sexta-feira, setembro 29, 2006

«Administração Desportiva do país está perto do colapso», acusa Ribeiro e Castro

Os últimos acontecimentos que têm denegrido o futebol português levaram hoje o antigo dirigente do Benfica e actual líder do CDS/PP, Ribeiro e Castro, a enviar alguns «recados» ao responsável pela pasta do Desporto, Laurentino Dias.
O líder dos «populares» convida o secretário de Estado a «aparecer e assegurar a boa ordem da administração desportiva do país» que considera estar «perto do colapso».
«Não pretendemos que o Governo exorbite as suas funções e se intrometa em questões estritamente desportivas mas é indispensável que assegure a boa ordem da Administração desportiva», afirmou Ribeiro e Castro, lembrando que nesta matéria o Governo tem deixado a «administração perto do colapso».
Falando em conferência de imprensa, Ribeiro e Castro criticou a actuação do secretário de Estado do Desporto especialmente na questão dos casos Mateus e Apito Dourado, considerando que Laurentino Dias «se torna invisível quando é preciso agir».
«Senhor secretário de Estado, está na hora de se fazer visível, está em tempo de responder, está na altura de agir em defesa do Desporto, da boa Administração desportiva, da legalidade e do Estado de Direito», disse Ribeiro e Castro.
Ribeiro e Castro acusou o Governo de ter deixado «rolar o conflito no caso Mateus para níveis totalmente insustentáveis e incompreensíveis para a opinião pública» chegando ao «aparente braço-de-ferro entre o Estado português e a FIFA, inaceitável à luz dos princípios que regem qualquer Estado de direito».
«O secretário de Estado fez uma intervenção tardia no Caso Mateus e não foi claro, e em relação ao Apito Dourado ainda nem sequer fez nada», acusou o líder do CDS/PP.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Adriano Afonso: «Fartei-me de esperar»

Cansaço e conselho médico, os motivos apresentados por Adriano Afonso para «justificar» a sua demissão do cargo de presidente da assembleia geral da Liga de Clubes. «Infelizmente não sou saudável, não estou para continuar a assistir a trapalhadas, não tenho que correr atrás de ninguém».
O juiz Adriano Afonso, que renunciou ontem à presidência da assembleia geral da Liga, alega «saturação e recomendação médica» razões que o levaram a abandonar o cargo. «Fartei-me de esperar e não tenho paciência para continuar», declarou Adriano Afonso à TSF.

Federação Portuguesa disponível para que seja encontrado um consenso no «Caso Mateus»

A Federação Portuguesa de Futebol reitera, através do seu site oficial na Internet, a sua disponibilidade para que seja encontrada uma solução de consenso para o «Caso Mateus».
O Organismo presidido por Gilberto Madaíl publica hoje a notícia de que o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa julgou improcedente a providência cautelar apresentada pelo Gil Vicente e permanece disponível para que seja encontrava uma saída para o problema, ao mesmo tempo que volta a lamentar o arrastar deste processo.
«Face a esta decisão, a Federação Portuguesa de Futebol reitera, mais uma vez, que permanece disponível para encontrar uma solução de consenso, dentro daquilo que são os normativos da FPF e da FIFA, e lamenta que o arrastar deste processo esteja a prejudicar colateralmente os jovens que militam nos escalões de formação do Gil Vicente Futebol Clube», lê-se no último parágrafo da notícia emitida esta manhã pela Federação Portuguesa de Futebol.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Liga: Vamos rir para não chorarmos...


COMUNICADO OFICIAL N.º 48 /06-07
Face à renúncia de Membros da Comissão Disciplinar desta L.P.F.P., informam-se os Clubes/SAD´S e demais interessados que não foi possível a realização da reunião semanal da mesma Comissão, para a tomada de decisões referentes aos jogos da 4.ª Jornada da bwinLIGA e Liga de Honra.
Esclarece-se, porém, que os jogadores mencionados como expulsos nos respectivos boletins de jogo, expressos nas fichas técnicas, por exibição directa do cartão vermelho ou por exibição do cartão vermelho resultante da acumulação de cartões amarelos, ficam automaticamente suspensos pelo período de 12 dias, nos termos do disposto no art.º 32.º, n.º 2, alínea a) e c) do Regulamento Disciplinar.
No que concerne aos cartões amarelos exibidos, chama-se a atenção para a acumulação prevista no art.º 130.º do Regulamento Disciplinar.
PS: Resta esclarecer que os juízes Pedro Mourão e Frederico Cebola se demitiram devido ao que qualificaram como "conflito institucional" com Valentim Loureiro. O presidente da Liga, apesar de se encontrar com a justiça à perna, não gostou que a CD mandasse instaurar um processo de inquérito tendente a apurar responsabilidades desportivas das vergonhas que todos conhecemos do Apito Dourado. Compreende-se porque ficou tão incomodado, tal como se percebe que juízes de carreira, e com nome na magistratura, não estejam dispostos a aturar os dislates do major. O tal que devia ser ex-presidente da Liga, mas que afinal ainda é, e pelos vistos quer continuar a ser por muito tempo. Agora, ninguém sabe quando voltará a haver Comissão Disciplinar em funcionamento. Deus tenha piedade do futebol português.

Plantel do Gil Vicente aguarda desenvolvimentos em silêncio

O plantel do Gil Vicente decidiu hoje aguardar em silêncio os desenvolvimentos no âmbito do caso Mateus, como forma de se resguardar até à resolução do impasse levantado em torno da situação do clube.
O dia de hoje foi marcado pela vontade manifestada pelo presidente da direcção do clube gilista, António Fiúza, em colocar o lugar à disposição, por entender que, "ao contrário do que alguns acham", não está "agarrado ao poder".
A recente intenção de António Fiúza, a escassos dias de o Gil Vicente poder ver extinto o seu futebol profissional, terá sido impulsionada por uma entrevista recente do ex-presidente gilista, João Magalhães.
Caso o Gil Vicente não compareça no domingo ao jogo com o Rio Ave, em Vila do Conde, da quinta jornada da Liga de Honra, somará a quarta falta de comparência seguida e incorre numa punição de descida de divisão.
Os jogadores gilistas cumpriram hoje, de semblante carregado e com alguma ansiedade em redor do seu futuro, mais uma sessão de treino, a somar a muitas outras já realizadas mas ainda sem qualquer jogo realizado.
Os atletas, transportados num autocarro do clube, chegaram mudos ao Adelino Ribeiro Novo e saíram calados, deixando a indicação que foram aconselhados a não falar para defesa do grupo de trabalho.

Liga: Adriano Afonso vai designar membros das novas listas

O presidente da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol, Adriano Afonso, disse hoje à agência Lusa que vai recorrer à lista recém-eleita para dirigir os destinos da Liga para devolver o quórum à Comissão Disciplinar (CD).
A CD da Liga perdeu o presidente, Pedro Mourão, e o vogal Frederico Cebola, que apresentaram a demissão na segunda-feira, em rota de colisão com o ainda presidente do organismo, Valentim Loureiro, deixando a comissão reduzida a outro vogal, Fernando Silva.
Adriano Afonso explicou à Lusa que tem poderes para designar o número de elementos que permita devolver o quórum à CD, pelo que vai recorrer aos responsáveis que integram a Comissão Disciplinar na lista de Hermínio Loureiro.
"A lista é acompanhada da declaração de aceitação dos proponentes. Provavelmente vou designar os elementos da nova lista", revelou Adriano Afonso.
O presidente da Assembleia Geral da Liga adiantou que ainda hoje vai contactar a lista encabeçada por Ricardo Costa e formada ainda por Jacinto Remigo Meca, José Caetano Duarte, Jorge Santos e Russo Valente.
Pedro Mourão e Frederico Cebola já tinham apresentado a demissão a 14 de Junho, na sequência do "caso Mateus", mas na altura Adriano Afonso demoveu os dois responsáveis, que foram assegurando quórum à CD juntamente com Fernando Silva.
Este vogal tinha sido entretanto nomeado pelo presidente da Assembleia Geral, para devolver quórum à CD, após as demissões do presidente do órgão, Gomes da Silva, e de Domingos Lopes.
Agora, Adriano Afonso explicou que Pedro Mourão e Frederico Cebola "renunciaram aos cargos", expressando "o sentido das suas vontades", impedindo que, desta vez, o presidente da Assembleia Geral pudesse patrocinar novo recuo.

Presidente da AG do Gil Vicente recusa demissão de Fiúza


O presidente da Assembleia Geral do Gil Vicente, João Trigueiros, disse hoje que vai recusar a demissão de António Fiúza da presidência da Direcção, até ter soluções alternativas para a gestão do clube de futebol.
"Não posso aceitar o pedido até ter soluções para a presidência do clube", afirmou João Trigueiros à agência Lusa, admitindo que a eventual saída de António Fiúza "colocará o clube num vazio directivo".
João Trigueiros explicou que Fiúza colocou o seu lugar à disposição por telefone, não tendo apresentado ainda um pedido formal de demissão, na sequência das declarações de João Magalhães, antigo presidente do clube.
"Depois do telefonema de António Fiúza, contactei João Magalhães que me disse não estar disponível para assumir qualquer cargo", afirmou João Trigueiros, considerando que, "com tais atitudes, o clube dificilmente irá sobreviver".
Na opinião do presidente da Assembleia Geral, "as declarações de João Magalhães foram infelizes" e surgem numa altura em que o clube, despromovido administrativamente à Liga de Honra em Agosto na sequência do "caso Mateus", estava "a tentar resolver problemas".
João Trigueiros referiu ainda que o Gil Vicente "vive uma situação bastante fragilizada" e lembrou as dificuldades em encontrar quem queira "assumir a Direcção".
"Se o Gil Vicente estivesse na Liga principal seria mais fácil, mas com a equipa na Liga de Honra é muito complicado", afirmou.
O Gil Vicente já acumulou três faltas de comparência consecutivas em jogos da Liga de Honra, e no próximo fim-de-semana poderá vir a acumular a quarta, caso falte ao encontro com o Rio Ave, que ditará a exclusão das competições profissionais por um período de um a cinco anos.

terça-feira, setembro 26, 2006

Gil Vicente: Declarações do antigo presidente João Magalhães motivaram demissão de Fiuza

António Fiúza colocou hoje o lugar de presidente da direcção do Gil Vicente à disposição no seguimento das declarações do antigo líder do clube, João Magalhães, que o instou a demitir-se, disse o próprio à agência “Lusa”.
Na entrevista hoje publicada num jornal desportivo, João Magalhães presidente do clube entre Outubro de 1998 e Fevereiro de 2003, critica a presidência de Fiúza e os mais recentes desenvolvimentos na vida interna do clube, nomeadamente a estratégia seguida no âmbito do “Caso Mateus”. João Magalhães defende que o clube já devia estar a jogar na Liga de Honra e que "não devia ter faltado a qualquer jogo por mais razão que tivesse", sublinhando que o “Caso Mateus” foi mal conduzido.
O antigo dirigente critica ainda o que aconteceu na última Assembleia Geral - os sócios legitimaram as decisões da actual direcção - acusando Fiúza de ter "montado um cenário que inviabilizasse o aparecimento de vozes discordantes" . Preocupado com a situação, João Magalhães confidenciou já ter contactado o presidente da Assembleia Geral, João Trigueiros, para "marcar nova assembleia e pôr cobro ao que se está a passar". Em declarações à “Lusa”, António Fiúza explicou que tomou a decisão após ter lido as declarações do antigo presidente do clube. "A minha postura e da direcção é a de que estamos a fazer tudo para defender o bom nome do Gil Vicente. Se João Magalhães entende o contrário, então é melhor colocar o meu lugar à disposição", afirmou. Segundo António Fiúza, o presidente da Assembleia Geral do clube deverá apresentar agora "uma alternativa" para o lugar de presidente do Gil Vicente.
A semana prevê-se particularmente "agitada" para o Gil Vicente, que ainda aguarda uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa relativamente a uma providência cautelar que apresentou contra a sua despromoção à Liga de Honra no âmbito do “Caso Mateus”. O Gil Vicente já acumulou três faltas de comparência consecutivas em jogos da Liga de Honra, e no próximo fim-de-semana poderá vir a acumular a quarta, caso falte ao encontro com o Rio Ave, que ditará a exclusão das competições profissionais por um período de um a cinco anos.

Caso Mateus: Fiúza presidente do Gil Vicente pôs o lugar à disposição

O presidente da direcção do Gil Vicente, António Fiúza, colocou hoje o lugar à disposição do presidente da mesa da Assembleia Geral do clube de futebol, disse o próprio à agência “Lusa”. A situação tornou-se insustentável para o dirigente, que decidiu que a equipa não deveria comparecer aos jogos da Liga de Honra, tendo já faltado a três encontros e se não participar no próximo descerá de divisão. Ontem, os jogadores, pela voz do capitão Nandinho, deram conta do descontentamento geral e da situação grave por que passam, sem competir, com ordenados em atraso e sem saberem qual o seu futuro.

“Afrontamento institucional” com Valentim Loureiro levou à demissão de Pedro Mourão e Frederico Cebola

Pedro Mourão demitiu-se da presidência da Comissão Disciplinar (CD) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, juntamente com o vogal Frederico Cebola, após o "afrontamento institucional" com Valentim Loureiro.
O presidente demissionário do CD explicou à agência “Lusa” que "deixou de ser possível coabitar institucionalmente" com Valentim Loureiro depois de o ainda líder da Liga ter criticado os membros da Comissão Disciplinar na sequência da abertura de um inquérito sobre caso “Apito Dourado”. Valentim Loureiro classificou de "montagem" a abertura deste inquérito, associando a decisão do CD às eleições do Benfica, clube que denunciou junto da Liga factos ocorridos no âmbito daquele processo. "Pretendeu desautorizar-me", acusou Pedro Mourão, que já tinha apresentado a demissão há três meses, na sequência do "Caso Mateus", acabando por recuar a pedido do presidente da Assembleia Geral da Liga, Adriano Afonso.
Sobre a eventualidade de voltar novamente atrás, para assegurar o funcionamento da CD até à tomada de posse dos novos órgãos da Liga, liderados por Hermínio Loureiro, Pedro Mourão foi peremptório: "A renúncia é irreversível". Quanto à abertura do inquérito que desencadeou a "colisão" com Valentim Loureiro, Pedro Mourão explicou que "o expediente do ‘Apito Dourado’ tinha sido arrumado na gaveta há um ano e sete meses" pelo anterior presidente da CD, Gomes da Silva. Gomes da Silva - que se demitiu a 20 de Julho, no âmbito do processo que relegou o Gil Vicente para a Liga de Honra e manteve o Belenenses no primeiro escalão - terá pedido à Procuradoria de Gondomar uma certidão para a CD "apurar eventual matéria de natureza desportiva". "Na resposta a esclarecimentos pedidos pelo procurador de Gondomar, Gomes da Silva explicou, nesse ofício, que preferia esperar mais 30 dias, período que a comunicação social avançava para a conclusão do inquérito. Ficou arrumado na gaveta um ano e sete meses", frisou Pedro Mourão. Em género de balanço, Pedro Mourão confidenciou que, em quatro anos de mandato, Valentim Loureiro "nunca reuniu com a totalidade da Comissão Disciplinar". "Houve apenas uma excepção, quando Valentim Loureiro se encontrou com os quatro elementos da CD a 9 de Junho, para manifestar a sua preocupação pelos 'casos' Mateus e Nuno Assis (um processo de dopagem)", revelou Pedro Mourão.
Com a demissão de Pedro Mourão e Francisco Cebola, a CD ficou reduzida ao vogal Fernando Silva e perdeu o quórum. Pedro Mourão e Frederico Cebola já tinham apresentado as demissões na sequência do “Caso Mateus”, a 14 de Junho, mas na altura Adriano Afonso demoveu os dois responsáveis, que foram assegurando quorum do CD juntamente com Fernando Silva.

Inter de Milão sob suspeita de deslealdade desportiva

O Inter de Milão, um dos emblemas italianos que saiu incólume do escândalo de fraude desportiva que atingiu o futebol transalpino, conhecido como “CalcioCaos”, viu-se atingido pela sombra de um caso de eventual deslealdade desportiva.
O caso remonta ao ano de 2002 quando, segundo diversos órgãos de informação italianos, o Inter, cujo accionista de referência é Massimo Moratti, teria contratado uma investigação privada para espiar o árbitro Massimo De Santis.
Recorde-se que De Santis é um dos principais visados no escândalo de fraude desportiva apelidado de "Moggi Gate" e que foi suspenso de funções por quatro anos.
Desta forma, segundo publica hoje o diário desportivo Gazetta dello Sport, em 2002 o árbitro Danilo Nucini manteve uma conversa com Giacinto Facchetti (ex-presidente do Inter falecido no último Verão) onde lhe deu conta de ligações estranhas entre Moggi, De Santis e os dirigentes desportivos Fabiani e Luigi Pavarese.
Facchetti, diz o mesmo jornal, solicitou a Nucini que desse conta dessas ligações à Procuradoria Pública de Milão, o que não foi feito.
Então, o Inter de Milão, clube que beneficiou das sanções impostas à Juventus e ao AC Milan para aceder ao título da Serie A 2005/06, decidiu encarregar a agência de investigação "Polis d'Istinto" para vigiar De Santis, sobre o qual foi aberto um dossier.
Na sequência dessa decisão, a De Santis e a sua mulher foram intercepta das conversações telefónicas, além de ambos terem sido seguidos, fotografados e as respectivas contas-correntes investigadas.
No final, o dossier acabaria por ser encerrado com a anotação de que "não foram encontradas anomalias" sobre o visado.
Esta suposta investigação ordenada pelo Inter foi descoberta na sequência das inquirições efectuadas pela Procuradoria de Milão no âmbito da descoberta de uma mega-rede de escutas ilegais associada à empresa Telecom Italia, e que já levou à detenção de um total de 21 pessoas.
A rede, que espiou milhares de pessoas, entre políticos, banqueiros e financeiros, desportistas, jornalistas, vips e até gente anónima constituiu, segundo a Procuradoria de Milão, "um óbvio instrumento de pressão e de ameaça".
A ser verídica a actuação dos responsáveis do Inter, o clube terá viola do o código de justiça desportiva, em concreto o seu artigo primeiro, que faz referência ao princípio da lealdade.
Precisamente por violação deste artigo foram sancionados e penalizados no Verão passado vários clubes e dirigentes no caso da fraude desportiva, que teve no ex-director-geral da Juventus, Luciano Moggi, o principal fautor.
O Inter de Milão, entretanto, por intermédio do seu accionista de referência (Massimo Moratti) já negou ter ordenado qualquer tipo de investigação ou de intercepção de conversações telefónicas, considerando o assunto como "totalmente destituído de fundamento".

Liga confirma demissões na Comissão Disciplinar

Adriano Afonso, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga, confirmou ao Maisfutebol as demissões de Pedro Mourão e Frederico Cebola, dois dos três elementos em funções da Comissão Disciplinar. O colectivo perde quórum e deixa de poder decidir processos.
«Sim, isso é verdade. Recebi as demissões por carta e não posso dizer as razões das decisões dos dois juízes», começou por dizer o responsável, que vai tentar agora nomear dois elementos para voltar a ter quórum: «Vamos tentar. Talvez consiga resolver o problema esta semana, mas não tenho aqui soluções debaixo do pé. Isto exige sempre certas diligências e temos de ver se os possíveis nomeados querem o cargo, o que é cada vez mais difícil.»
Adriano Afonso pondera já várias soluções e uma delas pode passar pela nomeação dos elementos da Comissão Disciplinar eleitos na lista de Hermínio Loureiro. «Foram eleitos e é uma solução. Mas primeiro tenho de ver se não estou a pôr em causa a providência cautelar interposta pelo doutor Rui Alves», concluiu. Ao que o Maisfutebol apurou, o futuro presidente da Liga não vê com bons olhos a entrada imediata em funções da «sua» Comissão Disciplinar.
Caso não sejam nomeados juízes a tempo da próxima jornada os processos disciplinares ficam suspensos até que haja quórum. Já os cartões vermelhos e séries de cinco amarelos terão sanções automáticas.

Liga: participação contra Valentim Loureiro na Federação

A carta de demissão de Pedro Mourão e Frederico Cebola foi enviada para o Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol. Ambos entendem que algumas declarações de Valentim Loureiro sobre a decisão de abrir inquéritos ao «Apito Dourado» podem constituir ilícitos disciplinares. Uma vez que os processos a dirigentes da Liga têm de ser analisados pelo Conselho de Justiça, foi para lá que os dois elementos da CD enviaram o documento. A participação será agora analisada pelo CJ.

Futebol Internacional: FIFA suspende por seis meses o agente francês Olivier Jouanneaux

A FIFA suspendeu o agente Olivier Jouanneaux por seis meses, considerando que teve influência decisiva na rescisão unilateral de contrato do futebolista francês Philippe Mexes com o Auxerre. A polémica transferência para a Roma ocorreu no Verão de 2004 e tinha vindo a ser discutida no seio da Comissão do Estatuto do Jogador da FIFA, que considerou finalmente não haver motivo para Mexes ter rescindido o seu vínculo com o clube francês no chamado "período protegido". Pela sua responsabilidade no processo, o empresário Olivier Jouanneaux foi ainda multado em 50 mil francos suíços (cerca de 31 mil euros).

Apito Dourado: PJ quer investigar fuga de informação que terá beneficiado Pinto da Costa

O director da Polícia Judiciária vai solicitar à Procuradoria-Geral da República a abertura de uma investigação criminal à alegada fuga de informação no interior da PJ a favor de Pinto da Costa, no âmbito do processo "Apito Dourado", noticia a agência “Lusa”, citando o diário “Correio da Manhã” (CM).
Na edição de hoje do “CM” lê-se que o presidente dos dragões foi avisado do que se passava, o que lhe permitiu ausentar-se do país, evitando a detenção e frustrando as próprias buscas. Este caso de fuga de informação ocorreu na segunda fase da operação "Apito Dourado", em Dezembro de 2004. O “CM” acrescenta que a decisão do director nacional da PJ, Alípio Ribeiro, foi tomada na sequência de uma notícia publicada ontem naquele diário, dando conta de que Pinto da Costa foi avisado por um alto funcionário da PJ de que seria detido e alvo de buscas domiciliárias. Fontes judiciais disseram ao jornal que o aviso "frustrou a estratégia da investigação, por ter sido o único suspeito a não ser surpreendido pela Polícia Judiciária". Em declarações ao “CM”, ontem à noite, Alípio Ribeiro afirmou: "A Polícia Judiciária não poderia ficar indiferente a uma situação destas, mas também não pode nem deve investigar-se a si própria, até por ser um caso de relevância criminal, mais do que disciplinar". Segundo Alípio Ribeiro, "não existe na PJ do Porto qualquer processo disciplinar sobre esse caso", o que, em seu entender, "constitui mais uma razão para se actuar".
Ao “CM”, Alípio Ribeiro disse ainda que quer "tudo esclarecido" porque "a Judiciária não pode pactuar com este tipo de situações, venham de onde vierem". "Além da eventual violação do segredo de justiça e dos deveres funcionais, estaria assim em causa uma acção contra a realização da própria justiça", acrescentou o director da PJ. A notícia do jornal foi, entretanto, desmentida pelo ex-director da PJ do Porto, Ataíde das Neves que, em declarações ao diário “24 Horas”, desmente que Pinto da Costa tenha sido avisado por um inspector da Judiciária. O juiz Ataíde das Neves, actualmente a exercer funções de desembargador no Tribunal da Relação de Coimbra, garantiu ao “24 Horas” tratar-se de "uma notícia completamente falsa e sem fundamento, baseada num simples boato".

Apito Dourado: Novas escutas originam novo processo

A Polícia Judiciária do Porto retomou as investigações criminais do processo de alegada corrupção no futebol "Apito Dourado" na sequência de novas escutas telefónicas que envolvem alguns dos arguidos já conhecidos e novos suspeitos, revela hoje o Correio da Manhã.
Citando fonte da Polícia Judiciária, o jornal refere que além das 81 certidões extraídas pelo procurador adjunto do Ministério Público de Gondomar Carlos Teixeira há outras suspeitas sobre as mesmas pessoas visadas no processo "Apito Dourado", entre as quais aquelas que foram detidas há cerca de dois anos e meio.
"Os factos novos levaram inclusivamente a mais escutas telefónicas que já confirmaram algumas suspeitas neste novo processo", escreve o CM.
Acrescenta que "parte das pessoas já escutadas entre 2003 e 2004 voltaram a ser alvo de intercepções telefónicas, tendo acabado a nova série de escutas, uma vez que as autorizações não foram renovadas judicialmente no último mês".
O diário afirma que as escutas realizadas continuaram a "dar frutos, apanhando novamente de surpresa conversas que, não sendo provas, constituíram ponto de partida para recolher provas".
De acordo com o Correio da Manhã, nos últimos dias foram chamadas, discretamente, à directoria do Porto da Polícia Judiciária algumas testemunhas.
O trabalho, segundo o CM, prossegue a cargo da mesma brigada, chefiada por António Gomes e coordenada por Edite Dias, havendo ainda um núcleo de inspectores a trabalhar a tempo inteiro, da 1/a secção regional de Investigação de Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira da Directoria da PJ/Porto.
Segundo a fonte policial contactada pelo jornal, as investigações estão a ser supervisionadas pelo director da PJ do Porto, Vítor Guimarães.
O CM refere ainda que o Ministro da Justiça disse, segunda-feira, que aguarda serenamente a conclusão do inquérito da Procuradoria-Geral da República, aberto na sequência da noticia de que houve uma fuga de informação no interior da PJ que favoreceu o presidente do FC do Porto no processo "Apito Dourado".
Na edição de domingo, o CM revelou que Pinto da Costa terá sido avisado de véspera por um alto responsável da Polícia Judiciária de que seria detido e alvo de uma busca domiciliária no dia 2 de Dezembro de 2004.
O aviso, segundo o mesmo jornal, terá permitido ao presidente do FC Porto ausentar-se do país evitando a sua detenção e frustrando as buscas a sua casa.
Apesar de a notícia ter sido desmentida por um antigo responsável da PJ do Porto, o director nacional da Polícia Judiciária, Alípio Ribeiro, pediu à Procuradoria-Geral da República que abra uma investigação criminal à alegada fuga de informação.

segunda-feira, setembro 25, 2006

"Jurisprudência e doutrina" ilibam Gil Vicente?

João Faria Gayo é um advogado de Braga que fez uma pós-graduação em Direito Desportivo. Por essa via, entrou para a equipa de juristas que fazem a instrução dos processos que correm na Comissão Disciplinar (CD) da Liga.
Foi nesse âmbito que se tornou o primeiro jurista a ser confrontado com o Caso Mateus logo após a entrada da primeira queixa, da autoria do Vitória de Setúbal, e que teve como relator o conselheiro Domingos Lopes, filho de um vice-presidente do Gil Vicente na altura sem que fosse levantada qualquer incompatibilidade.
O arquivamento baseou-se no facto de não ter havido irregularidade na inscrição de Mateus e dos sadinos não fazerem alusão ao recurso aos tribunais civis por parte dos barcelenses.
Quando Académica e Belenenses entraram na liça, com novos argumentos, Faria Gayo continuou como instrutor. Tendo de emitir um parecer para servir de base à decisão da CD, foi categórico em sugerir um novo arquivamento ao qual aderiram Gomes da Silva e Domingos Lopes. A posição contrária de Pedro Mourão e Frederico Cebola deu início à fase mais truculenta e mediática do Caso Mateus.
“Não há volta a dar-lhe”, sustenta Faria Gayo, explicando ter-se fundamentado “na doutrina dos teóricos e na jurisprudência que consideram a inscrição de um jogador uma questão administrativa. Perante isso, não podia ter chegado a outra conclusão que não fosse sugerir o arquivamento”.

Consenso
Gayo assegura que “existe uma corrente doutrinal absolutamente consensual” favorável à tese defendida pelo Gil Vicente, tendo recorrido a citações de vários teóricos no seu relatório, um documento que tem como peça-chave a alusão a uma sentença do Tribunal Central Administrativo do Sul (TACS), sobre um caso que envolveu a Federação Portuguesa de Karting e que cria um precedente que a equipa jurídica do Gil Vicente tem procurado explorar.

Jurisprudência
João Faria Gayo recorda o acórdão desse tribunal, o qual considera “a inscrição de um jogador numa qualquer federação uma questão prévia à própria competição. Alguém a querer praticar uma modalidade desportiva não é uma questão emergente da competição tal como vem descrita na Lei. Não estamos a falar do golo, do penálti, do cartão amarelo, do tamanho da baliza ou do peso da bola. Foi essa a conclusão a que chegou o TCAS, tendo sido um dos pontos nos quais me fundamentei para aconselhar o arquivamento do Processo Mateus”, conclui.

Gil Vicente: terceira falta de comparência e a iminência da exclusão

O Gil Vicente averbou esta tarde a terceira falta de comparência consecutiva, falhando a recepção ao Trofense, na 4ª jornada da Liga de Honra. O clube gilista arrica-se, em caso de nova falta, a uma exclusão das competições profissionais por um período entre um a cinco anos.
Cerca de 150 sócios do emblema local marcaram presença junto ao Estádio Cidade de Barcelos para manifestar, na sua maioria, o apoio à direcção presidida pelo Gil Vicente. Segundo os adeptos ouvidos pela Agência Lusa, a fim do futebol profissional é uma forte possibilidade, mas o recurso aos tribunais europeus no «caso Mateus» permitirá ao clube ser ressarcido financeiramente pelos prejuízos.
A despromoção para a Liga de Honra, segundo os gilistas, originou uma quebra nas receitas estimadas na ordem dos dois milhões de euros (de 3,5 para 1,5 milhões). Os sócios do clube garantem que o presidente António Fiúza já colocou, do seu bolso, 500 mil euros, nos cofres do Gil Vicente, não o responsabilizando pela crise.
O Trofense rumou a Barcelos, esta tarde, com 50 adeptos na comitiva, para encontrar os portões do estádio fechados. O treinador Daniel Ramos, os dirigentes do clube e o árbitro Nuno Almeida não criticaram a atitude do Gil Vicente, apesar de salientarem que prefereriam a realização do encontro.

Redução salarial longe de ser uma realidade
Na passada semana, os jogadores do Gil Vicente foram confrontados com uma possibilidade que permitiria a participação da equipa da Liga de Honra. António Fiúza propôs uma redução na ordem dos 30 por cento, nos salários dos atletas, mas estes, que contam com vencimentos em atraso desde o início da época, não se mostraram disposto a aceitar o corte substancial no salário.

Sócios do Gil Vicente garantem que a esperança é a última a morrer

Os cerca de 150 sócios do Gil Vicente que hoje compareceram junto ao Estádio Municipal de Barcelos, onde a equipa de futebol deu nova falta de comparência na Liga de Honra, acreditam que "a esperança é a última a morrer".
"Temos razão e os tipos da FIFA já tremem com a possibilidade de o Gil ir para os tribunais europeus", afirmaram vários sócios à Agência Lusa, muitos deles associados há vários anos e outros antigos jogadores do clube.
Apesar de darem razão à atitude que vem sendo tomada pela direcção do clube, liderada por António Fiúza, de não jogar na Liga de Honra até que o Tribunal Administrativo de Lisboa se pronuncie sobre a providência cautelar interposta pela colectividade, os associados parecem descrentes na possibilidade de o Gil voltar a jogar, esta época, na Primeira Liga.
"Pelo menos vamos receber uma indemnização, pois tínhamos uma equipa contratada para a Primeira Liga e não para a segunda, onde as receitas são menores", vaticinam.
Outros dizem "compreender" que o dirigente máximo da colectividade, o empresário António Fiúza, não se queira "atravessar" com os custos orçamentados para a época, 3,5 milhões de euros, "quando as receitas da Liga de honra são apenas de 1,5 milhões".
Garantem saber que o presidente já colocou 500 mil euros do seu bolso, em empréstimos bancários que avalizou, pelo que - sublinham - "não se lhe pode exigir que entre com mais dois milhões".
Alguns vão ao ponto de garantir - alegadamente baseando-se em conversas com membros da direcção - que foi o presidente do Município, o social-democrata Fernando Reis, quem avalizou o pagamento das custas judiciais dos processos em curso, incluindo a equipa jurídica liderada pelo advogado José Luís da Cruz Vilaça.
Numa atmosfera de "bocas" e boatos, própria de situações de crise, há quem vaticine o fim do clube, nomeadamente se houver outra falta de comparência, a quarta, na próxima jornada: "mais vale criar outro clube, ou recuperar o Futebol Clube de Barcelos, que já existiu na cidade", dizem.
Os mais avisados pedem aos sócios que "confiem" na direcção, argumentando que ela "sabe o que está a fazer, quer em termos jurídicos quer desportivos".
A presença de associados do Gil, acrescida de um corrupio de viaturas que circularam pela zona para ver o que se passava, não trouxe qualquer desaguisado ou acto de violência, nem sequer com os 50 adeptos do Trofense que acompanharam, em autocarro, a equipa da cidade e se manifestaram ruidosamente em seu apoio.

Trofense fez a "Festa dos 3" sem jogar

A situação já não é nova para os lados de Barcelos. Algumas dezenas de locais e apoiantes do Gil Vicente marcaram presença nas imediações do estádio, bem como as claques do Trofense que acabaram por apoiar a equipa, mas fora do relvado.
É que, como já era conhecido, a formação da casa não compareceu para o encontro relativo à 4.ª jornada da Liga de Honra, somando, desta forma, a terceira falta de comparência consecutiva, estando à beira da despromoção, o que se concretizará se não compareça no próximo jogo com o Rio Ave.
Afonso Ferreira, presidente adjunto do Gil Vicente, esteve presente no local prestando cumprimentos aos diversos intervenientes do encontro, já os jogadores gilistas naturalmente estiveram ausentes face à decisão da direcção em não jogar.
Contrastando com o sentimento de revolta demonstrado por alguns adeptos da equipa da casa, os jogadores do Trofense encontravam-se descontraídos junto à carrinha e à espera que o relógio marcasse 17 horas. Regressaram a casa com 3 pontos amealhados, sempre importantes para o objectivo final.
“É evidente que preferia ganhar os 3 pontos dentro de campo. Esta é uma situação que não agrada a ninguém. É péssimo para o futebol”, afirmou o técnico do Trofense, Daniel Matos, que revelou ter um pressentimento: “Por algumas conversas que tive com pessoas ligadas ao Gil Vicente, e o sentimento que revelaram, parece que a vontade é de continuar.”
Quanto à possibilidade do embate entre as duas equipas vir a realizar-se no futuro, Armando Martins, vice-presidente do Trofense, explica que a “direcção ainda não se debruçou sobre o assunto”, sendo que os responsáveis vão, adianta o dirigente, “aguardar serenamente por uma decisão da Liga. Cumpriremos o que eles decidirem”.
Percorreu centenas de quilómetros para nem sequer tirar o apito da bagagem. Nuno Almeida cumpriu os regulamentos, esperou o tempo necessário e depois rumou novamente ao Algarve.
O árbitro nomeado para a partida revelou estar, acima de tudo, “insatisfeito e triste” com a situação, um sentimento que comunga com os companheiros de profissão que nas últimas três jornadas passaram pelo mesmo cenário.
Há uma primeira vez para tudo. E esta foi mesmo a primeira vez que, como árbitro, Nuno Almeida se viu confrontado com a falta de comparência de uma equipa. Nunca antes tinha “ficado à porta de um estádio”, gracejou.
O árbitro algarvio recordou episódios no passado, nos quais teve de esperar por equipas: uma vez aconteceu ainda nos distritais, e numa segunda ocasião com o Estoril, em 2005.

domingo, setembro 24, 2006

João Pereira revoltado com silêncio da Direcção do Gil Vicente

Depois de mais uma falta de comparência a um jogo, o Gil Vicente tem os dias contados na Liga de Honra. João Pereira, jogador do clube de Barcelos, afirma ao Sportugal que está descontente com esta situação: “estão a tirar-nos aquilo que mais gostamos de fazer”. O lateral reage e denuncia que “há pessoas que estão a tomar opções para não jogarmos, quando o queremos fazer. Os jogadores não têm nada a ver com a situação e estão a ser os mais prejudicados com tudo isto.”
Apesar de não jogarem ao fim-de-semana a rotina diária continua a ser a mesma e nada mudou. “Continuamos a treinar todos os dias, a dar o máximo para estarmos bem caso haja jogo no fim-de-semana”, assegura o jogador.
Mas a desconfiança paira no ar. “O futuro está cinzento”, afirma, pois não se vislumbram novidades positivas na próxima semana. Se o Gil Vicente não comparecer no próximo jogo será automaticamente excluído das competições da Liga.
“Já não tenho confiança em nada, já ando nisto há um mês”. Inclusivamente a direcção não fala com os jogadores. “A direcção não diz nada. Eu só soube, ontem [sexta-feira], através dos jornais que não ia haver jogo. E foi o treinador, hoje de manhã, que falou connosco a dizer que não íamos jogar mais uma vez.”, queixa-se o médio gilista.
João Pereira garante que os jogadores estão a par da situação mas que não podem fazer nada. Contudo, avançou ao Sportugal que existe uma cláusula de rescisão no seu contrato que prevê essa situação. “ Não posso rescindir neste momento, mas posso rescindir o contrato se houver 2 meses de pagamentos em atraso ou se o clube tiver quatro faltas de comparência consecutivas em jogos”, adianta. E isso pode vir a acontecer já na próxima semana.
Assim sendo, neste momento o internacional sub-21 assegura que “pensa em todas as possibilidades”, mas não quis adiantar nada sobre a sua possível saída do clube. Contudo, deixou escapar o desejo de voltar a jogar no escalão principal: "Claro que tenho ambições de jogar num clube da primeira divisão.”
E se por acaso a direcção mudar de ideias e o Gil Vicente jogar o próximo jogo, o jogador nem quer pensar no que poderá acontecer. “Imagine que vamos jogar para a semana, começamos o campeonato com 9 ou 12 pontos de atraso, dependendo do jogo do Feirense esta jornada, o que é que podemos fazer? Vamos lutar para não descer”, afirma o gilista. "Isto não quer dizer que não queira ficar no clube", mas o jogador acha que "não podem exigir mais à equipa do que este objectivo".
O jogador, pouco utilizado no Benfica, deixou a Luz para rumar ao Gil Vicente. “O Benfica nunca me faltou com nada, mas estava tapado, por isso decidi mudar de ares para relançar a minha carreira", confessa.
“Quando vim para o Gil Vicente era um clube sério, a cidade era boa. Os quatro meses que cá passei foram bons e conseguimos a manutenção, dentro de campo, na primeira Liga", conta. Com o imbróglio criado pelo "caso Mateus" João Pereira sente-se desiludido com a situação que vive no clube de Barcelos: “Saiu-me o tiro pela culatra.”
O jogador, a viver uma das piores fases da sua vida, afirma que se não fosse a boa relação existente entre os jogadores, as coisas poderiam estar "bem piores". “Se não tivéssemos um grupo de boas pessoas que tentam todos os dias lutar para que tudo melhore e que treinam sem qualquer apoio, então isto tinha descambado”, refere.
Aos 22 anos, João Pereira vê a sua carreira sofrer um rude golpe. Apesar de todas as contrariedades e da falta de esperança no futuro, o internacional português revela que continua a ter um carinho especial pela camisola gilista. “Gosto do Gil Vicente e gostava que o projecto fosse em frente”, conclui.

sábado, setembro 23, 2006

Gil Vicente também falta ao jogo com o Trofense

O Gil Vicente F.C. vem por este comunicar que não irá comparecer no jogo da 4º jornada da Liga de Honra contra o C.D. Trofense.

COMUNICADO

O GIL VICENTE FUTEBOL CLUBE vem por esta via comunicar o seguinte:

1 – O Gil Vicente F. C. continua a aguardar serenamente uma decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, no âmbito da providência cautelar e acção principal interpostas contra a F.P.F. e a L.P.F.P., a qual até este momento ainda não foi proferida.

2 – O Gil Vicente F. C. continua plenamente convicto que a razão e o direito lhe assistem em todo este processo denominado “Caso Mateus”, sendo que apenas admite ocupar o lugar que por direito próprio conquistou na Liga BWIN e aí disputar os jogos respectivos, tanto mais que preparou a presente época com vista a tal desiderato.

3 – A actual situação criada contra o Gil Vicente está a gerar prejuízos avultados, pelos quais o clube irá, oportunamente, pedir responsabilidades aos seus causadores e que não podem ser evitados com a participação na Liga de Honra.

4 – Por todas estas razões, o Gil Vicente F.C. informa que não irá disputar o jogo da Liga de Honra com o C.D. Trofense , a contar para a 4ª jornada da Liga de Honra, agendado para o próximo Domingo, dia 24 de Setembro de 2006, no Estádio Cidade de Barcelos, onde não comparecerá.

5 – Esta foi a posição encontrada para melhor salvaguardar, defender e acautelar todos os direitos e interesses que neste assunto assistem ao Gil Vicente F.C..

Vieira para Valentim: "Nem sabe com quem é que se está a meter..."

Valentim Loureiro não teve de esperar muito pelo comentário de Luís Filipe Vieira. Poucos minutos do presidente da Liga ter dito que o presidente do Benfica "é um arrependido" e de o ter alertado para não se meter com ele, o responsável máximo dos encarnados respondeu no mesmo tom: "Deixe-me lá ver se foi uma ameaça. Se foi, nem sabe com quem é que se está a meter."
"A minha vida é transparente. Não sou homem de ter medo de ameaças e de ceder a chantagens. Pensei que ia dar os parabéns ao Benfica pela inauguração do centro de estágio. A única coisa que quero é que seja tudo limpo como é a minha vida (...) não tenho medo de ninguém independentemente das calúnias que me queiram levantar. A transparência é a única coisa que quero", afirmou Luís Filipe Vieira à TVI, no Seixal, após a inauguração do centro de estágio dos encarnados.

António Fiúza pondera extinção do Gil Vicente


António Fiúza considerou hoje que "só uma redução salarial de 30 por cento no plantel permitiria ao clube sobreviver" na Liga de Honra.
Esta tarde, o Gil Vicente vai revelar a decisão de marcar presença ou faltar ao jogo com o Trofense, referente à 4ª jornada da Honra.
Nova falta de comparência, que a verificar-se será a terceira consecutiva, poderá comprometer definitivamente a viabilidade financeira e desportiva do clube e colocar em causa a continuidade do seu futebol profissional.
A extinção do futebol profissional, se de facto o clube for penalizado e cair da Liga de Honra, poderá causar danos irreversíveis ao Gil, que, de acordo com António Fiúza, "construiu um plantel destinado a disputar a Liga".
Relegado para a Liga de Honra após decisão do Conselho de Justiça e da FPF ter invocado o interesse público das competições, o Gil Vicente decidiu não se apresentar nos jogos, tendo já duas faltas de comparência.
A redução salarial adaptada à Liga de Honra, embora o clube acredite ainda na "justiça que tarda" e na "reposição da verdade desportiva", e a extinção do futebol profissional são dois dos cenários em cima da mesa.
A diferença nas receitas e transmissões televisivas a distribuir pelos clubes é abissal entre a Liga e a Liga de Honra, por exemplo, pelo que o orçamentado pelo Gil Vicente para a época de 2006/07 fica longe de alcançar.
Caso a solução passe pela aceitação da redução salarial e a descida à Liga de Honra, António Fiúza acredita que o clube será ressarcido dos prejuízos financeiros que tal medida acarreta e que o clube tem vindo a suportar.
"Desta forma, os jogadores ficarão como credores e receberão os valores inerentes àdiferença salarial em divida quando o clube for ressarcido financeiramente dos seus prejuízos", crescentou António Fiúza.
Ontem, o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) entregou 500 euros a cada jogador do plantel do Gil Vicente para fazer face a problemas financeiros imediatos.
Joaquim Evangelista explicou que os cheques entregues "têm como objectivo minimizar os problemas financeiros dos jogadores", relegados para a Liga de Honra, "alguns dos quais com dois meses de salários em atraso".
Na altura, Joaquim Evangelista referiu que "os jogadores querem jogar domingo e estão disponíveis para fazer algumas cedências, mas não o vão fazer suportando eles o encargo maior, que pode passar por uma redução de salários".

Árbitros querem cumprir a Lei mas exigem que todos o façam

Os árbitros portugueses não se importam de apresentar declaração de interesses como lhes é solicitado mas exigem que todos os agentes desportivos façam o mesmo.
Sobre o assunto, Olegário Benquerença, árbitro «internacional» de Leiria, disse hoje à Antena 1 que «os árbitros não são profissionais e portanto ameaças de suspensão ou qualquer medida que nos impeça de dirigir jogos, não nos preocupam minimamente. Nós defendemos princípios e questões que devem ser muito mais importantes do que o arbitrar ou não arbitrar, o suspender ou não suspender, os árbitros querem é resolver esta questão de uma vez por todas, estar dentro da lei, querem que toda a gente cumpra as suas obrigações».
Lembre-se que a Comissão de Disciplina da Liga de Clubes deu um prazo de trinta dias a 62 árbitros para a entrega da declarações de interesses.

Assinaturas falsas na candidatura de Valentim Loureiro?

Valentim Loureiro, presidente em exercício da Liga de Clubes, reagiu hoje às declarações de Rui Alves, em que o líder do Nacional da Madeira nega ter assinado qualquer declaração de apoio à candidatura do major à presidência da Assembleia Geral da Liga.
O dirigente madeirense considerou mesmo que o fax, datado de 27 de Julho, na posse de Valentim Loureiro tem uma "assinatura falsa", o que levou o ainda líder da Liga a afirmar que "pôr em causa, nesta altura, a veracidade da assinatura não pode deixar de, no mínimo, se lamentar."

Comunicado:
"Face às declarações atribuídas ao Presidente do Clube Desportivo Nacional, Sr. Eng. Rui Alves, publicadas no Jornal "A Bola", de hoje, relativas, nomeadamente, à apresentação de "uma declaração com uma assinatura falsa, de apoio à candidatura do major à AG', cumpre-me informar, para completo e definitivo esclarecimento, o seguinte:

1- Em 27 de Julho de 2006, foi-me remetida, via fax, a declaração de subscrição do Clube Desportivo Nacional da lista para a Mesa da Assembleia Geral da L.P.F.P., por mim encabeçada.

2- Como se pode verificar, a aludida declaração de subscrição apresentada, nos termos e para efeitos do disposto nos n.º 2 e 3 do artigo 52º do Regulamento Geral da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, está assinada pelo Presidente do Clube Desportivo Nacional, sendo certo, que a veracidade dessa assinatura, nunca foi, antes, posta em causa.

3 - Pôr em causa, nesta altura, a veracidade da assinatura não pode deixar de, no mínimo, se lamentar."

CalcioCaos: Regina e federação não se entenderam na Câmara de Conciliação

A Regina, primeira divisão, condenada no âmbito do caso dos resultados manipulados conhecido por “calciocaos”, e a federação não chegaram hoje a acordo durante uma sessão na Câmara de Conciliação do Comité Nacional Olímpico de Itália (CONI). O clube, que se manteve na Série A, começou o campeonto com 15 pontos negativos e o presidente Lillo Foti foi condenado a dois anos e meio de suspensão e ao pagamento de uma multa de 30 mil euros. A Regina pretendia ver substancialmente reduzida a pena, tanto do clube como do presidente, mas a federação, tal como já aconteceu em relação à Juventus, Milão, Lázio e Fiorentina, não deu mostras de qualquer condescendência. A Regina pondera agora levar o caso ao Tribunal Arbitral do CONI, último degraui da justiça desportiva italiana. Lillo Foti foi acusado, com três árbitros, dois assistentes e um responsável da arbitragem italiana de haver tentado “predeterminar o resultado” de seis encontros, na época de 2004/2005.

Apito Dourado: Valentim Loureiro responde a Luís Filipe Vieira

O presidente da Liga de Clubes de Futebol, Valentim Loureiro, respondeu hoje a Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, que ontem, em entrevista à RTP, o apontou como citado num dossiê que revela resultados falseados. "Espero e desejo que o senhor Luís Filipe Vieira me deixe em paz, nunca ataquei ninguém. Lamento esses tabus dos dossiês que ninguém sabe o que são, mas que servem para andar a atirar poeira para o ar e para atingir pessoas", disse Valentim Loureiro, em declarações à “SIC”. Na entrevista à televisão pública, o presidente do Benfica voltou a falar num dossiê que alegadamente revela resultados falseados e viciação na classificação de árbitros, afirmando que os nomes de Pinto da Costa, presidente do FC Porto, e Valentim Loureiro aparecem no documento que lhe terá chegado de forma anónima. O ainda presidente da Liga lançou um aviso a Luís Filipe Vieira: "Não se meta comigo, não se meta comigo, porque a minha vida é tão digna como a sua". O major frisou ainda que, neste momento, a Comissão Disciplinar da Liga, presidida por Pedro Mourão, não está a funcionar e disse estranhar que o despacho do presidente, no sentido de a CD também averiguar o caso "Apito Dourado", tenha surgido na imprensa. "No dia seguinte vinha escarrapachado nos jornais e tratando-se de um magistrado é lamentável que o segredo de justiça não seja respeitado por quem exerce essas funções", disse Valentim Loureiro, acrescentando que foi tudo montado devido às eleições no Benfica, nas quais Luís Filipe Vieira voltará a ser candidato. O dirigente referiu ainda que as quebras do segredo de justiça fazem Portugal parecer nos últimos tempos uma "república das bananas" e disse esperar que tudo entre na normalidade e que se "alguém tiver culpas, será punido, se for o caso disso".

Apito Dourado: Marítimo não quer que a Justiça actue? Para pagar favores a quem?

O Marítimo entregou ontem na Liga uma contestação à decisão de pedir às comarcas certidões do processo "Apito Dourado", tomada por "um único membro da Comissão Disciplinar". Carlos Pereira considera que se trata de "um acto de vingança" e diz que não pode "pactuar com esta decisão", até porque, acrescenta o presidente do Marítimo, "este elemento esteve muito tempo na Liga, nunca tomou tal decisão, e não é agora, no momento de saída, que o vai fazer". Há ainda outros motivos que justificam a contestação apresentada na Liga: "Se alguém tem legitimidade para o fazer é o Conselho de Justiça da Federação ou a nova Comissão Disciplinar da Liga, que ainda não tomou posse". Em suma, Carlos Pereira defende que aquele órgão "não tem legitimidade e nem quórum".

Corrupção: Federação inglesa «desiludida» com a falta de provas da BBC

A federação inglesa (FA) manifestou-se esta sexta-feira desiludida por não recebido da parte da BBC as provas que o canal público de televisão inglês dizia ter num comentário sobre a corrupção no futebol transmitido na terça-feira passada em que se que falava de subornos em forma de incentivos pagos a treinadores e de aproximações ilegais de clubes aos jogadores.
O órgão máximo do futebol inglês diz que abriu um inquérito, mas voltou a pedir a informação que o canal de televisão diz ter recolhido. «Estamos desiludidos por não termos tido uma cooperação total até ao momento», lê-se no comunicado da FA que diz continuar à espera das provas «com a máxima urgência». Na quarta-feira a BBC tinha anunciado que ia cooperar com os pedidos «relevantes» das autoridades, respeitando os procedimentos legais nestes casos.
Sam Alardyce, treinador do Bolton, foi uma das figuras centrais do programa transmitido pela BBC, com dois empresários a garantirem que lhe tinham pago «incentivos». O treinador desmentiu as acusações e diz que pediu aos seus advogados para «tomarem as medidas apropriadas».

sexta-feira, setembro 22, 2006

Câmaras ocultas da BBC abalam o futebol inglês

O futebol inglês está em estado de choque. Uma reportagem da BBC emitida terça-feira à noite, intitulada Undercover: Football's Dirty Secrets, revela que 18 treinadores recebem ou já receberam pagamentos ilegais para transferir jogadores. A investigação da televisão pública foi realizada por repórteres infiltrados com câmaras ocultas, que se fazem passar por representantes de uma nova agência de intermediários. Mostra os meandros das transferências de futebolistas e aponta vários casos de corrupção. A Federação Inglesa (FA) abriu um inquérito.
O principal visado é o técnico do Bolton, que é citado por dois empresários (Tony Yerima e Peter Harrison) como tendo metido ao bolso pagamentos ilegais para facilitar determinadas transferências. Sam Allardyce, de 51 anos, é um técnico conceituado no Reino Unido e chegou a ser considerado para suceder a Sven Goran Eriksson no comando da selecção inglesa. Orienta o Bolton desde 1999 e conseguiu colocar o clube na Premier League em 2001.
O empresário Peter Harrison é captado por um repórter infiltrado dizendo que, para fazer transferências de jogadores do Bolton, tinha subornado Sam Allardyce prometendo a entrega de 'luvas' ao filho, o também empresário Craig Allardyce. Outro intermediário, Teni Yerima, diz que também tinha subornado Sam Allardyce. O técnico refutou as acusações e negou qualquer envolvimento nas transferências do filho, que alegadamente terá recebido pagamentos ilegais por transferências facilitadas pelo pai.
Numa investigação explosiva, o empresário Charles Collymore diz que "há vários treinadores que aceitam luvas há muito tempo. Diria à vontade que existem entre seis a oito técnicos que podem ser abordados sem qualquer problema".
Perante isto, o secretário de Estado do Desporto, Richard Caborn, já disse que "estas alegações colocam em causa a integridade do futebol e têm de ser investigadas", numa posição apoiada pela associação de clubes da primeira liga inglesa.
Outra irregularidade apontada na investigação da BBC tem a ver com aproximações ilegais de alguns clubes a atletas com contrato. Harry Redknapp, técnico do Portsmouth (onde alinham Pedro Mendes e Manuel Fernandes), é filmado a discutir a hipótese de contratar o passe do capitão do Blackburn Andy Todd. Também o director das camadas jovens do Chelsea, Frank Arnesen, é apanhado numa abordagem ilegal à jovem estrela do Middlesbrough, Nathan Porritt, de apenas 15 anos.
A reportagem foi iniciada há oito meses, depois de o treinador Mike Newell, que orienta o Lutton, da segunda divisão, ter revelado que tinha sido aliciado duas vezes para facilitar transferências. Palavras que levaram a FA a nomear, em Março, o inspector John Stevens para apurar infracções nas transferências de jogadores. Todos os empresários e dirigentes captados no trabalho da BBC desmentiram as alegações de irregularidades.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Liga investiga 'Apito Dourado'

A Comissão Disciplinar (CD) da Liga Portuguesa de Futebol (LPFP) decidiu abrir um processo de inquérito para apurar os factos denunciados pelo Benfica no âmbito do processo "Apito Dourado". Segundo o DN apurou, o organismo da Liga deliberou que o inquérito terá de estar "concluído no prazo de 30 dias".
Na acta da reunião de terça-feira ficou ainda registado que o instrutor nomeado para constituir instrução irá agora averiguar a origem dos documentos apresentados pelos encarnados, assim como pedir ao Ministério Público as certidões relativas ao processo, que estão directamente implicadas no dossier que o clube da Luz entregou na Liga. O primeiro passo será chamar Luís Filipe Vieira para esclarecer a forma como os documentos lhe chegaram às mãos.
A CD provisória considerou "muito graves" alguns factos que constam no dossier e parece apostado em resolver um caso que os tribunais comuns tendem a arquivar por falta de provas.
O Benfica fez igual participação ao Conselho de Justiça da Federação, que ontem negou passividade no processo e lembrou que as questões "no âmbito da corrupção estão por lei (art. 47.º da Lei de Bases do Desporto) excluídas da competência exclusiva das federações desportivas".

Apitadelas: Liga pode suspender 62 árbitros e auxiliares

Na reunião desta semana, a Comissão Disciplinar resolveu tirar da gaveta os processos instaurados a 62 homens do apito por ausência da declaração de registo de interesses. Esta consiste na discriminação do «património, rendimentos e actividades, susceptíveis de gerarem incompatibilidades, bem como, em geral, de todos os actos ou situações patrimoniais ou profissionais que possam proporcionar proveitos económicos ou conflitos de interesses», de acordo com o anexo 1 do regulamento disciplinar.
De acordo com a Lei de Bases e o Regulamento Disciplinar da Liga, quem apita nos campeonatos profissionais está obrigado a apresentar todos os anos uma declaração de registo de interesses. A maior parte de árbitros e auxiliares nunca o fizeram, alegando que a competência para exigir a declaração seria da Federação Portuguesa de Futebol e, também, que discordavam do facto de mais nenhum agente desportivo estar obrigado a agir da mesma forma.
Os regulamentos da Liga impõem que seja instaurado um processo disciplinar a quem não entregar a declaração. Isso aconteceu, mas tudo ficou pendente. Esta semana, o presidente da CA, Pedro Mourão, decidiu dar 30 dias aos instrutores para concluírem os processos.
Ao mesmo tempo, Pedro Mourão deliberou ainda recordar, em comunicado oficial, que as declarações desta temporada deverão ser entregues até 30 de Setembro.
Caso árbitros e auxiliares não o façam serão notificados desse facto e terão mais dez dias úteis para entregar a declaração, prazo a partir do qual serão automaticamente suspensos de funções.
Está à vista mais um caso no futebol português. A bola está agora do lado de árbitros e auxiliares. Se mantiverem a mesma posição, em Outubro a Liga poderá não ter quem dirija os jogos da Bwin Liga e Liga de Honra.

Apito dourado: Federação, afinal, resolve abrir inquérito

O Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol decidiu abrir um inquérito à participação apresentada pelo Benfica sobre o processo «Apito Dourado», depois de esta quarta-feira a FPF ter afirmado, em comunicado, que a justiça desportiva não podia actuar.
Segundo Paulo Relógio, assessor jurídico da FPF, o objectivo do Conselho de Justiça é averiguar. O primeiro passo é identificar as duas pessoas que assinam o documento entregue pelo Benfica, por forma a prestarem declarações. «A Federação Portuguesa de Futebol abre inquéritos a todas as denúncias de matéria disciplinar, e quando esta envolve a prática de crime, como é a corrupção, fica sempre subordinada à investigação policial. Prova evidente, com testemunhas e documentos, não temos. Têm chegado denúncias várias mas como, quando e porquê? Havendo uma condenação os órgãos disciplinares da Federação, e julgo que os da Liga também, irão agir em conformidade. Agora enquanto não houver dados concretos...», explicou o assessor jurídico da FPF.
Em entrevista à TVI, Paulo Relógio reforçou que só quando houver uma decisão dos tribunais poderão existir sanções desportivas: «Depois de apurada a prova será feita justiça desportiva, mas só factos concretos podem permitir prova e condenação. Umas meras denúncias, como as que vêm nos jornais, são objecto de inquérito, mas param na fase do inquérito porque têm obrigatoriamente de aguardar pela investigação policial. A investigação policial é exclusiva das entidades policiais, não das federações, e essa investigação está a ser feita no âmbito do processo. Só podemos avançar com uma medida disciplinar perante factos concretos, com os quais os tribunais podem avançar com uma condenação.»

CALCIOCAOS. Paulo Relógio, assessor jurídico da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), esclareceu esta quinta-feira à TVI que, apesar de o Conselho de Justiça ter aberto um inquérito no âmbito do processo «Apito Dourado», não pode haver condenação desportiva até que seja tomada uma decisão por parte dos tribunais civis.
O responsável explicou que não pode haver comparação entre a actuação da FPF e a da federação italiana. «Essa questão deve ser colocada ao Director da Polícia Judiciária ou ao Ministro da Justiça. Em Itália foram as autoridades policiais que entregaram à Federação factos concretos para agirem. As autoridades portuguesas não nos entregaram meios que nos permitam punir. Em alguns processos pedimos informação há dois anos e os tribunais ainda não nos forneceram nada», disse.

Apito Dourado: As explicações da FPF para a sua inércia

Com vista a esclarecer, de uma vez por todas, a opinião pública e a elucidar alguns fazedores de opinião, que só espalham confusões, a Federação Portuguesa de Futebol reafirma que as infracções à ética desportiva, no âmbito da dopagem, da violência e da corrupção estão, por lei (art. 47º, n.3 da Lei de Bases do Desporto), excluídas da competência exclusiva das federações desportivas.
Sempre que, em processos disciplinares, seja detectada a prática de qualquer destas irregularidades, deve ser dado conhecimento à autoridade de investigação criminal competente e suspenso o procedimento disciplinar até ao apuramento final da matéria crime pelas entidades competentes.
Este é, e tem sido, o comportamento da Federação Portuguesa de Futebol e, designadamente, dos seus órgãos com competência disciplinar, os quais já participaram às autoridades judiciais diversas situações configuradoras da prática dos referidos crimes e aguardam, das mesmas autoridades judiciais, a comunicação dos resultados das suas investigações e decisões judicativas, para só então poderem proceder disciplinarmente.
O princípio do Estado de Direito implica a necessária subordinação do poder jurisdicional desportivo ao poder judicial, em matérias que não sejam estritamente desportivas, como é o caso.
É, por isso, falso que a Federação Portuguesa de Futebol tenha uma atitude passiva perante as diversas notícias sobre casos de corrupção no Futebol Português. Os seus órgãos responsáveis da Federação Portuguesa de Futebol conhecem a lei e sabem cumprir as suas obrigações, e não exercem as suas funções ao sabor dos comentadores políticos ou desportivos.

O Departamento Jurídico da FPF

Gil Vicente: Joaquim Evangelista entregou 500 euros a cada jogador

O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, entregou hoje 500 euros a cada jogador do plantel do Gil Vicente para fazer face a problemas financeiros imediatos. Os futebolistas ainda não competiram oficialmente esta época devido ao Caso Mateus, que opõe o Gil Vicente à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e à Liga de clubes. Em declarações à Agência Lusa, Joaquim Evangelista explicou que os cheques entregues "têm como objectivo minimizar os problemas financeiros dos jogadores, alguns dos quais com dois meses de salários em atraso". Relegado para a Liga de Honra após decisão do Conselho de Justiça e da FPF ter invocado o interesse público das competições, o Gil Vicente decidiu não se apresentar nos jogos, tendo já duas faltas de comparência. O clube de Barcelos ainda não decidiu se jogará domingo na recepção ao Trofense, em encontro da quarta jornada da Liga de Honra, situação que, segundo Evangelista, "está a causar preocupação no plantel". "Os jogadores querem jogar domingo e estão disponíveis para fazer algumas cedências, mas não o vão fazer suportando eles o encargo maior, que pode passar por uma redução de salários", disse Evangelista. Lembrando que a decisão final "compete à direcção", o líder do SJPF garantiu ter já pedido ponderação e sensatez ao presidente do Gil Vicente, António Fiúza. "Gostaria que isto se resolvesse com sensatez e bom senso. Independentemente da posição jurídica é necessário ponderar tudo o que está envolvido e perceber que há muitos profissionais afectados na sua actividade desportiva", referiu. Joaquim Evangelista disse ainda que não vai admitir que os jogadores sejam utilizados neste caso, "porque sempre foram correctos e manifestaram total disponibilidade". O presidente do SJPF garantiu que vai estar "sempre ao lado dos jogadores", mas lembrou que a "bola está do lado da direcção do Gil Vicente".

Caso Mateus: Gil Vicente acusa Liga de actuar fora da lei

O Gil Vicente acusou hoje a Comissão Disciplinar (CD) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) de actuar fora das suas competências legais e pediu vários esclarecimentos ao presidente do organismo. "A CD da LPFP está a funcionar fora do quadro estabelecido e previsto", garante o clube minhoto, que em carta enviada a Valentim Loureiro se insurge pelo facto desta ter instaurado um processo ao Gil Vicente por não ter comparecido ao jogo com o Feirense, da segunda jornada da Liga de Honra, por esperar por uma decisão dos tribunais comuns no âmbito do "caso Mateus". Na base desta polémica está o facto do Gil Vicente ter recorrido para os tribunais comuns (violando as regras da Federação, UEFA e FIFA) para resolver o problema com a inscrição do internacional angolano: o Belenenses, que desceu de divisão, participou dos minhotos, que foram relegados para a Liga de Honra, onde ainda não competiram, pois esperam que novo recurso aos tribunais comuns anule esta decisão. Na carta enviada a Valentim Loureiro, o clube de Barcelos recorda os estatutos que "definem e estipulam a natureza, objecto, composição, competências e funcionamento da CD da Liga" e pede ao presidente da LPFP nove esclarecimentos, entre eles se a mesma tem quórum "para analisar, votar e decidir as deliberações respectivas". Como está a funcionar e quantos elementos compõem actualmente a CD, quem decide a abertura de inquéritos ou processos, quem os aprecia e decide e quem decide os castigos a aplicar são outras das dúvidas que o clube quer ver elucidadas. Na missiva, o Gil Vicente considera estar a ser prejudicado pelos procedimentos actuais da CD e questiona se a mesma irá lesar outros clubes e até a própria Liga. Os gilistas solicitam uma resposta "com a máxima brevidade possível, em nome da transparência, seriedade e credibilidade dos órgãos da LPFP, designadamente da sua CD e de todo o futebol profissional português, bem como para que o clube possa agir em conformidade na legítima defesa dos seus direitos e interesses".

Corrupção: Ex-dirigente do Felgueiras confirma ser arguido

Fernando Sampaio, antigo chefe do departamento de futebol do extinto Felgueiras, confirmou hoje à agência “Lusa” ter sido constituído arguido no processo referente ao contrato de transacção de propriedade do estádio para a autarquia. Segundo a edição de hoje do “Público”, o Ministério Público (MP) concluiu a investigação a alegados financiamentos ilegais da Câmara Municipal de Felgueiras ao clube de futebol, num processo que envolve a antiga presidente da autarquia, Fátima Felgueiras, outros ex-autarcas e ex-dirigentes da extinta colectividade. Fernando Sampaio confirmou ter sido ouvido no âmbito deste processo e constituído arguido na investigação que avaliou a legalidade do contrato firmado entre autarquia e clube para a transacção de propriedade do estádio, em Agosto de 1999. O antigo chefe do departamento de futebol explicou, porém, que o referido contrato passou na altura pela aprovação dos vereadores da Câmara, Assembleia Municipal, Assembleia Geral do clube e Tribunal de Contas, pelo que se manifesta de "consciência tranquila". "Quando assinei esse contrato, fi-lo com a absoluta convicção de que se tratava de um documento legal. Se foi mal feito, essa é outra questão", frisou Fernando Sampaio, acreditando que os contornos deste processo "são desmontáveis". O inquérito policial às relações entre a Câmara Municipal local e o Futebol Clube de Felgueiras indicia Fátima Felgueiras e 11 outros arguidos, ex-vereadores (do PS e do PSD) e ex-membros da Direcção da colectividade. Envolve a alegada prática de seis crimes, de peculato, fraude na obtenção ou desvio de subsídio e/ou participação económica em negócio, decorrentes de verbas dadas pela Câmara, entre 1995 e 2002 e que totalizam cerca de 3,5 milhões de euros.

Corrupção: Fátima Felgueiras e o apoio ao clube da terra

A presidente da Câmara Municipal de Felgueiras, Fátima Felgueiras, aguarda "tranquilamente" a notificação do Ministério Público (MP) referente à acusação no inquérito sobre as conclusões do inquérito às relações entre o clube e a câmara, disse hoje à agência “Lusa” o seu advogado.
Artur Marques "estranha" que o teor da acusação seja hoje divulgado pelo jornal “Público”, sem ter chegado aos arguidos, mas escusa-se a comentá-lo por não conhecer o seu conteúdo. O jurista escusou-se também a adiantar se vai ou não pedir a instrução do processo. Em Setembro de 2005, pouco depois do envio pela PJ/Braga do processo para o Tribunal de Felgueiras, Artur Marques afirmou, em declarações à “Lusa”, que "é fácil de demonstrar que a autarca não pode ser responsabilizada por um eventual descaminho das verbas entregues por contrato-programa devidamente aprovado em reunião de Câmara". "Se assim fosse haveria dezenas de autarcas incriminados em Portugal pelo mesmo motivo", salientou. Uma fonte da defesa da autarca disse àquela agência que, se vier a ser julgado, o caso será facilmente resolvido a favor de Fátima Felgueiras e dos restantes arguidos "já que não houve dolo na sua actuação". Os investigadores da PJ - ouvidos pela “Lusa” - têm versão contrária, a de que "as provas constantes da acusação são fortes já que não dependem de testemunhos pessoais, eventualmente alteráveis, e balizam-se essencialmente em documentos incriminatórios apensos aos autos".
O inquérito da PJ esteve no MP do Tribunal local durante mais de um ano, pois teve de ser reformulado na sequência do falecimento, em Setembro de 2005, de um dos arguidos, um ex-presidente do Futebol Clube de Felgueiras. O inquérito policial às relações entre a Câmara Municipal e o Futebol Clube de Felgueiras, indicia Fátima Felgueiras e 11 outros arguidos, ex-vereadores (do PS e do PSD) e ex-membros da direcção da colectividade. Envolve a alegada prática de seis crimes, de peculato, fraude na obtenção ou desvio de subsídio e/ou participação económica em negócio, decorrentes de verbas dadas pela Câmara, entre 1995 e 2002 e que totalizam cerca de 3,5 milhões de euros. Essas verbas provêm, maioritariamente, de cinco subsídios ou contratos-programa, para obras e para a compra do estádio ao clube. O primeiro contrato, intitulado de "comparticipação financeira para obras", foi de 900 mil euros com uma posterior alteração de mais 1,5 milhões, enquanto a compra do estádio foi feita por 600 mil euros. Houve ainda lugar a um segundo e um terceiro contratos- programa de "comparticipação financeira", ambos de 200 mil euros cada. A PJ concluiu que esse montante terá sido usado para outros fins, nomeadamente para despesas correntes do clube, tais como pagamento de dívidas, contratação de jogadores e pagamento de ordenados a jogadores e treinadores.
O inquérito inclui o ex-presidente da Câmara e ex- presidente do clube, Júlio Faria, do PS, e ainda, os ex-vereadores Aurélio Carvalho, do PSD - que também presidia, à data dos factos, à Caixa Agrícola - José Manuel Sampaio, do PS e Manuel Faria, que presidiu ao PSD local e foi director de departamento da colectividade. Nela constam também o vereador independente na Câmara Vítor Costa, o ex-presidente do clube, Álvaro Costa (entretanto falecido), e os ex-dirigentes Fernando Ferreira Sampaio, José António Peixoto, José Teixeira de Queiroz, Sidónio Ribeiro e Fernando Lima. A PJ considera que Fátima Felgueiras e os restantes arguidos sabiam que os contratos-programa se destinavam ao pagamento de despesas e dívidas do clube, o que é ilegal. Para além da presente acusação, Fátima Felgueiras está acusada pelo Tribunal de Instrução de 23 crimes, no chamado processo do "saco azul", cujo julgamento ainda não foi marcado, devido à existência de um recurso no Tribunal da Relação de Guimarães em que pede a anulação da instrução. Está, ainda, a ser investigada pelo Ministério Público num processo idêntico ao do futebol, que se prende com as relações entre o Município e o clube de natação Foca, bem como o jornal socialista "O Sovela". Ao longo dos últimos anos, Fátima Felgueiras tem vindo a manifestar, com veemência, a sua inocência nos vários processos em que foi investigada.

terça-feira, setembro 19, 2006

Jogadores do Gil Vicente querem resolução até ao fim-de-semana

O plantel do Gil Vicente esteve hoje reunido com o presidente do sindicato de jogadores, Joaquim Evangelista, e decidiram que querem a situação esclarecida até ao próximo fim-de-semana, caso contrário tomam medidas. Os jogadores revelaram ainda que não baixam os salários.
«O prazo razoável é o próximo fim-de-semana. Se o clube não conseguir existe um agravamento da situação de forma negativa. O clube tem de algum modo assumir o compromisso executivo dizendo à equipa para ir jogar ou dizer que seguirá a via judicial e não tem perspectivas desportivas», afirmou Joaquim Evangelista.
O plantel do Gil Vicente também negou a hipótese de diminuir os salários estabelecidos: «Os jogadores não estão disponíveis para reduzir o seu salário, porque já perspectivaram a sua vida pessoal em função disso. Neste momento existem salários em atraso e tem de ser encontrada uma solução.»

António Fiúza revela que há jogadores “em situação dramática”

O presidente do Gil Vicente, António Fiúza, admitiu que há diversos futebolistas no plantel em "situação dramática" devido à falta de dinheiro e receitas do clube, motivadas pelo impasse que se verifica no "caso Mateus". "A situação é dramática em algumas situações, pois temos jogadores que chegaram ao Gil Vicente com meses de salários em atraso dos clubes de onde vieram. No início, ainda lhes adiantamos algum dinheiro, mas agora vivemos esta situação complicada", revelou, em declarações à Agência Lusa.
O dirigente disse que "este impasse impediu a entrada de muito dinheiro no clube, já que falham as importantes receitas televisivas, os patrocinadores ainda não assinaram contratos e os adeptos ainda não compraram as cadeiras anuais". "Fizemos um orçamento para a Liga de cerca de 3,5 milhões de euros e seria muito grave se tivéssemos de actuar na Liga de Honra. Ficaríamos com um défice de dois milhões de euros e não sei onde iríamos buscar tanto dinheiro. Espero que o tribunal possa resolver isto até quarta-feira", disse.
O dirigente revelou que em direitos televisivos o clube iria receber 1,7 milhões de euros (cerca de metade do orçamento) por actuar na Liga e que na Liga de Honra essa verba seria de apenas de 70.000 euros. Hoje, António Fiúza reuniu com Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, mas negou o facto do tema de conversa ter sido salários em atraso: "anda em périplo por vários clubes e hoje foi a vez do Gil Vicente. Discutimos o caso Mateus e falamos da actualidade do futebol português". Alegadamente, o Gil Vicente ainda não pagou os meses de Maio, Agosto e Setembro, pelo que os atletas ficam em condições de rescindir contrato após três meses sem salários, situação que António Fiúza está a tentar gerir. "Estou a precaver-me. Os jogadores sabem que se rescindirem agora contratos perdem tudo, porque depois só podem voltar a ser inscritos em Janeiro. Já há muitos futebolistas no desemprego e não acredito que eles estejam a pensar nessa solução", concluiu.

Gil Vicente continua à espera do Tribunal

A direcção do Gil Vicente continua a aguardar o parecer do Tribunal Administrativo e Judicial de Lisboa sobre a declaração de interesse público apresentada pela FPF, para poder decidir qual o próximo passo a dar. Entretanto, os adeptos do emblema de Barcelos continuam de pedra e cal com a direcção liderada por António Fiúza, mostrando indiferença face à segunda falta de comparência da equipa, pois querem ver os interesses do clube defendidos. Já se ouve, nas imediações do Estádio Cidade de Barcelos, gritar que "não há duas sem três", numa clara demonstração de que os adeptos irão até onde for preciso para que se faça justiça.

Jovens levantaram acampamento
Chegou ao fim o protesto levado a cabo pelos jovens jogadores dos escalões de formação do Gil Vicente contra a suspensão, decretada pela FPF, de todas as equipas da formação das suas competições. O protesto decorreu durante a última semana e juntou jogadores de todos os escalões, que acamparam em frente ao Estádio Cidade de Barcelos. Apesar de desmontadas as tendas – até porque se iniciaram as aulas... –, o movimento não morreu e já se estudam novas formas de luta para os próximos dias.

Evangelista é esperado
O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista é esperado nos próximos dias em Barcelos. Após uma primeira reunião com os jogadores do Gil Vicente na última semana, o dirigente sindical deverá voltar a encontrar-se com o plantel, para dar conta de algumas formas de resolver a sua situação, caso a situação do Gil Vicente se mantenha.
Entretanto, a equipa orientada por Paulo Alves regressa hoje ao trabalho, após dois dias de folga, estando agendado para as 10 horas um treino no Estádio Adelino Ribeiro Novo.

Calciocaos: presidente da Federação italiana demitiu-se

Guido Rossi demitiu-se da direcção da Federação italiana, seis meses depois da sua nomeação para liderar uma comissão de emergência, no meio do escândalo «Calciocaos». Rossi, que é acompanhado por toda a direcção na sua saída, decidiu abandonar depois de ter sido nomeado presidente da Telecom Italia.
Com Rossi sai também a actual estrutura directiva, incluindo Demétrio Albertini, que era o responsável pelas questões desportivas. «O comissário e os seus assistentes, colectiva e individualmente, indicaram as condições para levar a cabo a reforma estrutural do futebol depois de falar com várias instituições. O comissário e os seus assistentes, colectiva e individualmente, constatam que não existem condições para poder continuar esse trabalho », afirma a comissão directiva, citada pela agência Ansa.
Rossi ter-se-á oferecido para continuar no cargo até final de Outubro, mas a proposta foi rejeitada pelo Comité Olímpico Italiano, que foi responsável pela sua nomeação. Albertini já se mostrou entretanto disponível para voltar a assumir cargos na Federação.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Apito Dourado: Presidente da APAF defende autonomia

O presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), António Sérgio, defende ao Maisfutebol a solução para terminar com o clima de suspeição instalado no futebol português, na sequência das escutas reveladas no âmbito do processo «Apito Dourado». «A auto-regulação, apesar de também ter inconvenientes, é a melhor solução. O caminho terá de ser a autonomia da arbitragem, no sentido orgânico e electivo. Os árbitros querem eleger os seus dirigentes, o que até agora só acontece com os clubes», revela o dirigente.
A própria APAF já entregou na Assembleia da República, pelas mãos do presidente, um documento que visa esta alternativa. «A APAF entregou um documento com todas as suas aspirações para o futebol em particular e o desporto em geral. O documento refere-se não apenas ao que a APAF pretende. Dez associações de árbitros em Portugal aprovaram a proposta, estando mesmo já constituída a Confederação das Associações de Juízes e Árbitros de Portugal (CAJAP), que visa a auto-regulação na arbitragem que culminará, dentro de dez anos, na formação de uma ordem».
Este fim-de-semana ocorreu mais um capítulo da já longa «novela» da arbitragem portuguesa, no Sporting-P. Ferreira (0-1), em que o árbitro João Ferreira validou o golo de Ronny marcado com a mão. António Sérgio acha que o sucedido foi uma «situação de jogo normal»: «O árbitro validou o golo por que não viu a mão do jogador do P. Ferreira na bola, caso contrário não o teria feito», defende.
O dirigente defende de resto que «tem de se investigar» as diversas situações reveladas, até por que «a própria Federação Portuguesa de Futebol (FPF) pode e tem autonomia para decidir e analisar os casos dentro da estrutura desportiva, devendo fazer as devidas averiguações».

Gil Vicente faltou ao jogo com o Estoril

Como se previa, o Gil Vicente não compareceu ao jogo referente à terceira jornada da Liga de Honra, contra o Estoril. Nas bancadas, meia dúzia de adeptos assistiu ao treino dos canarinhos, que Litos decidiu ministrar. Uma hora depois – o tempo que os regulamentos obrigam a esperar até se declarar falta de comparência –, o treinador foi à sala de Imprensa dar conta do estado de espírito da equipa: "Não foi fácil criar a concentração necessária, durante a semana, para disputar o jogo, se necessário, mas não sou hipócrita e, a confirmar-se a atribuição dos três pontos, ficarei satisfeito. O Gil é uma equipa complicada."
Já o presidente da SAD estorilista, António Figueiredo, disse que o clube "quer ser ressarcido pela Liga". "Tudo isto tem custos, e é conhecida a nossa saúde financeira. Parece que temos uma federação rica, uma Liga milionária, mas os clubes estão na miséria. A Liga vai ter de suportar os custos", concluiu. Quanto ao "caso Mateus", o dirigente considerou "lamentável a demora habitual da Justiça portuguesa". "Esperemos que não haja mais tropelias, nem atropelos à verdade desportiva", finalizou.
Apanhado no meio da situação foi ainda o árbitro do encontro. Depois de cumpridos os regulamentos e feito o envio do relatório para a Liga, Duarte Gomes disse que, "pessoalmente, foi um dia triste". "É a antítese do futebol. Nós gostamos é de jogos, com público a aplaudir na bancada. Tudo isto me choca, mas é só uma opinião pessoal", salientou.

MarafadoGate: Elmano Santos diz que vai até ao fim

O árbitro da Madeira, Elmano Santos, diz que irá «até ao fim» para esclarecer a história revelada pelo presidente do Portimonense, este domingo.
Elmano Santos diz que vai reservar para «mais tarde» uma reacção mais profunda ao episódio. O árbitro do Funchal confirma que ouviu, ainda no estádio, «algumas coisas» que escreveu «no relatório». Sem querer comentar as declarações do presidente do Portimonense, até por não as conhecer, Elmano Santos foi claro ao dizer que se vive «um período de altíssima suspeição» e até por isso é importante «esclarecer tudo até ao fim». Um sinal de que poderá avançar para os tribunais.
O árbitro madeirense afirma não ter recebido qualquer telefonema «estranho» esta semana. «Passei três dias na Turquia, não houve nada de estranho», afirmou.
No final do Portimonense-Leixões (1-4), o presidente do clube algarvio revelou ter recebido um telefonema em que lhe davam conta de que já existia «um acordo com o árbitro e um dos auxiliares para beneficiar o Leixões». João Sintra terá comunicado à Polícia Judiciária e existência do alegado telefonema.

Apitadelas: Má arbitragem, notas (Vilas) Boas!!!

A Direcção do SC Beira-Mar recebeu o relatório do observador da equipa de arbitragem liderada por João Vilas Boas (AF Braga) que dirigiu o encontro Leiria-SC Beira-Mar disputado na 2ª jornada da Bwin Liga (2-2) e que motivou protestos do Clube de Aveiro.
Em função das ocorrências registadas nessa partida que são do domínio público, o SC Beira-Mar solicitou o relatório do observador Romeu Franganito, constatando que a equipa de arbitragem mereceu nota alta (8,5 em escala de 10).
«O árbitro da partida, o Senhor João Vilas Boas, teve nota de 8,5 assim como o árbitro assistente nº 1, o Senhor Tomás Santos. O árbitro assistente nº 2, Senhor Fernando Pereira e o quarto árbitro, Senhor Joaquim Gayo tiveram 8,4. Em função das ocorrências dessa partida e ao lermos o relatório questionamo-nos se vale a pena andar no futebol», disse o Vice-Presidente do SC Beira-Mar, José Cachide, delegado do Clube a esse jogo.
O Vice-Presidente para o futebol profissional do SC Beira-Mar referiu ainda que «percebe-se que o problema não está nos árbitros, mas sim, nos observadores».
Recorde-se que o SC Beira-Mar foi prejudicado, nessa partida, num lance de grande penalidade não existente, lance que resultou no segundo cartão amarelo ao guarda-redes Danrlei e consequente expulsão e um jogo de suspensão (cumprido ontem), na expulsão directa do jogador Vasco Matos e suspensão de dois jogos e, ainda, agressão não sancionada ao jogador Torrão cometida por Valdomiro.

MarafadoGate: Leixões demarca-se do "Marafadogate"

O presidente do Leixões, Carlos Oliveira, afirma estar de «consciência tranquila» e diz «nada temer» na sequência das polémicas declarações de João Sintra, presidente demissionário do Portimonense que denunciou que o jogo de ontem, ganho pelo Leixões por 4-1, «estava feito».
«É difícil encaixar uma derrota por 4-1, mas todos se lembram que na semana anterior o Portimonense ganhou ao Olhanense também por 4-1. O resultado é o mesmo, só que no sentido inverso. O Leixões não alimenta polémicas e está de consciência tranquila», afirmou Carlos Oliveira, em declarações à Antena 1.
«Muitas vezes as pessoas dizem coisas a quente que a frio têm dificuldades em manter. Fomos para jogar e não temos nada a ver com essa matéria, que para mim não faz qualquer sentido. Anda muita gente a querer lançar a confusão no futebol, não sabemos com que intenção. Se foi feita uma participação, e se entenderem que ela tem pés para andar, nós cá estamos, não temos nada a temer», afiançou.
Recorde-se que o líder demissionário do Portimonense, João Sintra, denunciou um telefonema feito dois dias antes do jogo de ontem, no qual terá sido dito a alguém do clube que «o jogo estava feito», tendo sido de imediato apresentada queixa na Polícia Judiciária.

Apitadelas: João Ferreira, o tapado da arbitragem


Correio da Manhã – O que tem a dizer sobre o lance do golo do Paços de Ferreira?
João Ferreira – Infelizmente, dentro de campo não me consegui aperceber de qualquer falta. Estava bem colocado, mas tapado por outros jogadores, o lance foi muito rápido e não podia inventar algo que não vi. Vendo o lance na televisão, admito que cometi um erro e tive uma infeliz decisão.

– Ainda esperou por uma indicação dos seus assistentes...
– Sim, esperei por uma indicação do meu assistente Pais António, mas o lance foi muito rápido e ele também não viu porque também estava tapado por muitos jogadores.

– Só viu as imagens da TV quando chegou a casa? Como se sentiu?
– Em Alvalade, o balneário dos árbitros tem televisão, por isso vimos na Sport TV logo no fim do jogo. Ninguém gosta de errar e claro que lamento que isto tenha acontecido. As pessoas têm de perceber que da nossa posição era impossível ver a infracção.

– Não viram o lance na TV logo ao intervalo?
– Não porque os regulamentos não permitem que ao intervalo recebamos qualquer informação, inclusive os telemóveis têm de estar desligados.

– Gostaria de ter podido recorrer ao vídeo durante o jogo?
– A FIFA já fez essa experiência em algumas provas mas depois aboliu. Claro que neste lance eu gostaria de ter tido uma segunda hipótese, mas os árbitros não têm essa possibilidade, têm de decidir no momento. No futebol americano, por exemplo, já se recorre ao vídeo, mas sinceramente não sei se no futebol seria vantajoso.

– Miguel Ribeiro Teles anunciou que vai fazer uma participação disciplinar e diz que houve incompetência da sua parte. Teme ser suspenso?
– Se querem fazer uma participação é porque entendem que existem motivos. Ainda tenho de olhar para o regulamento para perceber o que pode resultar dessa participação. Mas penso que o termo incompetência é mal aplicado. Nunca vi ninguém a dizer que um jogador é incompetente por falhar um golo fácil. E fique claro que isto aconteceu com o Sporting como poderia ter sucedido com outro clube qualquer.

– Por vezes, os árbitros sofrem ameaças após erros destes. Consigo houve algum problema?
– Não tive qualquer problema. A saída do estádio decorreu normalmente e até houve um dirigente do Sporting que foi compreensivo e me animou, dizendo que agora tinha de levantar a cabeça.

domingo, setembro 17, 2006

Apito Dourado: Árbitros desrespeitam lei

Os árbitros da Liga e Liga de Honra deveriam estar suspensos de toda a actividade se os regulamentos fossem cumpridos, uma vez que se têm recusado a declarar junto da Liga de Clubes quais os seus rendimentos, registo de interesses e incompatibilidades. Segundo noticiou o ‘Expresso’, a Lei 112/99, que torna obrigatório o registo de interesses por parte de árbitros, assistentes, observadores e membros da comissão de arbitragem, tem vindo a ser desrespeitada desde 2001.
A intenção da lei era detectar situações de incompatibilidade bem como outras de súbito enriquecimento. Mas os árbitros contestaram-na desde o início porque consideram que devia também aplicar-se aos restantes agentes desportivos. Temem também que a sua vida seja devassada.
“A lei é discriminatória e inconstitucional, como defendem diversos pareceres, porque devia aplicar-se a todos os agentes. Por outro lado, já foram publicados em jornais desportivos elementos sigilosos e isso só prova que não podemos confiar elementos da nossa vida privada à Liga”, afirma o árbitro Paulo Costa, ex-presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), defendendo, suportado num parecer do especialista em direito desportivo José Manuel Meirim, que o “registo de interesses é da competência da FPF e não da Liga”. O dirigente aguarda que o Governo altere a lei.
Contactado pelo CM, o secretário de estado do Desporto, Laurentino Dias, referiu que “o Governo não está disponível para fazer alterações pontuais à legislação”, sublinhando que esta e outras questões inserem-se na Lei de Bases em discussão no parlamento, que constituirá uma “autêntica revolução da legislação desportiva em Portugal”.

APONTAMENTOS
O QUE DIZ A LEI
A Lei 112/99 obriga que o registo de interesses dos árbitros seja entregue na Comissão Disciplinar da Liga. Os árbitros são assim obrigados a declarar todos os rendimentos, todos os bens ou propriedades que possuam, bem como acções ou outras participações no capital social de empresas.

PROCESSOS NA GAVETA
Em 2005, a Comissão Disciplinar (CD) da Liga abriu processos a mais de cem faltosos, entre eles todos os árbitros dos escalões principais e ao presidente da Comissão de Arbitragem, Luís Guilherme. Mas os processos não tiveram andamento e foram metidos na gaveta pela CD para evitar que os campeonatos profissionais ficassem paralisados.

Apito Dourado: Santos e Henriques a favor do Marítimo

Martins dos Santos, ex-árbitro de 1.ª categoria, e António Henriques, ex-vice-presidente do Conselho de Arbitragem da FPF e também antigo presidente do Marítimo, foram acusados pelo Tribunal do Funchal na sequência de uma certidão extraída pelo Tribunal de Gondomar no âmbito do processo Apito Dourado.
O caso reporta-se a um jogo entre Marítimo e Nacional, realizado a 19 de Abril de 2004, e baseia-se num telefonema entre António Henriques e Martins dos Santos no dia 16 desse mês. Henriques, segundo o procurador de Gondomar, pediu ao árbitro do jogo em causa para beneficiar o Marítimo.
A contrapartida seria a garantia de que o filho de Martins dos Santos subiria à 2.ª categoria do quadro de árbitros no final da época.
Na véspera do jogo, Henriques falou ainda com o amigo João Cunha e disse-lhe que estaria a “trabalhar” para o Marítimo e que o jogo com o Nacional ia ser “escandaloso”. Por outras palavras, o Nacional iria ser “bem roubadinho”.
O Marítimo venceu por 2-0 e o relatório de peritagem apurou que o seu primeiro golo resultou de uma falta mal marcada e foi obtido em fora-de-jogo.
Após o jogo, Martins dos Santos ligou para António Henriques perguntando-lhe se tinha gostado do seu trabalho, referindo que aquele tinha sido “complicadíssimo”. O árbitro mencionou mesmo uma grande penalidade que não assinalou a favor do Nacional, num lance em que até mostrou um cartão amarelo a um jogador do... Nacional.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Blatter sugere que Gil Vicente siga exemplo da Juventus

O presidente da FIFA, Joseph Blatter, sugeriu hoje ao Gil Vicente que siga o exemplo da Juventus de Turim, relegada à segunda divisão italiana de futebol, e jogue os encontros que lhe foram agendados.
Em declarações proferidas durante uma conferência de imprensa na sede da FIFA, em Zurique, Suíça, Blatter, citado pela agência France Press, sublinhou que deve ser a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) a regular o caso e não uma instância internacional.
"Para nós, a situação voltou a ser nacional e deve ser a FPF a intervir", disse.
No comunicado emitido após a conferência de imprensa, a FIFA é lacónica em relação à situação, limitando-se a dizer foram "entregues relatórios sobre a situação nas associações da Indonésia, Polónia, Portugal e Nigéria".
"A FIFA e as confederações (continentais) em causa vão continuar a monitorizar os desenvolvimentos nesses países", acrescenta.
A FIFA decidiu quarta-feira recuar na ameaça de accionar o seu Comité de Emergência para que procedesse à suspensão das equipas portuguesas (clubes e selecções) das competições internacionais devido ao "caso Mateus".
O caso teve origem em Janeiro na decisão do Gil Vicente de recorrer para os tribunais judiciais para tentar a inscrição do avançado internacional angolano Mateus, que não podia voltar a ter o estatuto de profissional na época de 2005/06, depois de ter sido inscrito como amador pelo Lixa, da II Divisão. Os sucessivos recursos do Gil Vicente para os tribunais comuns levaram o Conselho de Justiça da FPF a despromover o clube minhoto para a Liga de Honra e a recolocar o Belenenses na Liga principal, provocando ainda a intervenção da FIFA devido ao facto de ter sido suspenso um jogo da primeira jornada de cada campeonato.

Laurentino Dias satisfeito com o regresso à normalidade do futebol nacional

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto manifestou-se hoje satisfeito com a decisão da FIFA de cancelar a reunião do seu Comité de Emergência, na qual iria decidir a suspensão do futebol português das competições internacionais, noticia a agência “Lusa”. A Federação Internacional de Futebol agendara para ontem uma reunião do Comité de Emergência, para decidir se Portugal seria ou não suspenso dos jogos internacionais, tanto em relação à Selecção Nacional como a clubes participantes nas provas europeias, mas acabou por cancelar a reunião, alegando ter havido uma "reposição da jurisdição dos órgãos da justiça desportiva do futebol português". "Foi sempre a minha convicção de que, se os dirigentes desportivos da Liga e da Federação fizessem aquilo que é a sua função, o seu dever, não haveria qualquer problema", disse Laurentino Dias. De acordo com o secretário de Estado, quando se reuniu com os presidentes daqueles dois organismos para se inteirar do "Caso Mateus", expressou a ideia de que se todos cumprissem com as suas obrigações "os campeonatos retomariam a normalidade". Embora o Gil Vicente ainda não tenha decidido se irá ou não dar falta de comparência na terceira jornada da Liga de Honra de futebol, domingo, no terreno do Estoril-Praia, Laurentino Dias afirmou que esta é uma "questão de natureza interna". "O que interessa é que os campeonatos retomaram a normalidade", reiterou Laurentino Dias, acrescentando que o Governo "não tem clube, mas sim obrigação de zelar para que haja competições". Para Laurentino Dias, o importante é que as competições profissionais funcionem com o número de clubes estipulado pelos órgãos federativos e pelo Governo, cabendo às instâncias de direito desportivo decidir quem são os participantes. A 4 de Setembro, a FIFA apresentou um ultimato à Federação Portuguesa de Futebol para que, até 14 de Setembro, fosse encontrada uma solução para o "Caso Mateus" conforme aos seus regulamentos, de forma a evitar a suspensão internacional das equipas portuguesas. No entanto, a FIFA adiantou que ia continuar "atenta" ao estado do futebol português e analisar a situação na reunião de hoje da sua Comissão Executiva. O "Caso Mateus" teve início em Janeiro com um recurso do Gil Vicente para os tribunais comuns com vista a conseguir a inscrição do avançado internacional angolano Mateus, que não podia voltar a ser profissional antes de cumprir um ano como amador, estatuto com o qual tinha sido inscrito pelo Lixa, da II Divisão. Os sucessivos recursos do Gil Vicente para os tribunais comuns levaram o Conselho de Justiça a despromover o clube minhoto para a Liga de Honra e a recolocar o Belenenses na Liga principal, provocando ainda a intervenção da FIFA devido ao facto de ter sido suspenso um jogo da primeira jornada de cada campeonato.

Apito Dourado: Valentim continua à pega mesmo em caso de inconstitucionalidade

Valentim Loureiro, Pinto de Sousa e José Luís Oliveira vão continuar a ser arguidos no processo ‘Apito Dourado’, mesmo que o Tribunal Constitucional considere nulas e sem efeito as leis que punem a corrupção no desporto. O ainda presidente da Liga e o ex-líder da arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) por não terem sido acusados de qualquer crime de âmbito desportivo e o actual n.º 2 da Câmara Municipal de Gondomar por ter de responder em Tribunal a crimes de corrupção cometidos no exercício de funções públicas.
Quando for julgado, Valentim Loureiro vai responder por 26 crimes dolosos de corrupção activa sob a forma de cumplicidade, mais dois crimes de prevaricação, sob a forma de autoria. Em causa estão, segundo o Ministério Público (MP) do Tribunal de Gondomar, crimes que o major terá cometido enquanto autarca. Um dos crimes, de acordo com o procurador Carlos Teixeira, do Ministério Público de Gondomar, teve a ver com o facto de Valentim Loureiro não ter ordenado a demolição da ampliação da casa que um dos seus apoiantes (Carlos Santos Castro) efectuou sem qualquer autorização.
Já José Luís Oliveira foi acusado de 26 crimes dolosos de corrupção activa, sob a forma de autoria, enquanto vice-presidente da Câmara de Gondomar, e 21 crimes dolosos de corrupção desportiva activa, por exercer o cargo de presidente da Comissão Administrativa do Gondomar Sport Clube.
Pinto de Sousa não exercia qualquer cargo no Estado, mas foi acusado de crimes de corrupção fora do âmbito desportivo, por a Federação Portuguesa de Futebol ser uma instituição com o estatuto de utilidade pública. O mesmo sucede, aliás, aos arguidos Tavares Costa e Nunes Silva, vogais do Conselho de Arbitragem presidido por Pinto de Sousa, que também foram acusados de rimes de corrupção fora do âmbito desportivo.

ÁRBITROS FORA DO TRIBUNAL
Caso seja declarada inconstitucional a autorização que permitiu ao Governo - na altura liderado por Cavaco Silva e que tinha Laborinho Lúcio como Ministro da Justiça - legislar sobre a corrupção no desporto, apenas sete dos restantes 24 arguidos acusados pelo Ministério Público de Gondomar serão julgados. Os restantes 17, na maioria árbitros de futebol – todos acusados de crimes no âmbito do decreto-lei que pune a corrupção no desporto – não irão sentar-se na barra do tribunal.

FUNCIONÁRIO DO TRIBUNAL AJUDA VALENTIM
Um funcionário do Tribunal Judicial de Gondomar foi apanhado nas escutas do processo ‘Apito Dourado’ a dizer ao arguido José Luís Oliveira que tinha utilizado um expediente dilatório para adiar uma notificação que devia entregar a Valentim Loureiro. Segundo soube o CM, o procurador Carlos Teixeira, do Ministério Público de Gondomar, considerou tal facto susceptível de integrar a prática, pelo aludido funcionário, de um eventual crime de prevaricação, pelo que ordenou que tal incidente fosse investigado.

VALENTIM LOUREIRO
O ainda presidente da Liga de Clubes e da Câmara Municipal de Gondomar foi acusado de 26 crimes dolosos de corrupção activa, sob a forma de cumplicidade e dois de prevaricação, sob a forma de autoria, fora do âmbito desportivo.

PINTO DE SOUSA
O ex-presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol foi acusado de 26 crimes dolosos de corrupção passiva para acto ilícito, sob a forma de autoria, que nada têm a ver com a legislação sobre corrupção no desporto.

JOSÉ LUÍS OLIVEIRA
O actual vice-presidente da Câmara Municipal de Gondomar e ex-dirigente do Gondomar Sport Clube vai responder em Tribunal por 26 crimes dolosos de corrupção activa, sob a forma de autoria, fora do âmbito das leis que punem a corrupção no desporto.

quinta-feira, setembro 14, 2006

Apito Dourado: Apenas sete árbitros da primeira categoria não foram investigados

A investigação denominada “Apito Dourado”, sobre alegados casos de corrupção no futebol, envolve 18 dos 25 árbitros da I e II Liga de Futebol, noticia a edição de hoje do jornal “Público”, citado pela agência “Lusa”. Segundo o jornal, só sete árbitros da primeira categoria "escaparam à investigação". Por outro lado, Paulo Costa (Porto), João Ferreira (Setúbal) e Duarte Gomes (Lisboa) foram os únicos, dos nove internacionais, "sobre os quais nunca recaíram indícios de corrupção" nas quase mil folhas que compõem o despacho final do Ministério Público (MP) de Gondomar. Os restantes da primeira categoria são Vasco Santos e Carlos Duarte (promovidos este ano), bem como Hélio Santos, de Lisboa, e Rui Manuel Costa, do Porto, acrescenta o “Público”. Dos restantes árbitros que fazem parte das divisões maiores há "situações diversas", em alguns casos, o MP constitui-os "liminarmente arguidos", por estarem em causa diversas suspeitas, escreve o diário. Noutras situações, os referidos árbitros não chegaram a ser constituídos arguidos, mas sobre eles recaem indícios de corrupção. Um dos casos, exemplifica, remete para o recentemente promovido Hugo Miguel, que na época 2002/03 arbitrou o Porto B/Gondomar. "O encontro acabou empatado e os investigadores apuraram que o árbitro e a respectiva equipa foram 'premiados' com objectos em ouro", diz o “Público”, referindo que a situação acabou depois por ser arquivada devido à má qualidade do som da fita gravada que impedia que "as incidências do jogo pudessem ser analisadas pela equipa de peritos". Actualmente são nove os árbitros portugueses incluídos no quadro da FIFA e destes, segundo o diário, Lucílio Baptista, Paulo Paraty e Bruno Paixão foram constituídos arguidos no processo de Gondomar. Artur Soares Dias, Augusto Duarte, Carlos Xistra, Cosme Machado, João Vilas-Boas, Nuno Almeida, Paulo Pereira, Paulo Baptista e Rui Silva foram os restantes da primeira categoria também constituídos arguidos no âmbito deste processo. Segundo o “Público”, Elmano Santos apareceu envolvido na arbitragem do jogo Benfica-Boavista, a 18 de Janeiro, com o seu nome a ser indicado por Valentim Loureiro, que um dia antes do jogo lhe telefonou, dando-lhe conta que teria sido absolvido num processo disciplinar instaurado pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional, organismo a que preside. Neste caso, precisa, o Boavista perdeu o jogo por 3-2 e Elmano Santos foi novamente abordado por Valentim Loureiro, que estaria "bastante irado", dando conta ao árbitro que poderia ser alvo de outro processo. Deste caso, escreve o diário, foi extraída certidão para o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Porto, com o relatório dos peritos a ressaltar que "os erros do árbitro foram em igual número para ambas as equipas". Quanto a Jorge de Sousa, explica, as duas referências dizem respeito a jogos da II Liga - o primeiro envolve José Veiga e o encontro foi o Estoril-União da Madeira, a 7 de Março de 2004 e o segundo foi o encontro Marco-Maia a 14 de Março de 2004 - mas o MP já arquivou o processo "por não ter conseguido determinar se o actual director-geral do Benfica foi ou não contactado. Olegário Benquerença (internacional) é outro dos "não arguidos" que foram investigados pela Polícia Judiciária, depois de suspeitas após uma conversa com um dirigente do Penafiel com Valentim, onde aquele deu conta que lhe agradava a nomeação daquele árbitro para o Leiria. Também internacional e igualmente não arguido, Pedro Henriques foi, contudo, investigado pela alegada possibilidade de ter cometido o crime de corrupção desportiva na forma passiva, depois de ter passado de quarto para terceiro lugar nas classificações. De acordo com o “Público”, a PJ interceptou chamadas entre Pinto de Sousa e António Garrido, onde o primeiro dava conta ao segundo de que a classificação tinha sido alterada. Pedro Proença está, segundo o jornal, na mesma situação (não foi constituído arguido, mas está indiciado por corrupção em factos sobre os quais foram extraídas certidões), com o jogo da final da Supertaça 2002/03, que opôs o FC Porto ao Leiria. Neste caso, refere, o árbitro foi escolhido por Pinto da Costa e Pinto de Sousa reconheceu ter aceite a indicação do presidente do FC Porto "porque andaram juntos no colégio".