, conclui.

sábado, setembro 23, 2006

Gil Vicente também falta ao jogo com o Trofense

O Gil Vicente F.C. vem por este comunicar que não irá comparecer no jogo da 4º jornada da Liga de Honra contra o C.D. Trofense.

COMUNICADO

O GIL VICENTE FUTEBOL CLUBE vem por esta via comunicar o seguinte:

1 – O Gil Vicente F. C. continua a aguardar serenamente uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, no âmbito da providência cautelar e acção principal interpostas contra a F.P.F. e a L.P.F.P., a qual até este momento ainda não foi proferida.

2 – O Gil Vicente F. C. continua plenamente convicto que a razão e o direito lhe assistem em todo este processo denominado “Caso Mateus”, sendo que apenas admite ocupar o lugar que por direito próprio conquistou na Liga BWIN e aí disputar os jogos respectivos, tanto mais que preparou a presente época com vista a tal desiderato.

3 – A actual situação criada contra o Gil Vicente está a gerar prejuízos avultados, pelos quais o clube irá, oportunamente, pedir responsabilidades aos seus causadores e que não podem ser evitados com a participação na Liga de Honra.

4 – Por todas estas razões, o Gil Vicente F.C. informa que não irá disputar o jogo da Liga de Honra com o C.D. Trofense , a contar para a 4ª jornada da Liga de Honra, agendado para o próximo Domingo, dia 24 de Setembro de 2006, no Estádio Cidade de Barcelos, onde não comparecerá.

5 – Esta foi a posição encontrada para melhor salvaguardar, defender e acautelar todos os direitos e interesses que neste assunto assistem ao Gil Vicente F.C..

Vieira para Valentim: "Nem sabe com quem é que se está a meter..."

Valentim Loureiro não teve de esperar muito pelo comentário de Luís Filipe Vieira. Poucos minutos do presidente da Liga ter dito que o presidente do Benfica "é um arrependido" e de o ter alertado para não se meter com ele, o responsável máximo dos encarnados respondeu no mesmo tom: "Deixe-me lá ver se foi uma ameaça. Se foi, nem sabe com quem é que se está a meter."
"A minha vida é transparente. Não sou homem de ter medo de ameaças e de ceder a chantagens. Pensei que ia dar os parabéns ao Benfica pela inauguração do centro de estágio. A única coisa que quero é que seja tudo limpo como é a minha vida (...) não tenho medo de ninguém independentemente das calúnias que me queiram levantar. A transparência é a única coisa que quero", afirmou Luís Filipe Vieira à TVI, no Seixal, após a inauguração do centro de estágio dos encarnados.

António Fiúza pondera extinção do Gil Vicente


António Fiúza considerou hoje que "só uma redução salarial de 30 por cento no plantel permitiria ao clube sobreviver" na Liga de Honra.
Esta tarde, o Gil Vicente vai revelar a decisão de marcar presença ou faltar ao jogo com o Trofense, referente à 4ª jornada da Honra.
Nova falta de comparência, que a verificar-se será a terceira consecutiva, poderá comprometer definitivamente a viabilidade financeira e desportiva do clube e colocar em causa a continuidade do seu futebol profissional.
A extinção do futebol profissional, se de facto o clube for penalizado e cair da Liga de Honra, poderá causar danos irreversíveis ao Gil, que, de acordo com António Fiúza, "construiu um plantel destinado a disputar a Liga".
Relegado para a Liga de Honra após decisão do Conselho de Justiça e da FPF ter invocado o interesse público das competições, o Gil Vicente decidiu não se apresentar nos jogos, tendo já duas faltas de comparência.
A redução salarial adaptada à Liga de Honra, embora o clube acredite ainda na "justiça que tarda" e na "reposição da verdade desportiva", e a extinção do futebol profissional são dois dos cenários em cima da mesa.
A diferença nas receitas e transmissões televisivas a distribuir pelos clubes é abissal entre a Liga e a Liga de Honra, por exemplo, pelo que o orçamentado pelo Gil Vicente para a época de 2006/07 fica longe de alcançar.
Caso a solução passe pela aceitação da redução salarial e a descida à Liga de Honra, António Fiúza acredita que o clube será ressarcido dos prejuízos financeiros que tal medida acarreta e que o clube tem vindo a suportar.
"Desta forma, os jogadores ficarão como credores e receberão os valores inerentes àdiferença salarial em divida quando o clube for ressarcido financeiramente dos seus prejuízos", crescentou António Fiúza.
Ontem, o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) entregou 500 euros a cada jogador do plantel do Gil Vicente para fazer face a problemas financeiros imediatos.
Joaquim Evangelista explicou que os cheques entregues "têm como objectivo minimizar os problemas financeiros dos jogadores", relegados para a Liga de Honra, "alguns dos quais com dois meses de salários em atraso".
Na altura, Joaquim Evangelista referiu que "os jogadores querem jogar domingo e estão disponíveis para fazer algumas cedências, mas não o vão fazer suportando eles o encargo maior, que pode passar por uma redução de salários".

Árbitros querem cumprir a Lei mas exigem que todos o façam

Os árbitros portugueses não se importam de apresentar declaração de interesses como lhes é solicitado mas exigem que todos os agentes desportivos façam o mesmo.
Sobre o assunto, Olegário Benquerença, árbitro «internacional» de Leiria, disse hoje à Antena 1 que «os árbitros não são profissionais e portanto ameaças de suspensão ou qualquer medida que nos impeça de dirigir jogos, não nos preocupam minimamente. Nós defendemos princípios e questões que devem ser muito mais importantes do que o arbitrar ou não arbitrar, o suspender ou não suspender, os árbitros querem é resolver esta questão de uma vez por todas, estar dentro da lei, querem que toda a gente cumpra as suas obrigações».
Lembre-se que a Comissão de Disciplina da Liga de Clubes deu um prazo de trinta dias a 62 árbitros para a entrega da declarações de interesses.

Assinaturas falsas na candidatura de Valentim Loureiro?

Valentim Loureiro, presidente em exercício da Liga de Clubes, reagiu hoje às declarações de Rui Alves, em que o líder do Nacional da Madeira nega ter assinado qualquer declaração de apoio à candidatura do major à presidência da Assembleia Geral da Liga.
O dirigente madeirense considerou mesmo que o fax, datado de 27 de Julho, na posse de Valentim Loureiro tem uma "assinatura falsa", o que levou o ainda líder da Liga a afirmar que "pôr em causa, nesta altura, a veracidade da assinatura não pode deixar de, no mínimo, se lamentar."

Comunicado:
"Face às declarações atribuídas ao Presidente do Clube Desportivo Nacional, Sr. Eng. Rui Alves, publicadas no Jornal "A Bola", de hoje, relativas, nomeadamente, à apresentação de "uma declaração com uma assinatura falsa, de apoio à candidatura do major à AG', cumpre-me informar, para completo e definitivo esclarecimento, o seguinte:

1- Em 27 de Julho de 2006, foi-me remetida, via fax, a declaração de subscrição do Clube Desportivo Nacional da lista para a Mesa da Assembleia Geral da L.P.F.P., por mim encabeçada.

2- Como se pode verificar, a aludida declaração de subscrição apresentada, nos termos e para efeitos do disposto nos n.º 2 e 3 do artigo 52º do Regulamento Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, está assinada pelo Presidente do Clube Desportivo Nacional, sendo certo, que a veracidade dessa assinatura, nunca foi, antes, posta em causa.

3 - Pôr em causa, nesta altura, a veracidade da assinatura não pode deixar de, no mínimo, se lamentar."

CalcioCaos: Regina e federação não se entenderam na Câmara de Conciliação

A Regina, primeira divisão, condenada no âmbito do caso dos resultados manipulados conhecido por “calciocaos”, e a federação não chegaram hoje a acordo durante uma sessão na Câmara de Conciliação do Comité Nacional Olímpico de Itália (CONI). O clube, que se manteve na Série A, começou o campeonto com 15 pontos negativos e o presidente Lillo Foti foi condenado a dois anos e meio de suspensão e ao pagamento de uma multa de 30 mil euros. A Regina pretendia ver substancialmente reduzida a pena, tanto do clube como do presidente, mas a federação, tal como já aconteceu em relação à Juventus, Milão, Lázio e Fiorentina, não deu mostras de qualquer condescendência. A Regina pondera agora levar o caso ao Tribunal Arbitral do CONI, último degraui da justiça desportiva italiana. Lillo Foti foi acusado, com três árbitros, dois assistentes e um responsável da arbitragem italiana de haver tentado “predeterminar o resultado” de seis encontros, na época de 2004/2005.

Apito Dourado: Valentim Loureiro responde a Luís Filipe Vieira

O presidente da Liga de Clubes de Futebol, Valentim Loureiro, respondeu hoje a Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, que ontem, em entrevista à RTP, o apontou como citado num dossiê que revela resultados falseados. "Espero e desejo que o senhor Luís Filipe Vieira me deixe em paz, nunca ataquei ninguém. Lamento esses tabus dos dossiês que ninguém sabe o que são, mas que servem para andar a atirar poeira para o ar e para atingir pessoas", disse Valentim Loureiro, em declarações à “SIC”. Na entrevista à televisão pública, o presidente do Benfica voltou a falar num dossiê que alegadamente revela resultados falseados e viciação na classificação de árbitros, afirmando que os nomes de Pinto da Costa, presidente do FC Porto, e Valentim Loureiro aparecem no documento que lhe terá chegado de forma anónima. O ainda presidente da Liga lançou um aviso a Luís Filipe Vieira: "Não se meta comigo, não se meta comigo, porque a minha vida é tão digna como a sua". O major frisou ainda que, neste momento, a Comissão Disciplinar da Liga, presidida por Pedro Mourão, não está a funcionar e disse estranhar que o despacho do presidente, no sentido de a CD também averiguar o caso "Apito Dourado", tenha surgido na imprensa. "No dia seguinte vinha escarrapachado nos jornais e tratando-se de um magistrado é lamentável que o segredo de justiça não seja respeitado por quem exerce essas funções", disse Valentim Loureiro, acrescentando que foi tudo montado devido às eleições no Benfica, nas quais Luís Filipe Vieira voltará a ser candidato. O dirigente referiu ainda que as quebras do segredo de justiça fazem Portugal parecer nos últimos tempos uma "república das bananas" e disse esperar que tudo entre na normalidade e que se "alguém tiver culpas, será punido, se for o caso disso".

Apito Dourado: Marítimo não quer que a Justiça actue? Para pagar favores a quem?

O Marítimo entregou ontem na Liga uma contestação à decisão de pedir às comarcas certidões do processo "Apito Dourado", tomada por "um único membro da Comissão Disciplinar". Carlos Pereira considera que se trata de "um acto de vingança" e diz que não pode "pactuar com esta decisão", até porque, acrescenta o presidente do Marítimo, "este elemento esteve muito tempo na Liga, nunca tomou tal decisão, e não é agora, no momento de saída, que o vai fazer". Há ainda outros motivos que justificam a contestação apresentada na Liga: "Se alguém tem legitimidade para o fazer é o Conselho de Justiça da Federação ou a nova Comissão Disciplinar da Liga, que ainda não tomou posse". Em suma, Carlos Pereira defende que aquele órgão "não tem legitimidade e nem quórum".

Corrupção: Federação inglesa «desiludida» com a falta de provas da BBC

A federação inglesa (FA) manifestou-se esta sexta-feira desiludida por não recebido da parte da BBC as provas que o canal público de televisão inglês dizia ter num comentário sobre a corrupção no futebol transmitido na terça-feira passada em que se que falava de subornos em forma de incentivos pagos a treinadores e de aproximações ilegais de clubes aos jogadores.
O órgão máximo do futebol inglês diz que abriu um inquérito, mas voltou a pedir a informação que o canal de televisão diz ter recolhido. «Estamos desiludidos por não termos tido uma cooperação total até ao momento», lê-se no comunicado da FA que diz continuar à espera das provas «com a máxima urgência». Na quarta-feira a BBC tinha anunciado que ia cooperar com os pedidos «relevantes» das autoridades, respeitando os procedimentos legais nestes casos.
Sam Alardyce, treinador do Bolton, foi uma das figuras centrais do programa transmitido pela BBC, com dois empresários a garantirem que lhe tinham pago «incentivos». O treinador desmentiu as acusações e diz que pediu aos seus advogados para «tomarem as medidas apropriadas».

sexta-feira, setembro 22, 2006

Câmaras ocultas da BBC abalam o futebol inglês

O futebol inglês está em estado de choque. Uma reportagem da BBC emitida terça-feira à noite, intitulada Undercover: Football's Dirty Secrets, revela que 18 treinadores recebem ou já receberam pagamentos ilegais para transferir jogadores. A investigação da televisão pública foi realizada por repórteres infiltrados com câmaras ocultas, que se fazem passar por representantes de uma nova agência de intermediários. Mostra os meandros das transferências de futebolistas e aponta vários casos de corrupção. A Federação Inglesa (FA) abriu um inquérito.
O principal visado é o técnico do Bolton, que é citado por dois empresários (Tony Yerima e Peter Harrison) como tendo metido ao bolso pagamentos ilegais para facilitar determinadas transferências. Sam Allardyce, de 51 anos, é um técnico conceituado no Reino Unido e chegou a ser considerado para suceder a Sven Goran Eriksson no comando da selecção inglesa. Orienta o Bolton desde 1999 e conseguiu colocar o clube na Premier League em 2001.
O empresário Peter Harrison é captado por um repórter infiltrado dizendo que, para fazer transferências de jogadores do Bolton, tinha subornado Sam Allardyce prometendo a entrega de 'luvas' ao filho, o também empresário Craig Allardyce. Outro intermediário, Teni Yerima, diz que também tinha subornado Sam Allardyce. O técnico refutou as acusações e negou qualquer envolvimento nas transferências do filho, que alegadamente terá recebido pagamentos ilegais por transferências facilitadas pelo pai.
Numa investigação explosiva, o empresário Charles Collymore diz que "há vários treinadores que aceitam luvas há muito tempo. Diria à vontade que existem entre seis a oito técnicos que podem ser abordados sem qualquer problema".
Perante isto, o secretário de Estado do Desporto, Richard Caborn, já disse que "estas alegações colocam em causa a integridade do futebol e têm de ser investigadas", numa posição apoiada pela associação de clubes da primeira liga inglesa.
Outra irregularidade apontada na investigação da BBC tem a ver com aproximações ilegais de alguns clubes a atletas com contrato. Harry Redknapp, técnico do Portsmouth (onde alinham Pedro Mendes e Manuel Fernandes), é filmado a discutir a hipótese de contratar o passe do capitão do Blackburn Andy Todd. Também o director das camadas jovens do Chelsea, Frank Arnesen, é apanhado numa abordagem ilegal à jovem estrela do Middlesbrough, Nathan Porritt, de apenas 15 anos.
A reportagem foi iniciada há oito meses, depois de o treinador Mike Newell, que orienta o Lutton, da segunda divisão, ter revelado que tinha sido aliciado duas vezes para facilitar transferências. Palavras que levaram a FA a nomear, em Março, o inspector John Stevens para apurar infracções nas transferências de jogadores. Todos os empresários e dirigentes captados no trabalho da BBC desmentiram as alegações de irregularidades.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Liga investiga 'Apito Dourado'

A Comissão Disciplinar (CD) da Liga Portuguesa de Futebol (LPFP) decidiu abrir um processo de inquérito para apurar os factos denunciados pelo Benfica no âmbito do processo "Apito Dourado". Segundo o DN apurou, o organismo da Liga deliberou que o inquérito terá de estar "concluído no prazo de 30 dias".
Na acta da reunião de terça-feira ficou ainda registado que o instrutor nomeado para constituir instrução irá agora averiguar a origem dos documentos apresentados pelos encarnados, assim como pedir ao Ministério Público as certidões relativas ao processo, que estão directamente implicadas no dossier que o clube da Luz entregou na Liga. O primeiro passo será chamar Luís Filipe Vieira para esclarecer a forma como os documentos lhe chegaram às mãos.
A CD provisória considerou "muito graves" alguns factos que constam no dossier e parece apostado em resolver um caso que os tribunais comuns tendem a arquivar por falta de provas.
O Benfica fez igual participação ao Conselho de Justiça da Federação, que ontem negou passividade no processo e lembrou que as questões "no âmbito da corrupção estão por lei (art. 47.º da Lei de Bases do Desporto) excluídas da competência exclusiva das federações desportivas".

Apitadelas: Liga pode suspender 62 árbitros e auxiliares

Na reunião desta semana, a Comissão Disciplinar resolveu tirar da gaveta os processos instaurados a 62 homens do apito por ausência da declaração de registo de interesses. Esta consiste na discriminação do «património, rendimentos e actividades, susceptíveis de gerarem incompatibilidades, bem como, em geral, de todos os actos ou situações patrimoniais ou profissionais que possam proporcionar proveitos económicos ou conflitos de interesses», de acordo com o anexo 1 do regulamento disciplinar.
De acordo com a Lei de Bases e o Regulamento Disciplinar da Liga, quem apita nos campeonatos profissionais está obrigado a apresentar todos os anos uma declaração de registo de interesses. A maior parte de árbitros e auxiliares nunca o fizeram, alegando que a competência para exigir a declaração seria da Federação Portuguesa de Futebol e, também, que discordavam do facto de mais nenhum agente desportivo estar obrigado a agir da mesma forma.
Os regulamentos da Liga impõem que seja instaurado um processo disciplinar a quem não entregar a declaração. Isso aconteceu, mas tudo ficou pendente. Esta semana, o presidente da CA, Pedro Mourão, decidiu dar 30 dias aos instrutores para concluírem os processos.
Ao mesmo tempo, Pedro Mourão deliberou ainda recordar, em comunicado oficial, que as declarações desta temporada deverão ser entregues até 30 de Setembro.
Caso árbitros e auxiliares não o façam serão notificados desse facto e terão mais dez dias úteis para entregar a declaração, prazo a partir do qual serão automaticamente suspensos de funções.
Está à vista mais um caso no futebol português. A bola está agora do lado de árbitros e auxiliares. Se mantiverem a mesma posição, em Outubro a Liga poderá não ter quem dirija os jogos da Bwin Liga e Liga de Honra.

Apito dourado: Federação, afinal, resolve abrir inquérito

O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol decidiu abrir um inquérito à participação apresentada pelo Benfica sobre o processo «Apito Dourado», depois de esta quarta-feira a FPF ter afirmado, em comunicado, que a justiça desportiva não podia actuar.
Segundo Paulo Relógio, assessor jurídico da FPF, o objectivo do Conselho de Justiça é averiguar. O primeiro passo é identificar as duas pessoas que assinam o documento entregue pelo Benfica, por forma a prestarem declarações. «A Federação Portuguesa de Futebol abre inquéritos a todas as denúncias de matéria disciplinar, e quando esta envolve a prática de crime, como é a corrupção, fica sempre subordinada à investigação policial. Prova evidente, com testemunhas e documentos, não temos. Têm chegado denúncias várias mas como, quando e porquê? Havendo uma condenação os órgãos disciplinares da Federação, e julgo que os da Liga também, irão agir em conformidade. Agora enquanto não houver dados concretos...», explicou o assessor jurídico da FPF.
Em entrevista à TVI, Paulo Relógio reforçou que só quando houver uma decisão dos tribunais poderão existir sanções desportivas: «Depois de apurada a prova será feita justiça desportiva, mas só factos concretos podem permitir prova e condenação. Umas meras denúncias, como as que vêm nos jornais, são objecto de inquérito, mas param na fase do inquérito porque têm obrigatoriamente de aguardar pela investigação policial. A investigação policial é exclusiva das entidades policiais, não das federações, e essa investigação está a ser feita no âmbito do processo. Só podemos avançar com uma medida disciplinar perante factos concretos, com os quais os tribunais podem avançar com uma condenação.»

CALCIOCAOS. Paulo Relógio, assessor jurídico da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), esclareceu esta quinta-feira à TVI que, apesar de o Conselho de Justiça ter aberto um inquérito no âmbito do processo «Apito Dourado», não pode haver condenação desportiva até que seja tomada uma decisão por parte dos tribunais civis.
O responsável explicou que não pode haver comparação entre a actuação da FPF e a da federação italiana. «Essa questão deve ser colocada ao Director da Polícia Judiciária ou ao Ministro da Justiça. Em Itália foram as autoridades policiais que entregaram à Federação factos concretos para agirem. As autoridades portuguesas não nos entregaram meios que nos permitam punir. Em alguns processos pedimos informação há dois anos e os tribunais ainda não nos forneceram nada», disse.